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sexta-feira, 6 de março de 2009

Tripa Seca


Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas


Mil noites atravessei escrevendo contos da minha fatigante jornada. 
Um pobre andarilho farrapo em ruas esdrúxulas , admirando o brotar espontâneo de versos líricos, obviamente com fraco sentido de realidade.
Queria ter levado uma vida como aquela, vivendo da boemia, entorpecendo-me na luxúria, ordinariamente cultivando a volúpia e as ideias erróneas da minha cabeça tarada.
Sim, realmente era esse o cenário que procurava, mas não o encontrei. Tracei planos que abandonei ao meio. Hoje culpo a minha essência debochada e cheia de cores. 
Sempre me resta a música lúgubre que embala as minhas tagarelices melancólicas.
Três desejos ansiei, nenhum a mais. O sonho da minha vida é crivado de lápis-lazúli.
Nas cortinas ásperas do meu fértil imaginário, ligeiramente disparatado, bordo a paisagem inatingível outrora desfeita em migalhas.
Doeu muito. Doeu…
Ah, se eu tivesse a habilidade de parar o tempo! Minha alma imergir-se-ia naquele cenário de dementes e sentiria beijos indecifráveis queimarem-na, e o meu fétido corpo seria igualmente marcado com ferros rubros numa aliança involuntária. Há coisas que não têm volta. Assim, não obstante, rangeria os dentes com toda a força porque já não haveria impulso afetivo algum. Nesse momento já teria eu sucumbido e a decadência personificado-se em mim, vil poeta urbano, cansado da nauseante vida.
Prefiro fumar, e descontrair, e não me importar com as rimas, como agora faço, porque nunca fiz nenhuma, nem sequer uma postiça.
Pobre alma.



Há um Tripa aqui.

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