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terça-feira, 30 de setembro de 2008

Segunda Nota de Administração

Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas
Coisa que sempre caracterizou "The Braganza Mothers" foi a total liberdade de pensamento e expressão, coisa que dói e pesa a muita gente. Sobre outros blogues, somos um espaço onde as pessoas gostam mais de vir ler do que de comentar, e esse é um dado com o qual teremos de viver e conviver. Friamente analisado, o comentário, às vezes, é um mero acrescentar a algo que não fica dito, e quando tudo fica dito, não vale a pena, mesmo, comentar.
O direito de oposição sempre esteve garantido, e apenas ficavam de fora os palavreados erráticos, que nada tinham a ver com o tema proposto, e eram a pobre manifestação de pequenos desastres pessoais que necessitavam avidamente de palcos de grande exposição, como o nosso.
É verdade que isso conduziu a vandalização e a "cyberbullying", mas, após uma pequena peritagem, na qual nos foram muito úteis o "Google" e o "Blogger", foi delimitado o problema, que, afinal não passava de ser sempre mais do mesmo...
Paulo Querido, velho "guru" das Coisas Virtuais, conta um exemplo sobre o qual todos devemos meditar: "Durante anos experimentou os benefícios: comentadores agradados, comentadores simpáticos, comentadores filosóficos, comentadores críticos, comentadores colaborantes. Não registou nenhum caso dos horripilantes. Nem sequer dos feios. Desagradáveis, só dois ou três sujeitos e sujeitas equivocados em relação aos conteúdos, enviados pelo Google em resultados especulativos de pesquisas, e que usaram o tratamento por tu indevidamente. Até um dia. O dia em que passou a ter um novo nick a comentar. A “nova” personagem, descuidadamente inábil, comportou-se como um verdadeiro troll: comentários pessoais sem nível, depressa esquecido o disfarce de tentar estar dentro do tópico, depreciações ad hominem, considerações que revelavam a linha da proximidade.O blogger meu conhecido não precisou de paciência, tempo e grandes investigações para confirmar as suspeitas sobre a identidade do seu troll — e raramente o pronome possessivo é tão bem aplicado. Era nem mais nem menos do que a pessoa que o tinha repetidamente prevenido para os perigos das caixas de comentários. It just fits. Desmascarado, não voltou. Ainda (durante algum tempo). Regressará (regressou) um dia destes muito provavelmente com mais um nick do sexo oposto — uma perversidade que encaixa tanto na pessoa como num quadro comportamental online algo frequente."
Dado isto, e apesar disto, a partir de 1 de Outubro voltam a estar totalmente livres os comentários nas nossas caixas, pelo que agradecemos os vossos contributos: como dizem duas velhas máximas, "quem não deve não teme", assim como "o ridículo... mata".
Boa leitura e bons comentários :-)

Correio da Lola - Irá o Colapso Financeiro afectar as Esquinas do Conde Redondo?...

Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas

Querida Lola:
Acho que estou com "stress" pós-traumático... de cada vez que ligo a televisão, só vejo as coisas a desfazerem-se, bancos a falirem, gente honesta que afinal não era honesta... meu deus, tinha 10 acções na Panificadora Irmãos Sabrosa, SA, já as vendi este semana, e fui buscar 100 € que tinha depositados para uma emergência na Caixa Geral de Depósitos, e já os escondi, bem escondidinhos, dentro de uma cafeteira... Esses já ninguém me tira, mas... querida Lola, precisava tanto de uma palavra sua para me acalmar...

(Laurentina Matracolas, Pinhal de Frades)
Querida Laurentina:
Vir pedir conselhos de Economia e Finanças a uma puta de esquina, valha-me deus, isso é o sinal de que chegámos mesmo ao fim dos tempos, mas a menina talvez tenha razão, porque esta semana foi um desfilar sem fim de putas de esquina, que vieram falar com ar sério para a televisão. Olhe, querida, eu de acções percebo pouco: sou mais uma traveca de acção do que de acções. Se me perguntar se a Crise Financeira está a afectar o Conde Redondo, teria de lhe dar uma resposta como a do especialista em Negócios da SIC, aquele jeitoso do Gomes Ferreira, a quem eu fazia um servicinho de graça... sim, e não. Está e não está a afectar. Como sabe, tenho dois tipos de clientes, aqueles que pairam acima de qualquer crise, e aqueles que vivem permanentemente em crise. Os segundos não falham uma noite, e lá se faz um pequeno desconto, temos de ser uns para os outros. Os primeiro... até têm mais tesão, sempre que o barco começa a balançar, e passam aqui, com ideas de porcarias sexuais que eu nem me atrevo a descrever-lhe, para não ficar mais chocada... sim, juro... Sábado passado, apareceu um, que tinha perdido tudo na Lehman Brothers, levou-me para o vão de escada do nº 56, e disse "come-me, como se fosse a última coisa que fizesses na vida, minha puta!..." Eu esse discurso já conheço de antes da crise, aliás, é velho como o Mundo, tinha aqui um cliente que vinha para ser comido por mim, sempre que a mulher engravidava. Não percebo o que é que a gravidez de uma mulher pode levar o esposo a querer apanhar nas bordas, mas desde que pague, faço as vontades todas. Sábado passado, foi diferente, estava eu a cuspir na mão, para lhe meter o meu clit hipertrofiado no ânus, comecei no vaivém, ouço um estouro, apanhei um susto, fiquei toda espirrada de sangue, era ele que tinha acabado de dar um tiro na cabeça, até a velha do terceiro esquerdo, que é surda, veio à porta, e foi uma vergonha, uma vergonha, uma vergonha... Quanto ao resto, vamo-nos aguentando: a minha colega Zélia, de Mato Grosso, muito amiga da Felícia Cabrita, e que atacava na esquina da "sex-shop", no outro dia, passou um carro do Primeiro Comando de Portugal, acho que tinha umas dívidas da Coca, deram-lhe um tiro, mal lhe levaram o corpo, fiz o que os bancos fazem uns aos outros: antes de que viesse a concorrência, ocupei a esquina dela, e agora "ataco" em duas frentes, oh, oh!... Quanto ao dinheiro no banco, querida, quando isso valer ZERO, tanto se me dá que esteja nos cofres deles como no meu colchão, por mim, a minha política é antiquíssima, sempre que faço o serviço, o meu banco é, sempre foi, o rego das minhas mamas, onde eles enfiam as notas... É por isso que eu sou Ferreira-Leitista: a bruxa diz que o casamento é para procriar, eu acho que as mamas são para depositar, com este pensamento positivo comum, até acho que nos podíamos já coligar e ser o próximo governo.
Kisses.

