"(O «pá!» como tratamento fraterno é um índice — que se vai perdendo — desse tipo de familiarismo igualitário. Que parece mesmo escapar ao fechamento, e abrir para uma sub-jectivação colectiva. «O pá», ou o «pá» com uma certa entoação no fim das frases é um tratamento sedutor de aproximação, de reconhecimento de uma igualdade, para além do estatuto social — o nosso Presidente da República, Jorge Sampaio, empregava constantemente o «pá». No entanto, o «pá» designa um sujeito que não é irmão, nem parente, nem camarada de uma corporação ou de grupo associativo. Enquanto tratamento relacional generalizado, resulta da introdução linguística de um factor impessoal na linguagem familiarista e, no seio do fechamento, de um «fora» democrático.
Há qualquer coisa deste tipo no mecanismo de funcionamento da «malta» — também em vias de extinção. A «malta» não é a horda selvagem, mas também não se molda ao familiarismo. A «malta» era (é ainda) um grupo etário — que se prolongava pela idade adulta — supostamente transgressivo, supostamente marginal, mas inofensivo, obediente à ordem geral que, brincando à matilha nómada e anárquica, procurava escapar à disciplina colectiva que a todos esmagava.)
Com tudo isto, a relação social não precisava de espaço público: o afecto exibia-se publicamente, o familiarismo cimentava, substituía (e roubava) tudo o que era suposto funcionar no espaço público, a livre expressão, a livre associação, a criação livre. O familiarismo subvertia a ordem da subjectivação nos domínios público/privado. No espaço público manifestava-se o privado, porque o público tinha desaparecido, e com ele, a cidadania, o direito de cada indivíduo a tornar-se um sujeito público, etc.
(Em terceiro lugar, a democracia dos afectos não era realmente afectiva. Não existia de maneira total e eficaz. A descrição pertinente do fenómeno exigiria que se entrasse em mecanismos de uma grande complexidade. Por exemplo, que sujeito se produzia assim no espaço público-privado do familiarismo? Como funcionava, enquanto dispositivo de subjectivação, o gregarismo português?
Se o analisássemos mais profundamente, constataríamos que o «sujeito afectivo» se exprimia publicamente em muito menor escala do que afirmámos. Que se reduzia muito mais a um indivíduo fechado (mesmo «afectivo») do que a um cidadão.
Que o substrato emocional-sentimental desse ser social tendia a constituir estratos imaginários que o isolavam em si próprio frente a outrem, construindo muitas vezes um «eu» delirante e megalómano.
Por outro lado, o espaço em que se exercia o familiarismo comportava uma extensa zona de sombra. Uma zona de clandestinidade do desejo. Com efeito, não nos referimos aqui à clandestinidade política, mas a um outro tipo de existência furtiva.
No tempo do salazarismo e, paradoxalmente, em parte contra a democracia afectiva do sujeito individual-social, criou-se uma outra vida de expansão dos afectos. Mais do que afectos, tratava-se, no fundo, de desejo. A clandestinidade, nas condições do regime político-moral do Estado Novo, obrigava o desejo a distorções, a estratégias, a intensificações que levariam a um longo estudo. Digamos apenas que o próprio espaço urbano se fracturava em dois, desenvolvendo-se na zona clandestina uma outra cidade, com outros sujeitos, outros códigos de comportamento, vivendo como que uma liberdade ao avesso e uma vida amorosa intensíssima.
(Um exemplo entre mil: durante a meia hora que demorava a travessia do Tejo, entre as mulheres que vinham do Barreiro para trabalhar em Lisboa, e que se compunham e maquilhavam no barco, ainda ensonadas, e os homens que tomavam invariavelmente à mesma hora o mesmo cacilheiro, nasciam mil intrigas, sexuais e amorosas, fora do casamento que duravam anos. A urgência do desejo era amplificada pela clandestinidade geral que o Estado moral repressivo impunha.)
