Imagem de Luís Alves da Costa, dedicada à Margarida (miúda, temos mesmo de voltar às artes...) e a todos os Professores do Norte, mais uma vez vexados por uma criatura que antes devia estar a lavar pratos, com todo o respeito para quem tem mesmo de viver a lavá-los
Os dias sucedem-se em glória, parece que voltámos à Era do Diploma: mal se levanta uma pontinha do cobertor, vem de lá um cheiro que nos relembra toda a falta de higiene de trinta e tal anos de Democracia mal sedimentada. Há nisto tudo uma mistura da "Fantasia" de Walt Disney com o grande clássico, "The Freaks". Por um lado, temos licenciados, do Norte, a serem ameaçados, por um Hipopótamo, que, ainda por cima, nem dançar sabe. Simplificando: mais uma gaja de habilitações deficitárias, e arrogância correlacta, a ameaçar com processos disciplinares (!), se houver professores a entrarem em qualquer coisinha que se atreva a ser uma sms de convocação para a desobediência e o direito de indignação a ter de assistir ao vergonhoso espectáculo em que se tornou a espinha dorsal de qualquer nação civilizada: a Educação das gerações futuras.
Vai daqui, de Lisboa-Capital, um abraço gigantesco, e um convite a que todo o Portugal se una, para correr, já, com esta corja toda dos postos-chave.
O Primeiro-Ministro está em fase de demência precoce, e insiste em ver triunfos, de cada vez que as cabines do nosso "Titanic" apanham com mais uma golfada de maré gelada. Faz o papel de circo da Doida Ninfomaníaca. Vive no virtual, e nos vapores das saunas do "Clube 7". Como dizia o outro, para lá do Héron-Castilho e do "Clube 7", tudo o resto é província, mas é nessa província que estão obrigatoriamente acotovoladas 10 000 000 de almas inquietas, que só agora perceberam que o Poder é exercido por gente que oscila entre o turvo, o suspeito, e a falta de pulseira electrónica.
Caso clínico, e que me tem levado a passar dias inteiros lavado em lágrimas é a o Fenómeno do Entroncamento, chamado Aníbal Cavaco Silva de Dias Loureiro.
Sim, eu sei que vocês não sabem, mas saíram hoje do Hospital da Cuf-Descobertas... Foi mau... Eu estava sentado no banquinho, couro do melhor, ar condicionado, e a belíssima Katia Guerreiro, a miar o seu último êxito de cavalariça branda, saem os médicos, e olham para mim com o ar daqueles programas da manhã da TVI, em que todos os casos clínicos da nossa avançadíssima patologia social obriga a soltar, não lágrimas de crocodilo, mas lágrimas de Carlos Cruz.
Sim... estava "desenganada": Aníbal e Dias Loureiro eram duas siamesas inoperáveis: passaram-me as TACs para as mãos e estava lá tudo: intestino, estômago, pulmões, alma e coração... tudo era comum. Só a inteligência divergia: um era um saloio do Sul, e estúpido, o outro era um grunho, armado em chico-esperto, que achava que, no País da Camorra, ser mafioso dava lugar a Conselho de Estado.
Dava e deu.
A verdade é quanto mais o Presidente da Bandeira de Croché se colar aos negócios do "Pai, já sou Ministro!..." menos crédito terá, se é que ainda de algum goza. Aliás, Aníbal arrisca-se a ter um futuro extraordinário, e a ser o primeiro Presidente da República, após 1974, a não ser reeleito, e é muito, muito, muito bem feito, mas isso é um problema dele: por mim, conto ansiosamente pela chegada dessa hora.
Neste circo de aberrações, Constâncio faz o papel do anão trapezista: o importante é a tal fortuna que ganha todos os meses, para varrer para debaixo do tapete todos os escândalos financeiros que são a espinha dorsal dos bancos portugueses. Agacha-se e tenta passar pela fresta da porta, por mais apertada que a fresta seja. Aliás, vou mais longe: a única função de Vítor Constâncio é ter posto o Banco do Estado a branquear os branqueamentos de capitais de todos os bancos dos arredores, e nesta frase fica tudo condensado.
Em qualquer país com Opinião Pública amadurecida, com movimentos de cidadãos a processarem sistematicamente esta Mafia, por violação da Constituição, da Carta dos Direitos Humanos, dos Códigos de Processo Administrativo, e tantas outras ancoragens e suporte legais, os tribunais já teriam bloqueado esta agonia do Estado de Direito, e enfiado na jaula um punhado de tipos destes, e não vou aos nomes, porque todos vocês os conhecem de cor.
A nota final é ainda mais subversiva: muitos dos que me lêem pertencem a uma das classes mais ultrajadas, desde que Durão Barroso, Ferreira Leite e Sócrates tomaram o Poder, a Função Pública. Soou, por aí, que ter a Caixa Geral de Depósitos sido obrigada a engolir as brincadeiras-BPN dos meninos do Cavaquistão nos vai cair nos bolsos, sobretudo dos clientes da Caixa, essa mesma Função Pública, que por aí é "forçada", mensalmente, a receber salários e pensões de reforma.
Está aí a vir o Subsídio de Natal.
A mim, e a muitos como eu, não apetece, claramente, vir a pagar em comissões acrescidas de uso de multibancos, cartões de crédito, transferências bancárias, carregamento de telemóveis, pagamento automático de créditos, ou débitos automáticos de águas, luzes e gás, as falcatruas e os negócios obscenos que colaram essa escória da baixa finança aos nossos medianos rendimentos.
Querem dar uma boa prenda a esses cavalheiros?...
Então, vamos todos a uma acção cívica concertada: toca de levantar o cacau todo da Caixa e pô-lo em bancos que sejam fiáveis -- ai, não custa nada sonhar... -- e deixá-los a digerir o seu BPN sozinhos.
Em três dias vinham Aníbais e Sócrates, de joelhos, implorar, por favor não façam isso...
Ora, muito boa noite, como dizia o defunto pianista António Melo, que no tempo do meu paizinho, acompanhava maravilhosamente os programas do António Lopes Ribeiro.
"Muito bôa nôte."
(Pentagrama de teatro de revista, no "Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO", e em "The Braganza Mothers")
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