Este homem nunca mente!!!




Lusa "O primeiro-ministro, José Sócrates, afirmou hoje que as famílias portuguesas com poupanças podem estar tranquilas apesar do actual quadro de crise e elogiou a capacidade de resistências das instituições financeiras nacionais."
As outras, as normais, as que em vez de poupanças têm dívidas que se lixem, quem as mandou tentar comprar casa, terem filhos e não terem emigrado quando eram novos... Pois é, não tiveram juízo agora não se queixem, nós, os poupadinhos, os que conseguimos acumular belos pecúlios ao longo deste anos, não temos nada com isso. Quem é que vos manda não terem três ou quatro reformas, nunca terem estado na assembleia ou no Banco de Portugal? Olhem para o Vítor, para o Aníbal e vejam lá se cheiram a crise???
Ouçam a Manuela, como ela é sábia... com tantos anos de Banco de Portugal... tem é que dizer isto: não se preocupem, não corram a levantar os vossos míseros trocos, senão não só ganho menos como nada garante os meus depósitos... Dois géneros, no caso, obviamente, masculino e feminino, deixando a aplicação ao critério do freguês, mas a mesma boca pastosa e aldrabona... Quem dera que o céu os juntasse e os fizesse muito felizes, no inferno...
Depois, as instituições financeiras após anos a fio a ganhar lucros incomensuráveis não têm problemas em ficar uns tempos a ganharem um pouco menos, da mesma forma que os banqueiros perdoam dívidas aos filhos e amigos sem qualquer problema. Dá para tudo... Os outros... Bem, portanto, nada de preocupante. Nós não vamos ser afectados quem se vai lixar são os pobres...
Confesso não ser accionista nem ter poupanças mas, se as tivesse, já não estariam no banco há muito tempo... Fiem-se na virgem ou, neste caso, no virgem, basta ele dizer uma coisa para se saber logo que a verdade é o contrário...
nunca mente, tem é que se fazer a inversão...


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Primeira Nota de Administração

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"The Braganza Mothers" é um blogue sem orientação política, malha onde calha, e, modéstia à parte, malha onde deve. À parte isso, temos em nós todos os sonhos do Mundo. Eleitoralmente, cada um faz o que quer, e usa a urna como melhor entende. Por essas razões, esta criação do KAOS demorou a tomar o seu lugar aqui. Hoje dia 30 de Setembro, com o Mundo a cair aos bocados, ela aqui vem, e fica aberta aos comentários.

PSD, PS e PCP pagam rendas entre os 4 e os 75 € à Câmara Municipal de Lisboa

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Greve dos Correios volta a atacar


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Neve no crepúsculo de Marte


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Saint-Saens: "Dança Macabra"




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A Euribor aconselha-o a comprar um cobertor, uns papelões, e a escolher a melhor esquina que conheça, antes de ela ser ocupada...





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Estragam-nos com mimos!!!




É realmente...fantástico...Acho que é de aproveitar. Com esta campanha, não sei se ainda restam secretárias.É UMA PROMOÇÃO A NÃO PERDER !!!



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Ana Sara Brito


A vereadora do PS responsável Acção Social da Câmara de Lisboa, que até ao final do ano passado pagava 146 euros de renda à autarquia por uma casa de duas assoalhadas no centro da cidade, na Rua do Salitre, tem uma reforma de cerca de 3350 euros.

Leia aqui o resto desta história.

Nota: Contem linguaguem chocante.

Enquanto o Mundo se afunda, há uns alucinados que continuam a ver o fantasma de Maddie. Desta vez, em Maiorca


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O que as mulheres casadas escondem dos maridos


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A longa Ficção Financeira continua a mergulhar na Fossa das Marianas


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A Câmara de Lisboa acaba de libertar uma dúzia de apartamentos de baixo aluguer: reserve já o seu


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Estamos de parabéns: o Choque Tecnológico já está a dar frutos, e os Açores ganham a linha da frente


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As verdades de La Palisse passaram a chamar-se verdades de La Marisse


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Sobre a Questão da Fundamentação da Monarquia: uma milenar Polémica actual.


Este post é uma pequena resposta ao conhecimento que tive sobre o desenvolvimento de uma organização monárquica: http://www.centenariodarepublica.org/centenario/






“Se uma pessoa cair a uma piscina pequena ou ao mar imenso, não deixa de nadar, de qualquer maneira.”[1]