Indiquemos um último aspecto da afectividade social do tempo da ditadura: curiosamente, a família e a relação social regida pelo familiarismo surgiam como os únicos lugares de possível inscrição do indivíduo. Não que aí acontecesse de facto qualquer coisa que transformasse a experiência pessoal, ou que fizesse brotar sentido para a existência individual ou colectiva. Se alguma coisa nascia (um conflito, uma catástrofe, uma alegria, um êxtase), era logo abafada, logo lhe eram retiradas as condições para que crescesse e produzisse sentido. Porque, para nada havia saída (um «fora»).
No entanto, o ambiente afectivo reinante, a textura afectiva da atmosfera entre as pessoas era tão pregnante que se criava a ilusão de uma inscrição. Era ali, na família, que a vida tomava sentido. Eram os laços pessoais, sentimentais que alicerçavam a amizade, ou o simples contacto entre os seres, que «contava na vida». Ou seja, aquele estranho efeito do afecto activo (como a alegria e o amor) que consiste em dar a ilusão da imortalidade (por isso o último desejo e a última esperança do moribundo é sentir-se amado), como se de uma inscrição eterna se tratasse, agia fortemente no familiarismo português. Porque sentíamos afectos (ternura, carinho, preocupação dos outros por nós, doçura, solidariedade, etc), estávamos salvos. De quê? Precisamente, do desaparecimento sem deixar rasto, da existência que se sabe sem vestígios no futuro, apagando-se assim toda a sua presença no presente. Salvos da não-inscrição, quer dizer, radicalmente, da morte.
Mecanismo que se assemelha ao do neurótico obsessivo que crê que os seus pensamentos valem por acções (o desejo de agir equivale a uma acção efectuada).
A «democracia afectiva», o familiarismo estão a afastar-se a olhos vistos da vida portuguesa.
Numa sociedade em transição, nada veio ainda ocupar o lugar desse tipo de afectividade social. À medida que se instala e sedimenta a democracia política, a subjectivação correspondente (o sujeito dos direitos democráticos) não se constituiu ainda, nem os direitos de cidadania, nem os simples reflexos de civismo foram interiorizados pelo português do pós-25 de Abril.
Nesta situação instável, os corpos e os espíritos não se abriram ao novo espaço que a liberdade política devia criar. A abertura produziu-se a um nível formal e os corpos continuaram fechados. Porque, como acabámos de ver, a democracia dos afectos do tempo do salazarismo, longe de abrir os corpos, mantinha-os semicerrados, adormecidos numa ilusão de laço afectivo formador e criativo, mas efectivamente clandestino e imaginário — porque o espaço público não dava vazão ao desenvolvimento e ao trabalho do desejo.
O 25 de Abril não libertou os corpos, senão formalmente, como não alargou o horizonte dos espíritos, senão teoricamente. Não foram os extraordinários e temerários princípios de liberdade substancial que os vários «processos revolucionários» propuseram e quiseram inscrever (pelo menos na Constituição), que transformaram o espaço dos corpos encolhido e enquistado pelo medo e os hábitos de submissão interiorizados durante décadas. A democracia formal criou as condições para a sua transformação mas não a realizou. Depois de várias experiências voluntaristas de abertura — logo abortadas ou engolidas pela prática e pelo discurso políticos — os corpos e os espíritos voltaram aos velhos padrões arquissedimentados.
Simplesmente, agora os corpos afectivos aparecem esgotados pelo investimento contínuo e intenso no «trabalho revolucionário». Mais recentemente, a partir do fim dos anos 80 — a afectividade social de antigamente e o familiarismo sofreram golpes decisivos com a desestruturação da família e com um acontecimento único, talvez, na história de Portugal, o enriquecimento súbito, possível, para uma grande parte dos cidadãos, e a saída definitiva da situação geral de pobreza em que o país vivera durante séculos. Ainda que a pobreza continue a atingir, hoje, mais ou menos dois milhões de portugueses...
Para compreendermos melhor este último factor de transformação das mentalidades, num processo ainda em curso de abandono da pequenez e da conquista de uma outra dimensão, consideremos um pequeno exemplo: a modificação brusca de uma economia familiar de poupança para uma economia de consumo desenfreado.
