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terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Vicia mais que heroína

O computador de casa está quebrado. Eu e meu irmão tentamos arrumar, sem sucesso. Chamei um técnico.
Mais que ficar sem internet, ficar sem computador é um inferno. Parece que toda nossa vida passa pelo computador. Havia uma época em que eu até desenhava exclusivamente no computador. Agora desenho em papel.
No computador, escrevo, ouço música, jogo, componho músicas, produzo filmes, acho todos os meus amigos e parentes a qualquer hora do dia ou da noite, pago contas, transfiro dinheiro, faço compras, cadastro-me em toda sorte de sites [e indico outros sites para outros amigos pertinentes], assisto a filmes e leio livros! E sei lá mais o que não me lembro agora. Quer me encontrar? Estarei na frente de um computador.
O complemento do trabalho faço em casa. Aliás, a melhor parte faço em casa. Não consigo me concentrar no trabalho por culpa da balbúrdia. Em casa, de madrugada, com todos dormindo, sou capaz de projetar um ônibus espacial.
Eu não sabia que era tão dependente de computador. Pudera, uso computador diariamente desde o quê? 2001, se não me engano. Ele é como um membro do meu corpo e parte do meu cérebro. E a cada dia surgem tarefas novas que começamos a fazer pelo computador.
Algumas não dão muito certo. Skype, por exemplo, é um pé no saco. Temos que usar o telefone comum, tanto o fixo quanto celular. De vez em quando tenho que ir em carne e osso à agência dos correios e certas contas só podem ser pagas na boca do caixa do Banco do Brasil, a não ser que eu reative minha conta no BB, o que pretendo fazer em 2009.
Mas de todas as coisas que não posso fazer em casa, de jeito nenhum, a melhor de todas é ir ao cinema. Este prazer não vai acabar tão cedo. Gosto da tela grande, do silêncio da maioria dos espectadores, que estão na sala pelo mesmo motivo, das poltronas confortáveis e mais alguma coisa do clima mágico que só o cinema proporciona. E é óbvio que encontrar as pessoas ao vivo é muito mais bacana.
Mas voltando ao computador quebrado, estive, nos últimos três dias, profundamente irritado e até deprimido. Fiquei zanzando pela casa, feito uma barata tonta, sem saber o que fazer. Perdi as estribeiras até com minha mãe.
Tranquei-me no quarto escuro, coloquei um cd de músicas sortidas que eu havia preparado previamente e isolei-me em minha ostra anti-incomputadôrica. Também voltei ao pré-histórico hábito de ler um livro feito de papel. Não me lembrava se deveria lê-lo da esquerda para direita ou da direita para a esquerda. Coincidentemente, o livro que peguei a esmo era uma coletânea de palestras sobre os anos 70. Muito interessante, mas li em dois dias. Troquei por uma revista científica com uma matéria acerca de palestras sobre Einstein. Já acabei também. Separei um livro de arte brasileira [ótimo].
Se o técnico não aparecer até 05 de janeiro, podem me internar num sanatório, babando, tremendo e suando frio.

1 commentaires:

Å®t Øf £övë disse...

Este texto não podia expressar melhor aquilo que eu sinto quando tenho algum problema com o meu computador. A minha sorte é ter mais do que um.

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