A questão fundamental que procuramos abordar é muitíssimo complexa e arrasta atrás de si séculos de reflexão, pese embora, em nosso entender, continue e deva continuar na ordem do dia, neste início do novo milénio em que nos encontramos. Dada a natureza deste pequeno artigo, destacaremos um aspecto que cremos, desde sempre, interpenetrar o cerne desta questão, da sua origem aos nossos dias. Abordaremos, igualmente, o período em que este tema nos envolveu directamente, numa contenda que se antevia inevitável. O aspecto é a educação e o período o da implantação e consolidação da república em Portugal.
Aos mais esquecidos, convém lembrar que a história da humanidade é atravessada pela história da educação e, se a emergência da razão se efectiva no já distante século V a.c., a temática levantada por qual o modelo educativo a adoptar, não só, logo se coloca, como acompanhará o próprio desenvolvimento sócio-cultural da civilização ocidental. Colocou-se, então, a questão de saber quais dos dois novos modelos educativos adoptar, face à desadequação do modelo até então vigente, baseado na leitura dos poetas e na prática do exercício físico e militar. Estes dois modelos, com todas as consequências que atrás de si arrastaram, a todos os níveis humanos (filosóficos, políticos, sociais, científicos, morais, etc.), foram os propostos e protagonizados pelos Sofistas e por Sócrates e toda a corrente socrática, com óbvio destaque para Platão. A grande questão, procurando sintetizar e adequar à terminologia actual, consistia em saber se era ou não possível ministrar uma educação para a nova cidadania, que a introdução da democracia requeria, e, se sim, qual a vertente que este ministério deveria assumir, um ensino para a vida e para a participação activa do cidadão, no seu conceito mais moralista e filosófico ou, se pelo contrário, se devia procurar um modelo mais pragmático, virado essencialmente para o domínio das competências e das funcionalidades. Esta resposta, no nosso entender ainda não foi encontrada e, por maioria de razão, muito menos operacionalizada, já que a escola, qualquer que ela seja, e enquanto instituição que visa servir a comunidade, deve ser o reflexo desta decisão primária, podendo assumir posições sincréticas, mas que privilegiarão, sempre, uma destas vertentes.
A virtude política, a areté de que falavam os gregos, e a polémica, também ela coetânea, de saber se ela é ensinável ou hereditária, coloca o problema de responder se devem ou não haver diferenças entre os cidadãos em função do seu nascimento. Tudo aponta para que o pensamento monárquico vá buscar a legitimidade do exercício do poder, executivo ou representativo, à hereditariedade, havendo, pois, um conjunto de cidadãos que pelo seu nascimento são distintos dos restantes. Uns nasceriam com a faculdade de governar, outros não. Sendo assim, como aceitar a legitimidade de um poder executivo, legislativo e judicial dentro de uma monarquia parlamentar, já que quem governa, efectivamente, deixou de ser um filho de algo, mas um vulgar plebeu, que foi eleito pela maioria dos seus concidadãos, igualmente desprovidos dessa virtude política hereditária? Não se aceitando este pressuposto dicotómico, que legitima as diferenças entre os cidadãos, não parece possível aceitar a monarquia, já que se o rei funcionar apenas como símbolo nacional, esse símbolo pode perfeitamente ser eleito, isto é, escolhido entre os iguais.
A verdadeira questão regressa uma vez mais, se a virtude política for ensinável, então a monarquia não faz sentido; se a virtude política não o for, então é o exercício do poder por indivíduos de origem plebeia que não o faz, o que acarreta a perda de legitimidade para governarem. Ora, a questão do ensino é fundamental, uma vez mudado o ciclo político, através da alteração do regime monárquico para o republicano, o sistema educativo vigente entrou imediatamente em ruptura, tal como entrara o sistema tradicional no século V a.c. ateniense. Um dos principais aspectos que ao novo regime compete responder eficazmente será, precisamente, o problema de saber que educação deve ser ministrada aos novos cidadãos para que possam, de facto, exercer a sua cidadania. É o mesmo problema com que nos defrontamos hoje em dia, após a ruptura do modelo educativo do Estado Novo, com a revolução de 25 de Abril de 1974 e a confusão que se lhe seguiu e que, em muitos aspectos, foi similar ao período ora a tratar. Também neste momento, em que integramos uma União Europeia alargada a vinte e cinco membros, volta a ser necessário repensar. Que modelo de ensino queremos? Que cidadãos queremos formar?
Salientamos, expressamente, que os frutos de uma política educativa não são passíveis de observar a breve trecho, será necessário esperar o tempo de uma geração, partindo do princípio que há uma continuidade dentro do modelo escolhido, o que, como sabemos, não é o caso português. Afigura-se-nos, pois, imprescindível pelo enorme interesse público que reveste, efectuar um estudo sobre as alterações registadas, voluntárias ou não, que se desenrolaram nesse período, na esperança que dele consigamos retirar algumas ilações úteis para o novo exercício da cidadania que se avizinha, num país que se quer, e terá que ser, cada vez mais, europeu.
No despertar da ressaca revolucionária de 1910, Portugal vê extremarem-se duas posições radicalmente opostas. De um lado, os republicanos, triunfantes e ufanos e, do outro, os monárquicos, derrotados, perseguidos e muitas vezes injustiçados
[2]. No campo monárquico ver-se-ão as mais diferentes posições, Paiva Couceiro e os seus seguidores, para quem a honra exige a luta armada, o desinteresse e o exílio, a posição de “não adiro, não conspiro, acato, e retiro”[3] e a do próprio povo anónimo, “os pobres [que] perceberam em desilusões sucessivas que a República não era, afinal, o remédio da pobreza.”[4] Pouco espaço restava a quem ficasse entre ambos os campos ou se era a favor ou contra. Podemos referir, talvez, a posição adoptada por António Sérgio:

“Eu ficara-me (ai de mim!) numa trave incómoda em cima do curro, incompatível ao mesmo tempo com as duas hostes da mocidade, - contrário a ideias de cada uma delas e também a tendências que lhes eram comuns. Democrata, mas anti jacobino; anti clericalista, mas respeitador do Catolicismo; partidário da instrução democrática mas inimigo (e por isso mesmo) da {mera} superstição do abc: um dos termos destas minhas teses inimizavam-me com os jalecas do sol, e com os marialvas da sombra o outro termo.”
[5]