O corte operou-se com o cavaquismo, e com a torrente de dinheiro que choveu sobre Portugal vinda da Comunidade Europeia. «Enriquecei!», eis a palavra de ordem da política económica cavaquista, que ecoou aos ouvidos dos portugueses como uma libertação.
Libertação de quê? Se nos lembrarmos do que a economia de poupança salazarista tinha, durante muitos anos (reforçando hábitos ancestrais), produzido nos comportamentos das famílias, seremos capazes de formar uma ideia mais exacta da profunda modificação que então começou.
A poupança não foi apenas uma técnica, por assim dizer, artesanal, de amealhar, nem, certamente para o povo, de «acumular capital». Foi uma estratégia de sobrevivência, entre as condições mínimas para subsistir «dignamente» enfrentando eventuais desgraças futuras (doenças, acidentes), aumentos de despesas (filhos, festas, etc.) num país em que não existiam praticamente segurança social e apoio à saúde; e a ambição de se elevar a um nível de vida um pouco melhor. A poupança não se praticava unicamente nas classes populares, abrangia quase sem excepção as classes médias.
Que significava poupar? Restringir o desejo ao mínimo indispensável para criar um «pé-de-meia». O que impressiona, hoje, é a obsessão, a continuidade obstinada, a paixão quase, com que se poupava. Poupava-se na comida, na roupa, na casa, nos divertimentos, nos prazeres da vida de toda a ordem. Umas calças podiam durar dez ou vinte anos mesmo, e os sapatos outros tantos; remendavam-se camisas, cerziam-se saias, guardavam-se os restos da véspera e da antevéspera para as refeições do dia seguinte. Aproveitavam-se as águas usadas da cozinha para as verter na sanita, economizando gastos da companhia. Não se deixavam inutilmente luzes acesas etc. etc.
Economia familiar de medos e esperança, com os seus pequenos potlatchs nas celebrações cerimoniais, nascimentos, casamentos, festas do calendário religioso.
Não é difícil imaginar as consequências de um tal regime de vida. Redução do espaço de expansão dos corpos, dos movimentos próprios de exploração, de investimento afectivo, de liberdade corporal, de espontaneidade do desejo. Controlo permanente, autodisciplina mutiladora da vontade de vida (e da vida da vontade). Além do desenvolvimento de um certo egoísmo social que limita a generosidade e a solidariedade, tão largas em geral nas sociedades de pobreza.
Mas também, o desenvolvimento de um espírito cauteloso, prudente, desconfiado. O tempo subjectivo foi assim submetido e moldado a estes imperativos, a poupança impunha uma vigilância permanente sobre os gastos, uma desconfiança arreigada quanto ao que o futuro podia reservar. Os portugueses criaram desta forma dois pares de olhos para verem melhor, para se esconderem atrás de uma máscara avaliando e descortinando calmamente o avesso do visível (e as segundas intenções dos outros — sociedade docemente paranóica). Cultivaram também um certo tempo de prudência, de não-precipitação, uma lentidão que dava ensejo a nunca se deixar apanhar pelo imprevisto.
Curiosamente, este tempo subjectivo não implicava uma vasta duração, com a capacidade de tecer planos e projectos a longo prazo. Porque a poupança era uma actividade continuamente periódica, o tempo subjectivo formou-se também de buracos, de esperas vazias onde nada acontecia. Um tempo envolvente, que não se escoava, que não pulsava (senão, a um ritmo semelhante àquele, saltitante, dos comportamentos de superfície). Um tempo eternamente «adiado», e «territorializado» no adiamento.
À economia da poupança correspondeu, pois, um encolhimento brutal do espaço do corpo, agora abrigado na sua adequada pequenez, e um estreitamento do horizonte da consciência, e da intehgência cada vez mais condenada às estratégias da «esperteza» e do «desenrasque». Encolhimento e estreitamento que, sedimentando-se a pouco e pouco, anquilosaram e enquistaram corpos e espíritos, para finalmente neles se incorporarem e com eles se confundirem.
