Uma bazuca chamada Portas e de como não se podem fazer Home-Lurdes sem ovos

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Já por várias vezes aqui afirmei que tenho Portas como um dos mais brilhantes oradores do nosso tempo. A ele deve a nossa História Recente o ter combatido até o apear o maior cancro de que a Democracia Portuguesa, antes de Sócrates, sofreu: o Cavaquismo. O BPN não é senão o Cavaquismo naquela forma requentada das donas de casa, que aproveitam os restos de comida semana, para fazer os croquetes de domingo: está lá tudo, mas em mais velho, e... repugnante.

A outra razão que me aproxima de Portas é ele ser uma puta e eu... outra, mas isso apenas diz respeito às nossas vidas privadas, que têm em comum serem razovelmente públicas, para não viverem naquele limbo do diz-que-disse que se adora em Portugal, onde ninguém é nada e só os outros é que são.

Adiante.

Hoje, ri-me três vezes: a primeira, com os ovos que Fafe reservou à Cróia da Educação. Convenhamos que atirar com ovos a uma Mulher a Dias é um acto simbólico: é o equivalente a corrê-la, à vassourada, com a mesma vassoura com que varreu as escadas da patroa, meses e meses a fio. Foi avaliada com ovos. Depois, veio o Alberto, que continua em plena forma, e nos relembra, de quando em vez, que a Política Portuguesa, quando não está no nível das Mulheres a Dias, está no nível da Taberna: chamou "fascista" ao Sócrates, e disse-lhe, cara a cara, que viesse para o olho da rua. Mais uma vez, acho que houve 9 999 999 de Portugueses de acordo. Pena é que ele não dê um chuto na Ferreira Leite, e venha fazer escândalo, directamente, no Cont'nente. Em apêndice, sorri com o Alegre, saído do coma alcoólico, e a tentar pendurar-se no mal estar generalizado, mas aí não ri, só assenti com a testa. A terceira, e última, foram as caretas de Vítor Constâncio, quando Paulo Portas agarrou no bisturi e o começou a despedaçar, fio a fio. Nessa altura, já a SIC tinha ordens para mudar de tema, e veio para o écran plasma um debate dos Veteranos da Ruína da Educação -- e contra um amigo, Marçal Grilo, aqui falo -- mas, paciência, paga o justo pelo injusto.

Portas, que não nos deixaram ouvir, vinha com uma preparação técnica digna da velha Odete Santos: um arrasar de não ficar pedra sobre pedra. Constâncio não tem nada para dizer: ele tem sido o cobertor de todas as operações de branqueamento, de sujidade, de encobrimento, de cegueira, de obscenidade que a Banca, o nome sério que se dá às muitas Donas Brancas Portuguesas, tem vindo a desenvolver, desde o Pântano de Guterres até ao dia de hoje. Por mim, ele estaria demitido ao fim da primeira semana, mas já se aguenta lá há oito anos (!), o que quer dizer que há uma geração de nascíturos da Alfredo da Costa que nunca conheceram outra cara do Banco de Portugal, e isso é gravíssimo, para a saúde e desenvolvimento mental das crianças. Eu, que fiz as Economias todas a a copiar, e com nota mais alta do que a dos colegas pelos quais copiei, olho para Constâncio, e vejo nele o mesmo ar bovino de Sócrates, quando fala de números: são puros bois a olhar para palácios, e a verem os boys a passar de palácio em palácio, como se a Política Portuguesa se resumisse a uma espécie de dança das cadeiras, em que ora uma vez se vai de Administrador de uma dessas chafaricas para Ministro, ora se regressa de Ministro para a poltrona milionária de uma dessas chafaricas, e nós sempre a pagar.

Por mim, passava bem sem Governador de Banco de Portugal, mas só Deus e o Aventalinho saberão como Constâncio se tem aguentado tanto tempo, nos seus saltos altos de incompetência, ah, sim... ele, e o filho, João Constâncio, uma nódoa "filosófica", que ocupa, à pressão um dos postos, no Ensino Público, no caso vertente, na Universidade Nova de Lisboa. Não, não é mérito: é Seita e conúbio entre Estado e Interesses, tal como a Patrícia, neta do Homem da Bomba de Boliqueime foi de charola, no outro dia, por não se aguentar com 15 cafés por dia, na Escola de Medicina da Margem Sul, onde representa o Clã do "Gasoil". Não, não se assustem: ela está internada, mas o Clã Cavaco continua lá bem representado, com a cunhada, que se chama.... vejam lá se adivinham... também é um "P", de Patrícia... isso.., está morno... não... mais frio..., agora... (pensaram logo em "puta", mas erraram) não, não chegam lá: é a Perpétua, uma outras das sombras da vivenda "Mariani" e do País das Marquises e da Bandeira de Croché.

Resumindo, estamos bem entregues, e, agora, que se começaram a puxar os fios à meada, lá vieram o Administrador do Banco de Portugal que tinha procurações no B.E.S., a par do Montepio, do BPI e da Caixa Agrícola, "the next ones", e andava enroscado com o Manuel Pinho, que entretanto -- já me esqueci da causa e do efeito -- ou comprou, ou vendeu, a casa, beneficiando sabe-se lá do quê, e através das fraudes do costume.

Noutro lugar qualquer, todos os nomes atrás citados já estariam presos. Aqui, tiraram a senha, e estão à espera de ser branqueados, muito caladinhos, e sentados ao lado de Pinto da Costa, a epígrafe do Sistema. Se Deus quiser, acabarão entrevistados pela Maria João Avillez, o Santo Sepúlcro das reputações definitivamente perdidas.

(Publicação simultânea no "Arrebenta-Sol" e em "The Braganza Mothers")