Quanto mais observava o desenrolar das políticas republicanas, mais estas o convenciam de que singravam no caminho errado, ainda por cima ampliando as clivagens, cada vez mais profundas e intoleráveis no povo português, através de perseguições perfeitamente injustificadas e bárbaras. Dos muitos exemplos chegados ao seu conhecimento, com que confronta Raul Proença, à altura o seu interlocutor por excelência, salientamos o de um jornalista católico a quem teriam espancado até o julgarem morto e ao qual, sabendo-o vivo no Brasil, teriam “enviado um postal-fotografia da orelha cortada, com piadinhas sanguinárias.”
[6] Nada a seu ver poderia ser mais contraproducente para o país do que esse tipo de propaganda, “essas monstruosidades éticas”[7] a não ser, talvez, a acção pública e a vacuidade política dos governantes republicanos quer no país, quer no estrangeiro, onde a acção diplomática seria demasiado comprometedora. O consulado de Bernardino Machado[8] no Brasil é apontado por António Sérgio como conotado com o branqueamento de crimes e de ameaças a brasileiros e emigrados portugueses[9] e faz referência às declarações de Teófilo Braga em entrevista ao jornal O Século, de 30 de Março de 1913, onde afirma estar “convencido de que governo algum pode tomar a sério como diplomatas os indivíduos que presentemente ocupam as legações de Portugal,”[10] que, evidentemente, só podiam contribuir para o desprestígio de Portugal e da república portuguesa.
No seguimento da necessidade sentida para colmatar esta lacuna, alegando o seu indiferentismo formal,
[11] participa, desde a sua génese em 1911, no movimento da Renascença Portuguesa[12] e nos seus periódicos A Águia (2ª série, 1912) e A Vida Portuguesa (1912-1915). Este movimento visa precisamente “’dar uma direcção nova à sociedade portuguesa,’ em convergência com o regime político recém-implantado, ou seja, com o regime republicano,”[13] no fundo, procurando estabelecer um sustentáculo pedagógico e cultural, que colaborasse na orientação nacional de uma forma abrangente e anti-dogmática, no sentido de “auxiliar o mais possível o rejuvenescimento nacional, ouvindo todas aquelas individualidades que, pela sua competência, o merecerem.”[14] É evidente a necessidade sentida por estes intelectuais, heterogéneos e, muitas vezes, em desacordo entre si, no que respeita à urgência de uma intervenção neste sector fundamental. Assim, colaboram na criação de bibliotecas e universidades populares, no fomento de palestras e seminários e empenhando-se, profundamente, na tentativa de influenciarem a reforma educativa republicana. Não deixando de levantar críticas e desacordos na elite cultural de então, como prova o Inquérito Literário, efectuado em 1912 e publicado em 1915 por Boavida Portugal,[15] contudo, parece indiscutível o mérito deste movimento no panorama cultural português e no desenvolvimento de toda uma geração de profícuos e talentosos intelectuais portugueses. O próprio carácter plurifacetado e aberto que o caracterizava, tornou-se uma mais valia acrescentada, já que permitiu que dele saíssem muitas e meritórias correntes e linhas de pensamento.
Também do lado conservador foi visível a necessidade de reacção aos novos tempos, surgindo, igualmente, numerosas iniciativas no sentido de oferecer um rumo diferente à educação nacional, também aqui não se esquecendo a instrução popular, como provam a publicação de cartilhas que visavam, obviamente, instruir o povo na orientação que propunham. Nesse campo há a destacar o Integralismo Lusitano, que, a partir de 1914 e em torno do seu órgão doutrinário Nação Portuguesa, estabelece a contraposição no espectro intelectual e político português,
[16] defendendo o regresso à monarquia tradicional portuguesa, ou seja, a monarquia absolutista, radicalmente anti-liberal. Esta era, aliás, a posição miguelista, que contava em Portugal numerosos seguidores, desiludidos com o nosso constitucionalismo, para eles, causador da falência da monarquia e, sobretudo, com o rotativismo, irremediavelmente conotado com tudo o que houvesse de negativo. Neste ponto, cremos ser paradigmática a posição de Abúndio da Silva: “teimo em ver na revolução de 1910 a justiça de Deus castigando a usurpação e a burla constitucionais.” [17] Neste movimento irão agregar-se muitos dos opositores ao novo regime, impulsionados nas suas convicções pela forma como a elite republicana conduzia os destinos do país e com os despautérios que proliferavam nos seus governos, nomeadamente com a lei da separação, de 20 de Abril de 1911, que os próprios republicanos mais atentos consideravam despropositada, “a lei é estúpida, dignifica o padre e vai ferir o sentimento religioso do povo português. Resultado: a guerra civil. Se não a modificarem, temo-la dentro de pouco tempo. O povo odiava o jesuíta, o povo não se importava com o padre.”[18] No fundo, bem estava António Sérgio quando afirmava: “os partidos monárquicos fizeram a república; não estou longe de acreditar que os partidos republicanos farão a monarquia,”[19] pois, efectivamente, apenas conseguiram atrair a si a descrença e o anátema da ditadura e do despotismo, de ditadura em ditadura, até ao 28 de Maio e o subsequente Estado Novo. Uma primeira abordagem poderia aparentar que o Integralismo se apresentava em oposição absoluta à Renascença Portuguesa. Porém, não é inteiramente verdade, visto que ambos os movimentos se encontram na necessidade de proceder a uma regeneração nacional e, excluindo a supra referida posição sergiana, num apego à tradição portuguesa. Tanto assim é que muitos destes intelectuais se chegarão a encontrar e a cooperarem num mesmo evento, aquando da efémera publicação da revista Homens Livres,[20] cujo primeiro número sairá em 1 de Dezembro de 1923.[21] Quanto ao restante, evidentemente, os pensamentos divergem, desde logo no que respeita ao tipo de regime a vigorar.
Fortemente influenciados pela Action Française, os Integralistas apresentam-se como movimento contra-revolucionário por excelência, visando o restabelecimento da Monarquia Integral,

“que recusava qualquer compromisso com o individualismo moderno, com a filosofia da Ilustração e com os ideais da Revolução Francesa de 1789 e com os regimes dela saídos – como as monarquias constitucionais e liberais, as repúblicas democráticas e socialistas – defendendo, em contrapartida, a reposição da monarquia hereditária e absoluta, anti-democrática, municipalista ou comulalista, defensora da precedência do direito consuetudinário e não escrito sobre o direito escrito, dos direitos da sociedade sobre o indivíduo.”
[22]


A posição integralista pugna pelo regresso à tradição portuguesa, entendendo-se esta como a anterior ao constitucionalismo liberal, “a Monarquia a que nos referimos nada tem de comum com as chamadas ‘Monarquias liberais’, que só servem para preparar o advento da República.”
[23] Propunham-se desenganar os portugueses da inconsistente ‘metafísica revolucionária,’ que em nome do progresso conduzia “ainda a mentiras piores. (…) Entre elas, quatro absolutamente basilares: a) Cosmopolitismo, b) Liberdade, c) Igualdade, d) Fraternidade.”[24] A estes quatro pontos opunham o seu nacionalismo, prolongamento da noção basilar de família, que se opunha ao individualismo revolucionário; a ideia de que “o homem não tem senão deveres em vez de direitos (…) e é do rigoroso cumprimento desses deveres que nascem então os seus legítimos direitos;”[25] a desigualdade natural, extensível à própria estrutura da família, em que o pai é o chefe e como tal compete-lhe o exercício da autoridade,[26] que se prolonga na própria estrutura do estado em que, tal como na família, deve existir um chefe natural, incontestado e insubstituível, que é o rei, o qual, “dependendo de todos os indivíduos, da nação inteira, não depende de ninguém.”[27] Analogamente, não deve ser escolhido, pois “ a Monarquia considera a Nação uma grande família e na família os filhos que obedecem também não escolheram o chefe.”[28] Finalmente, à pseudo, porque impossível, ‘Fraternidade laica,’ opõem a solidariedade cristã, “porque só ela iguala perante Deus todos os homens.”[29]
Apesar da enorme distância a que se encontra dos integralistas, é curioso notar que a fraqueza da nossa monarquia parlamentar, especificamente no que respeita ao reinado de D. Carlos, é salientada pela perspicácia finíssima de António Sérgio. Em carta a Raul Proença, precisamente, no debate que com ele trava sobre a questão da monarquia ou república, dirá:

“a realeza constitucional deixa de ser imponente, prestigiosa, num país em que a política é banditismo. Ou o rei sofre o banditismo e se desprestigia porque se corrompe e desonra, ou não o sofre e se desprestigia porque sai da lei.”
[30] Sustentará, portanto, “a tese de que o D. Carlos foi o mais liberal que o povo português lhe consentiu ser. Mas a nação mostrou-se absolutamente incapaz de corresponder a esse liberalismo, incapaz de se governar. Por isso desmoralizou o rei, o qual, vendo que do país não saíam senão rebanhos de Hintze e do J. Luciano, abandonou o problema até ao dia em que se decidiu a governar, ele, essa turba de Ninguéns. (…) A situação era insolúvel, concorde.”[31]