Compreende-se como a nova ordem cavaquista veio, primeiro, perturbar, depois revolucionar estes hábitos rígidos do homem português. A lógica da poupança seguiu-se, sem mediações, a lógica do consumismo e do desperdício. A pequenez tradicional sucedeu uma escala variável que vai do grande ao descomunal. Mas nem por isso o espaço e o tempo físicos, que assim mudavam, deram lugar a um novo espaço do corpo e a um tempo subjectivo expandido.
Por exemplo, vêem-se hoje casos deste tipo: um casal (de novos-ricos, ainda há pouco de recursos modestos) manda construir uma grande vivenda e, ao lado, um quarto e uma cozinha de pequenas dimensões. Vivem nestes, e a grande casa fica vazia. Justificam o seu comportamento dizendo que «é para não sujar a casa».
O «enriquecei!» cavaquista provocou talvez as primeiras brechas profundas na experiência do espaço e do tempo do povo português desde há séculos. Se não a modificou ainda, iniciou um processo que, vindo de fora, atingiu estratos de hábitos e mentalidades que começaram enfim a deslocar-se. Porque foi o próprio espaço exterior — rodoviário, urbanístico, territorial — que sofreu transformações radicais. Ao mesmo tempo, os corpos portugueses foram, muito lentamente, adquirindo novos gestos, perdendo velhas estereotipias. Eles próprios vão modificando o seu metabolismo interno.
O horizonte do espírito e do pensamento leva mais tempo a abrir-se e a alargar-se. Curiosamente, o processo de transformação representa uma violência que irrompe de fora para dentro, repentinamente, artificialmente. A União Europeia já entrou em nós e modificou o nosso mapa geográfico, as nossas leis, a nossa economia, fez desaparecer muitos comportamentos ancestrais, perturbou a nossa afectividade social, deslocando-a, pervertendo-a, abolindo-a em múltiplos casos. Mas se a Europa entrou em nós, nós ainda não entrámos na Europa. Às transformações económicas e tecnológicas que a Comunidade Europeia impõe ao nosso país, nós respondemos com uma resistência (sobretudo passiva) que se apoia em velhas estratégias de «inteligência de sobrevivência», que têm décadas, talvez séculos. Moldadas em estratos inconscientes, elas condicionam os principais reflexos de defesa, constituindo uma verdadeira barreira ao «desenvolvimento».
Por isso o país não se desenvolveu realmente, durante estes anos de riqueza que nos foi oferecida de bandeja (claro, com contrapartidas destrutivas, se nada fosse feito). Não operámos nem revoluções radicais na educação (condição primeira do desenvolvimento), nem criámos planos de reorganização da economia, da administração, de reforma fiscal, de investigação científica ou da saúde. Perdemos — estamos a perder — uma oportunidade única. E o nosso frágil tecido económico esboroa-se dia após dia. Portugal arrisca-se a desaparecer".
Gil, J. (2005). Portugal, Hoje - O medo de existir (2 ed.). Lisboa: Relógio D'Água, pp. 63-71
8 commentaires:
Não concordo que o desaproveitamento dos fundos europeus -- e falta de desenvolvimento -- tenha as principais raízes no psicológico colectivo. Pelo contrário, houve muitos que tentaram aceder a esses fundos para criar empresas, mas esses fundos foram roubados para os bolsos de alguns, que são apenas ladrões e não empreendedores, castrando os verdadeiros empreendedores. Não foi devido a audácia psicológica que o país não se desenvolveu. De outra forma, gente pobre nem se teria dado ao trabalho de ir para a faculdade.
Foi mesmo a cultura de impunidade generalizada que se instalou depois do 25 de Abril, se calhar um reflexo a 180 graus da repressão fascista em que se punia tudo (o que não agradasse ao regime). Mas as causas são mais políticas do que sociológicas ou mesmo psicológicas. Prova de que o português é um povo empreendedor é que aqueles que podem partem, sempre partiram, e continuam a partir, para onde lhes dêem oportunidades. Não há medo nenhum de existir. Isto foi escrito por um senhor que vive na sua concha e provavelmente nunca soube o que foi faltarem coisas em casa, por isso dou-lhe um valente desconto. Ricos a tentarem falar dos pobres só pode dar merda.
