A ministra da educação revelou o seu mais sólido (e sórdido) argumento para não suspender este modelo de avaliação de desempenho docente. Diz ela:
“Parar agora a avaliação dos professores seria uma vergonha.”(1)
Fica, para a história, o registo suficientemente ilustrativo das convicções mais profundas da casta política que nos governa:
Não é porque seja tecnicamente incorrecto, não é porque seja procedimentalmente inexequível e não é porque seja politicamente desajustado. Sabe-se agora, pela voz da sua autora moral, que este modelo de avaliação só não é suspenso porque parar agora seria uma vergonha(!)
O ego de MLR não lhe permite discernir e muito menos optar pelo politicamente mais justo e mais adequado. Prefere, apenas e só, tudo fazer obstinadamente para não se sentir envergonhada e, desse modo, não ferir o seu autista orgulho pessoal.
É preciso ser política e democraticamente anão (anã, neste caso) para se pensar assim; é preciso ter um «egozinho» muito provinciano para se ter vergonha de assumir publicamente o erro de quase todos sobejamente conhecido e reconhecido.Esta declaração de Maria de Lurdes Rodrigues, faz-me lembrar o maquilhado rubor da virgem noiva, que de há muito já não o é , a caminhar, envergonhada e lacrimosamente, para o santo altar de vestido branco e de flor de laranjeira em punho para que na aldeia de brandos costumes todos consintam com a farsa de todos conhecida.
Triste, triste figura a dos nossos serranos governantes. Afinal, ainda há noivas assim…
* In “Correio da Manhã”, 15/XI/2008
Fernando Cortes Leal
Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas
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