Sem um aparelho político e uma estrutura social solidamente estruturados, com a agravante da crise financeira, seria muito difícil conseguir sair do dilema aqui apresentado. Esta análise e esta constatação, também a terão feito os integralistas, pelo que defendiam uma monarquia em que o poder fosse, efectivamente, régio. De outra forma, os reis não passariam de “empregados públicos ou mandatários da Nação.”
[32]
No nosso entender, a posição integralista, apesar de assentar numa posição intolerante e de um absolutismo reaccionário, surge, todavia, mais congruente com o princípio monárquico, visto defender que era ao Rei que competia governar, enquanto ‘chefe natural da nação’ e expressão pessoal e vitalícia da unidade moral e política da Pátria, estabelecendo como naturais as diferenças entre os indivíduos[33] e, desta forma, retirando a incongruência de serem dirigidos aqueles que deviam dirigir, o que aconteceria em qualquer outra forma governativa, mormente numa república democrática, já que para os integralistas, “ a Democracia é a doença dos povos que já perderam ou ainda não acharam a direcção do seu destino.”[34] Inevitavelmente, regressamos ao ponto inicial da nossa questão, saber se a capacidade política de decidir os destinos de uma Nação, de governar, resulta de uma capacidade inata ou adquirida, a primeira legitimando a monarquia, a segunda, pelo contrário, tornando-a incompreensível.

[1] Platão, A República, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, [Introdução, tradução e notas de Maria Helena Rocha Pereira], 5ª edição, Março de 1987, 513 pp., p. 217, (453 d).
[2] “Os padres perseguidos contam nos jornais os enxovalhos e vexames a que os sujeitam: (…) Na terra da minha pátria só o padre estrangeiro mantém em respeito as maltas dos bandidos, e a justiça da República Portuguesa! (…) Os sicários não lhes conspurcam o rosto com os escarros da sua baba peçonhenta (…) ou esmurram a face enrugada precocemente pelo amor estremecido e afectuoso votado à sua pátria morta! (…) Se os actos como este e os praticados contra mim consolidam a República e a nobilitam aos olhos dos homens civilizados e das nações cultas, que o digam as pessoas sensatas que me lerem…” Carta datada de 8 de Novembro de 1911, escrita no exílio em Tuy, por João Evangelista Pereira Gomes, Abade de Tadim e publicada no jornal O Porto, apud Raul Brandão, Memórias II, [1925] in Obras Completas de Raul Brandão, Vol. XIII, Edição do Círculo de Leitores, s.l., Setembro de 1991, 211 pp., pp.135-137. Esta distinção entre religiosos nacionais e estrangeiros deveu-se à prudência diplomática de não aplicar as restrições legisladas às congregações estrangeiras, que chegaram a ser, inclusivamente, protegidas, com o objectivo de serem evitados embaraços com outros países. Cf. Pedro Mário Soares Martínez, A República portuguesa e as Relações internacionais [1910-1926], Editorial Verbo, s.l., Fevereiro de 2001, 379 pp., pp.90-91 e nota 215. “Perseguiram-se alguns defensores do regime derrubado, ou que como tais foram qualificados. Desde magistrados a soldados da Guarda Municipal. (…) mesmo republicanos, por desafectos aos governantes. Assim aconteceu com o conhecido jornalista Homem Cristo”, Joaquim Leitão, Annaes politicos da Republica potuguêsa, Porto 1916, apud Soares Martínez, A República portuguesa e as relações internacionais [1910-1926], nota 221, p.97.
[3] Jacinto Cândido, Memórias íntimas para o meu Filho (1898-1925), Edições Estudos de Castelo Branco/Editorial Inquérito, Lisboa, 1963, 393 pp., p.54.
[4] Carlos Malheiro Dias, Do Desafia á Debandada, vol. II, Chéque ao Rei…, Lisboa, Livraria Clássica Editora, 1912, 384 pp., p.287.
[5]António Sérgio, “Prefácio da primeira Edição”, in Ensaios, Tomo I, Tomo I, Lisboa, Livraria Sá da Costa Editora, 3ª edição, 1980, 409 pp.,p.60.
[6] António Sérgio, Correspondência para Raul Proença, Organização e introdução de José González. Com um estudo de Fernando Piteira Santos, Lisboa, Publicações Dom Quixote/Biblioteca Nacional, 1987, 276 pp., Carta 18, ?/5/1913, p. 52.
[7] António Sérgio, Correspondência para Raul Proença, Carta 18, ?/5/1913, p. 52.
[8] Embaixador no Brasil de 20 de Janeiro de 1912 até formar governo a 9 de Fevereiro de 1914.
[9] Cf. António Sérgio, Correspondência para Raul Proença, Carta 23, ?/8/1913, p. 67-73.
[10] Teófilo Braga ao jornal O Século, de 30 de Março de 1913, apud Carlos Consiglieri (org.), Teófilo Braga e os Republicanos (Dossier pessoal de José Relvas), Lisboa, Vega Editora, s.d., 115 pp., p.29.
[11] Cf., António Sérgio, Correspondência para Raul Proença, Carta 28, 1/10/1913, p. 52.
[12] Sobre este assunto Cf. Norberto Ferreira da Cunha, “A génese da Renascença Portuguesa perante a Crise política e moral da I República”, in Crises em Portugal nos Séculos XIX e XX. Actas do Seminário organizado pelo Centro de História da Universidade de Lisboa, Coordenação de Sérgio Campos Matos, Lisboa, Centro de História da Universidade de Lisboa, Outubro de 2002, 270 pp., pp. 151-178.
[13] Norberto Ferreira da Cunha, “A génese da Renascença Portuguesa…”, p.153.
[14] Cf. Jaime Cortesão, A Vida Portuguesa, Porto, nº 1, 31 de Outubro de 1912, p.1.
[15] Boavida Portugal, Inquérito literário, Lisboa, Livraria Clássica Editora, 1915, 368 pp.
[16] Sobre este assunto Cf. Norberto Ferreira da Cunha, “O Tradicionalismo integralista”, in Poiética do Mundo. Homenagem a Joaquim Cerqueira Gonçalves, Lisboa, Edições Colibri, Abril de 2001, 920 pp., pp. 375-399.
[17] Abúndio da Silva, Cartas a um Abade sobre alguns Aspectos da Questão político – religiosa em Portugal, Manuel Isaías Abúndio da Silva, Braga, Cruz & C.ª, 1913, 421 pp., pp. 22 e 23.
[18] Raul Brandão, Memórias II, p.95.
[19] António Sérgio, Correspondência para Raul Proença, Carta 23, ?/8/1913, p. 73.
[20] Sobre o assunto vide João Medina, O Pelicano e a Seara. Integralistas e Seareiros na Revista «Homens Livres», Lisboa, Edições António Ramos, Novembro de 1978, 131 pp.
[21] O segundo e último número sairá a 12 do mesmo mês e ano.
[22] Norberto Ferreira da Cunha, “O Tradicionalismo integralista”,p.377.
[23] Alberto Monsaraz, (editor) Cartilha do Operário, [1919], Lisboa, Editora Soares & Guedes, 3ª edição, 1921, 66 pp., p.41.
[24] Alberto Monsaraz, (editor), Cartilha do Operário, p. 19.
[25] Alberto Monsaraz, (editor), Cartilha do Operário, p. 22-23.
[26] Cf. Alberto Monsaraz, (editor), Cartilha do Operário, p. 54.
[27] Alberto Monsaraz, (editor), Cartilha do Operário, p. 49.
[28] Alberto Monsaraz, (Conde de Monsaraz), (editor), Cartilha Monárquica, Lisboa, Tip. do Anuário Comercial, 1916, 46 pp., p. 4.
[29] Alberto Monsaraz, (editor), Cartilha do Operário, p. 29.
[30] António Sérgio, Correspondência para Raul Proença, Carta 10, 3/12/1912, p. 40.
[31] António Sérgio, Correspondência para Raul Proença, Carta 28, 1/10/1913, p. 86.
[32] Alberto Monsaraz, (Conde de Monsaraz), (editor), Cartilha Monárquica, p. 33.
[33] Cf. Norberto Ferreira da Cunha, “O Tradicionalismo integralista”,p.394-396.
[34] Alberto Monsaraz, (Conde de Monsaraz), (editor), Cartilha Monárquica, p. 5.