Olá Gotika,
Penso que não há reducionismo psicológico nos escritos do Gil, o que seria de evitar, aliás. Há sim a grande vantagem de apontar estados de espírito que continuam a obnubilar os portugueses, estados herdados do salazarismo. Isto constitui uma grande vantagem numa época de crise para a qual ninguém tem soluções e em que se notam cada vez mais saudosistas a tentar dourar a pilula do «Grande Papá Todo Perfeito» comparativamente ao qual os supostos filhotes democráticos são eternamente menores. Esta aparente menoridade é inevitável e não há outra maneira senão dar tempo ao tempo, aguentando as angústias e incertezas típicas de sociedades abertas.
Sobre os fundos desviados desde o tempo do Cavaco, e do facto de isto se dever ao sistema, sem dúvida, de acordo. Mas não se esqueça que se o «sistema» permite que sejam os ladrões a ganhar terreno aos honestos é porque o «sistema» está feito de acordo com os tradicionais amiguismos. E aqui voltamos ao mesmo: porque é que a mediocridade é constatemente promovida? Os sistemas são sustentados por pessoas.
Sobre a "audácia psicológica", como refere, e os sistemas sociais a coisa parece-me mais complexa. Lembra-se da Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, do Weber? Os sistemas sociais e religiosos (como o protestantismo) podem conter e promover zonas de liberdade da iniciativa individual e ainda assim estarem para além da mera psicologia individualista limitante.
Concordo que houve alguma impunidade com o 25 de Abril, mas Portugal era um país de rastos, analfabeto, saído de uma guerra colonial estúpida que não serviu para nada, e pobre. Depois de decénios de repressão, as extravagâncias da liberdade fazem a sua aparição.
Que o português é empreendedor lá fora, até aceito. O enigma é porque razão deixa de o ser quando volta cá para dentro? Conheço professores universitários que fizeram excelentes carreiras nas universidades estrangeiras e quando voltam para cá só arranjam conflitos e acredito que isto seja a norma.
Qaunto ao Gil, ok, é um betinho do sistema. Mas isso não impede de estar a referir na altura certa aquilo que toda a gente sabe. Como sabe, a evidência é uma das figuras do recalcamento e, portanto, quando alguém tenta sistematizar o evidente corre o risco de tocar na núcleo do problema e simultâneamente ser ignorado por quase toda a gente ter vivido o problema relatado embora por sistema sempre o tenha afastado.
abraço para si
por um lado é o ó pá, por outro O Sr Doutor... e agora tal como no tempo da outra senhora!
Olá E-ko
Nem mais. Lindley Cintra, se não estou em erro, referia num estudo da língua portuguesa que os títulos académicos ocuparam na sociedade civil o lugar dos antigos títulos nobiliárquicos.
abraço
e depois os ó pá acham normal que os senhores dôtôres cheguem a posições em que dominam, mas quando por competência mas sem títulos alguém pretende lá chegar: é simplesmente impossível, não só porque quem tem títulos não deixa (mesmo que não tenha a competência)e quem não tem impede! e no primeiro caso seria um despeito tinjido de inveja e no segundo a pura inveja!
em muitos países, conta mais a competência do que os títulos académicos, para muitas funções, aqui tem-se que ter pelo menos uma licenciatura, e feita por cá... os preconceitos das nossas elites são tão totos como elas.
Emigremos, pois, para os PALOP... Dizem que está a dar...
«Que o português é empreendedor lá fora, até aceito. O enigma é porque razão deixa de o ser quando volta cá para dentro?»
Porque não o deixam. Tal como os empregos estão ocupados com os sobrinhos, é preciso trazer muito dinheiro de fora para investir. Não basta ter boas ideias. Os bancos, dos tios dos tais sobrinhos, não emprestam.
Mas será que os empreendedores voltam mesmo? Não falo do emigrante que fez uma vivenda na terrinha e volta depois de reformado. Falo dos empresários a sério, que entretanto já têm a responsabilidade de dar trabalho a muitas famílias... estrangeiras. Esses voltam? Vêm investir no país com dinheiro muito suado? Se o fazem, depois de como o país os tratou, são uns patriotas. E o país não os merece.
Enviar um comentário