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sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Outono

Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas


Comecei, hoje, o meu dia com um gole de café forte para tirar o gosto do fel degustei por toda a vida. Vi meu reflexo sombrio na chávena que tinha uma asa partida, e percebi que eu estou tão consumido por essa dor. Mas essa fumaça fria que é exalada, lembra os gritos falsos e o seu eco que o seu coração exprimiu.

Agora hei-de regressar ao meu palácio da decadência, onde sob um céu de nuvens baixas que anunciam lágrimas ao invés de chuva. Cada simples gota irá o encontrar e perguntar se irás perdoar os crimes passionais, mas seus lábios finos se congelarão e serás incapaz de proferir uma palavra, apenas voltarás para beijar sua rainha, não a mim.
Só de pensar que não vai ficar sequer assustado, ou surpreso por eu não mais estar aqui, nem para dizer as últimas três palavras que eu tinha para dizer. Eu escrevi o bastante para te dizer que nas trevas, a luz brilhou, mas sua visão cega não viu, apenas desejaste ter um sorriso eterno.
Levaste o meu fôlego, e eu fiquei aqui nesse vazio escuro preso nessas mentiras, onde eu tinha de fechar os olhos para conseguir enxergar a tua face. Mas, eu digo que não hei-de beijar os teus lábios novamente.
Meus olhos de prata contam histórias de heróis que tiveram de pagar os seus pecados com o próprio sangue. Era suposto ser bem claro, mas eu só posso ser isso. Apenas vejo o medo brotar do chão seco, como agora mesmo. São apenas diferentes traços de ficção, até o anjo silencioso que lembrava-me do tempo perdido.
Podes por favor, tentar dizer cuidadosamente que não mais precisas de mim? Eu não sou o teu troféu que se perdeu. Tua verdade é uma decepção que se traduz em veneno para me matar, e tua tuas palavras vazias, agora desenham frágeis sussurros.
Eu vi-te a roubar os meus pensamentos, mas eu não fico surpreso em assistir sua piedade, porque eu também roubei de mim, toda a esperança . Fico eu e os fantasmas que irão rezar pelo filho do rei por toda essa fraqueza, e ao luar da meia-noite, ouvirei canções de quartos mal-assombrados.
Sob as colunas caídas, nossas ruínas lutarão em histeria até que toda majestade e beleza exterior sejam queimadas. Pelo menos nós dois cairemos desta vez. Eu não deveria ter morrido por ti, ao invés, poderia ter continuado a pensar numa maneira de escapar e viver entre a razão e a loucura. Mas acabei sendo quebrado pela vingança.
És mau como Nero, o imperador de Roma, tal como, vais cantar e tocar lira ao me ver queimar por dentro. Poderias acabar isso com um final feliz e suicidar-te em seguida.
Os meus olhos vêem silhuetas de anjos a dançarem sob ruas de ouro. E tu não estás lá. É sabido.
Esse é o Outono nos meus sonhos.




Visite AQUI o meu Outono.

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