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"As Bodas de Sarah e Mugabe", RV. 684 a

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Não, não se trata de uma ópera recém-descoberta, de Vivaldi. Trata-se de gente nascida em só deus sabe onde e formada ao deus dará, para nos levar até um inferno qualquer.
Com a minha quarta classe das Novas Oportunidades, e o "Magalhães" sentado em cima das minhas perninhas raquíticas, estava hoje a tentar perceber o que está a acontecer no Mundo.
O que sucede em Portugal já estava previsto desde Junho (releia: "Nocturno de Cassandra"), na altura em que fui convidado para fundar o Primeiro Comando de Portugal.
Quanto ao resto, já, no ano passado, o nosso colega Wasseh Fudher tinha avisado que a Máquina de Bilderberg ia acelerar, e, se eu for pelo lado da Teoria da Premeditação, acelerou, e acelerou a fundo.
Houve muita gente a saltar pelo vidro da frente, excepto nós, Portugueses, já que, entrevistados dois filhos da puta, o Catroga e um de cujo nome não me lembro, dos Bancos, disse que isso não podia acontecer "porque era muito mau..." (sic)
Lá voltamos nós aos Milagres da Fé e às Causas Naturais: em Portugal, não há problemas financeiros, há é coisas que "não ficam bem" e umas outras tantas, que "caem mal".
Deixa-os andar.
Todavia, o que me traz aqui hoje é chamar-vos a atenção para uma geração de políticos visionários, a quem temos dado pouca atenção, e que agora se revelam como verdadeiros profetas: os comentadores do lacinho, os monhés, os "expressos" da meia-noite, o António Vitorino, que tem boca de quem faz broches de porcelana (por amor de deus, não me peçam para explicar a imagem, olhem BEM para ele, e tentem perceber a linha que eu escrevi...), e faz mesmo, a gajos barrigudos, peludos, e com tonsura atrás, mais uns quantos trastes -- onde anda o Pedro Arroja, que vivia da especulação de capitais, e queria liberalizar tudo?... -- são consensuais: nós vamos sobreviver!
Acontece que não vamos, e quando esses imbecis se babam todos, de cada vez que o Banco Central Europeu e a Reserva Americana "injectam" volumes fantásticos de dinheiro na massa fiduciária corrente, eu só me lembro da Grande Depressão dos Anos 30, e isso é uma evidência, excepto para os anormais a quem é dado tempo de antena televisivo.
Eu explico (e olhem que sou leigo, porque fiz Economia a copiar...): como o Dinheiro não existe, o que existe é a maior, ou menor, confiança numa coisa que não existe, logo, se essa coisa que não existe se revela super-abundante, as pessoas começam a desconfiar, e perdem a confiança nesse objecto inexistente. Assim reza o princípio da desvalorização social da Moeda de Troca, e quando isso acontece, chegamos ao que aconteceu na transição da República de Weimar para o Sonho de Hitler: notas de milhões marcos a sair do equivalente à Casa da Moeda, milhões de marcos impressos numa só face, para poupar tinta (!), e o reverso da medalha é que era preciso um carrinho de mão delas, para comprar um pão (!), e é por estas e por outras que, quando eu vejo a boquinha de broches de porcelana do Vitorino, a sorrir, na televisão, só me dá vontade de ir buscar um taco de "baseball" e reduzir-lhe o sorriso à realidade.
O que está a acontecer, escusam de me perguntar, porque não sei: há meses já aqui noticiámos (releia: "O Homem mais Pobre de Portugal") que o Secretário do Tesouro Americano, ou lá quem era, previra que a Bolsa iria estoirar em Setembro, o que me deixa a habitual reserva de como é que um gajo pode prever, com tal precisão, uma coisa, a não ser que alguém, na sombra, tenha andado a preparar o golpe.
Deixo o tema à vossa reflexão: são leitores, maduros, e, possivelmente, com uma formação financeira e económica muito superior à minha, que só sou de intuições e algumas vontades de partir as trombas a uns quantos: era, por exemplo, uma das minhas propostas de resolução da Crise...
Voltemos, pois, aos políticos visionários: o primeiro é Robert Mugabe, que agora se percebe por que tem sido tão acarinhado pelo Ocidente. De todos os facínoras mundiais, foi aquele a primeiro habituar as pessoas a níveis de inflação de milhões ao mês, coisa que pode vir aí, e a mostrar que tudo o que era do "branco" devia ser nacionalizado. Premonitório: tudo o que é banco do branco está a ser nacionalizado, pelo mundo fora, e brevemente, nacionalizações, inflação, falências, desemprego e miséria radical virão acompanhadas de notas de $10 000 000 USD, e de 10 000 000 €, a primeira, com a cara da Sarah Palin, a segunda, com a fronha suburbana do "Cherne".
Será a glória, e a ruína.
Tony Blair, outro dos criminosos mundiais contemporâneos, que andam a monte, veio cá vender a receita de Bilderberg, e que precisávamos de uma Autoridade Mundial (!) para resolver a crise, não, rapaz, precisávamos era de uma autoridade popular, para te obrigar, em tribunal sumário, a responder pelas responsabilidades na situação presente, e a aplicar-te a pena adequada...
Nos bastidores, como no pior pesadelo de Marx, talvez caminhemos para o Banco e a Seguradora Únicas: volto a repetir, não me perguntem pormenores, porque apenas poderemos partilhar intuições... ah, sim... outra intuição é de que tudo isto será presenciado por milhões e milhões de novos pobres.
Por mim, já estou a contar ansiosamente os dias para me voltar a pôr a milhares de quilómetros de aqui, mas não vos queria deixar sem uma pequena fofoca, no dia em que a Toda Poderosa Autoridade para o Controlo Absoluto da Liberdade Individual de Expressão toma posse em Portugal -- essa é uma das razões pelas quais este texto tem este tom mais violento -- e a fofoca é que Robert Mugabe, o Churchill do séc. XXI, anda à procura de gajas novas para o seu harém. Consta que foram falados três nomes: Sarah Palin, que tem um Mugabe lá dentro, mas com cona frontal; Manuela Ferreira Leite, que acha que o casamento é para procriar e o Poder para perpetuar, e, finalmente, José Sócrates.
O critério era anal: ou se escolhia o cu mais arrendodado, e, aí, a Nela Leite foi excluída, ou... -- o segundo critério, normal para um ancião de 80 anos -- era o da... "experiência".
Deixo ao leitor decidir se a sorte da escolha coube a Sarah, ou ao Zé do Héron-Castilho...
Boa Noite.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Dia do Solteiro




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Em plena crise, "The Braganza Mothers World"


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As casinhas da Câmara


795 FIFTH AVENUE
Upper East Side, NY
60th & 61st Street

THE PENTHOUSE AT THE PIERRE
The penthouse located at The Pierre Hotel encompasses the top three floors spanning from 41st to 43rd floors. Spectacular 360-degree views of Manhattan are found in this incomparable property.


Não tem os milhões para ser dono desta penthouse?
Não é jornalista de esquerda, nem usa lacinho?
Não tem ninguém amigo na Câmara Municipal de Lisboa?

Então compre o Diário de Notícias, beba uma bica e pense como é bom ter amigos.

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A autora de Harry Potter, J.K. Rowling, doou cerca de 1,2 milhões de euros ao Partido Trabalhista britânico, para apoiar Gordon Brown.

Tanto amor à política... Strange, indeed.

El Mundo

A alma do General Vasco Gonçalves reunir-se-á esta noite, numa mesa pé-de-galo, com o Camarada Mao Durão Barroso, para nacionalizar a Europa

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Não era você que andava a enfiar uns euros na Médis, para quando estivesse com uma unha encravada?...


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Dies Irae




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Grandes Êxitos do "Braganza Mothers I": "O 50º Aniversário do KAOS"

Dedicado ao KAOS, que completou (na altura), há meia dúzia de dias, o seu primeiro cinquentenário... Filho, sobreviver 50 anos, numa terra destas, é equivalente àquelas bactérias que andam a chafurdar vidas inteiras nos vulcões da Fossa das Marianas, com 90º em cima do lombo, e, de vez em quando, soltam um suspiro, na língua delas, e dizem "il fait chaud...". Não te cuides, não, que ainda vem aí a Scientific American tirar-te amostras, para fazer alguma vacina...

Portantos, é assim: tenho andado ocupadíssimo, mas tinha prometido este texto de homenagem a um dos grandes criadores da Blogosfera, e aqui vai: esta noite, estava a preparar-me para a Greve Geral, sonhei..., sonhei que era uma menininha loura, de olhos azuis, com 10 aninhos, e que tinha ido à casa de banho fazer pipi, e que tinha subitamente saltado, de detrás da sanita... o Professor Adriano Moreira, com uma língua bués gulosa, para me aparar a útima gotinha, e fazer um minete democrata-cristão!...
Foi aí que acordei, cheio de suores frios, e fui à para-farmácia mais próxima, ver se me davam alguma coisa para os nervos, mas a gaja, uma vendedora de genéricos, disse-me que tivesse muito cuidado com os sonhos, porque havia certos sonhos que eram como a realidade, e que, portanto, para os quais... não havia cura, e vai de aí, passei para aquele aleijão que hoje apareceu na televisão -- há figuras que só ressuscitam em dias de lua cheia -- e pus-me a olhar atentamente



aquilo era uma mistura do defunto Klaus Kinsky, com a "Nosferata" Nobre Guedes, mas em versão eficiência, não badalhoka como a outra, que toda a vida deixou tudo a meio, apesar de ter sido posta pela paneleira da Portas no Supremo Conselho de Magistratura, ou lá o que é isso, suponho que seja um dos nomes que, em Portugal, se dá a um célebre quadro de Yves Tanguy, "Jour de Lenteur", ou seja Empata-Fodas, e arraçada daquele penteado da Maria João Avillez, conhecido pelo "Onda de Surf do Havai", onde muita gente já surfou, ainda não havia surf, nem pranchas -- servia ela de prancha... --
adiante,
não há quem diga àquele homem que tem de optar: ou se torna numa Mana Avillez, puta rebarbada, ou só sai do caixão depois da Meia Noite, não a meio da Greve Geral, suponho que a Função Pública tem os traumas que tem por ter almas destas, caridosas, a tratar dela, aquilo parece um Punheta-Mansa, mas a precisar de uma fortíssima transfusão de sangue.
Quanto ao que estava sentado ao lado, dispenso comentários: era uma tentativa da Natureza de imitar a Natureza do Paulo Pedroso: no P.S. há sempre uma tendência para pôr nádegas em lugares de destaque, talvez porque grande parte das decisões seja sempre tomada com as bordas de baixo, as piores de todas foram as do Ferro Rodrigues, as do Marocas as mais majestáticas, e as do João Soares as mais assemelhadas a um par de colhões, com uma mais descaída do que o outro, acho que foi daquele acidente da Jamba, com a Maria Elisa ainda nos braços do Jaka Jamba, e o helicóptero já a cair, carregado de diamantes -- este país é um país de más-línguas, nunca houve tráfico de coisa nenhuma... -- nem aquela empresa que o Migha Amaghàl, o Banco BIC, vai dirigir, com a filha do Assassino José Eduardo dos Santos, relembrando que Migha Amaghhàl foi o pioneiro, nos tempos do "The Great Portuguese Disaster", de desviar os Fundos Comunitários, e por isso se tornou sério, com o tempo, como o António Sala, conhecido no Meio Gay pelo "Hermann-de-Bigode",
enfim,
outras eras, o que me apetecia mesmo, já que toda a gente deve estar eriçada com este texto, era que o KAOS nos prendasse -- sou muito interesseiro, dou-lhe esta prendinha e ele, para ele me dar uma a "nózes"... -- com uma imagem do Senhor Jesus da Capelinha, padroeiro de Vilar de Maçada, onde Dona Adelaide teve o seu broto, José Sócrates Pinto de Sousa.
De acordo com os nossos "globe-trotters", o Santo tem uma particularidade: é o único santo de Portugal que passa a vida deitado (!)...
Não me atreveria a dizer que de cu alçado, mas talvez tenha sido isso que a Dona Adelaide, Testemunha de Jeová, tenha querido para padroeiro do filho, Primeiro-Ministro do rectângulo Decadente, portanto, o KAOS vai-nos agora fabricar um Senhor Jesus da Capelinha, deus meu, e que capelinha, parece o Congresso do Anal, para que eu possa aqui escrever um texto adequado às doações entre familiares, acima de 500 €.
Graças a Deus que a Dona Adelaide, divorciada do S. Pinto de Sousa, pai do Mamarracho da Covilhã e do Mamarracho de São Bento, nunca declarou nada às Finanças, muito menos a recolha do Dízimo, no Salão do Reyno das Testemunhas de Jeová.
Uma senhora, como a "filha", há certas coisas que são de família, e o país é que paga...

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domingo, 28 de setembro de 2008

Paul Newman


Morreu.
Hoje reviveu neste filme onde, mais uma vez, tem um desempenho sem mácula.
Obrigado.

Guia dos cuidados mínimos


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Estes são perseguidos nas igrejas, onde o Padre, quantas vezes pedófilo, lhes diz que "o casamento é para procriar." Sim, mas eles não querem casar...


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VISITE-OS AQUI

Thiago Rufinelli nu, pelado e naked, por que hoje é domingo





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A Coisa vai mesmo estoirar. Não, não se ria, vai estoirar consigo lá dentro...


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A Crise mal começou...

Secretário norte-americano do Tesouro fala em "progressos importantes" rumo a acordo no Congresso

In Público

Apesar de toda a tagarelice e pronunciamentos de juramentos sobre a Bíblia dos “peritos,” o nosso sistema financeiro dos casa-das-cartas não é fundamentalmente sadio. Esperam-se índices, como o Dow cair mesmo muito mais baixo quando a caixa de Pandora dos derivados for aberta inteiramente. Acredite-se ou não, o Dow ainda não chegou aos seus picos absolutos, com muito mais para cair. A depressão está ainda nas suas fases iniciais. Nós estamos olhando o quadrillion $1 de débito não regulado, e muito dele em risco. (E nós pensavamos que $1 trillion eram muito.) Estas são literalmente somas inconcebíveis. Contando um dolar por segundo , levaria 32 milhões de anos à contagem de um quadrilião. Tal como Bush afirmou, primeiro rezou a Jesus para regular os mercados e depois de avisado por especialistas deu-se conta que o baralho de cartas era maior, e que bastou uma cair para cair todos o baralho!!!!!!! Globalização dos interesses da elite. AGora é o Governo Britânico que Nacionaliza as dívidas de um Banco...os contribuintes que paguem as dívidas e os lucros destes senhores da elite capitalista. Não podemos negar a capacidade de Bush em perceber estes problemas económicos pois tem um MBA tal como o nosso primeiro.


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Concurso de estupidez...


Cunhas e meninos ricos... 3


Alunos com certificados irregulares podem vir a perder colocação no ensino superiorEstá declarado aberto o concurso da estupidez… O Ministério da Educação e o Ministério do Ensino Superior estão em acesa disputa na luta pelo título. De ambos os lados, enormes equipas de incompetentes e interesses encobertos digladiam-se na corrida da época, liderados pelos respectivos ministros nos quais, no fim de contas, deveria recair, sempre, todo o mérito da contenda.


O ME, como de costume, partiu bem colocado, atribuindo classificações que sabia não estarem correctas, por se basearem numa proposta que tinha sido feita, mas que já sabiam que não tinha sido, nem seria, aprovada. Ainda assim fizeram-no, no pressuposto de que mais vale mal feito do que bem, já que aplicar as regras legais não tem piada nenhuma por não ser polémico.


O MES, também não começou mal, sabendo das irregularidades e tendo o perfeito conhecimento da péssima forma de funcionamento do ME, resolveu prosseguir o processo, que ficaria, desse modo, irregular à partida. Nem por um momento passou em tão bem apetrechadas cabeças clarificar, previamente, as coisas ou, atendendo ao singular funcionamento do ME, congelar o número de vagas em questão até apuramento definitivo da situação. Não. Ambos preferiram, para não dar hipótese ao rival, iniciarem o concurso da estupidez certificando-se que partiam da melhor forma.


Agora a estupidez, ou a desfaçatez, continuam, atribuindo-se a culpa aos alunos, que terão seguido as instruções fornecidas e entregaram as coisas como lhes disseram para fazer e fala-se na hipótese de os fazer perder os lugares, mais precisamente de os recolocar a concurso… Mais uma vez, não foi acautelada a possibilidade de acontecer o mais provável que é os papás, que tiveram dinheirinho para ter os filhos a estudar nesses colégios, não terem agora uns trocos para pagarem a um advogado de esquina que faça ver a essa maralha de directores e afins, todos de carro e motorista à porta, que ninguém pode ser prejudicado por um erro que foi do Estado, esse gigante de ombros largos impessoal onde recaem todas as culpas e aí morrem solteiras…


Resta, ainda, apurar a responsabilidade que tiveram nisso as distribuições de Magalhães, o comício festa de Guimarães e, para rimar, outras coisas idães…


Aguardemos… que a continuação dos próximos episódios promete valer a pena, muita pena… pena de ver este espectáculo, pena de ver esta incompetência, pena de ver todo este nevoeiro e, obviamente, pena de ser português…
Capítulos anteriores: aqui.


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Protesto Gráfico

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