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Não, não, de todo, o texto não é meu, é da Leonor, mas retrata brilhantemente um mundo desconhecido da maioria dos Portugueses (Nota: nenhum dos retratados é filho de Emídio Rangel, do "Búfalo da Coca" ou de Albino Almeida. São só filhos do homem comum, por muito que isso custe ao homem comum e não comum)
"[...] Em contexto de sala de aula, os alunos ouvem música, recusam-se a tirar os fones e, muitas vezes, dançam e meneiam-se ao som da "batida sonora". Comem frequentemente e já aconteceu haver bolachas a "voar" entre carteiras. Com frequência, voam também correctores, canetas, bolas de papel, pedaços de borracha, aviões de papel, tudo o que dê para divertir. O barulho é excessivo, e cruza-se com risotas continuadas, que só excepcionalmente permitem que o professor se faça ouvir. A irresponsabilidade é total e estas atitudes "atraem" também a minoria que tenta ouvir alguma coisa. A linguagem é obscena, desbocada e até escatológica. De vez em quando sai um assobio. Alguns alunos usam as calças nas pernas, ficando com as cuecas à mostra. Quando se referem aos professores fazem-no com uma linguagem algo imprópria e desrespeitadora. As conversas da aula (entre eles) são por vezes sobre assuntos desviantes e os interesses são totalmente divergentes dos da escola. Raras vezes há mais do que dois ou três alunos a ouvir o que o professor diz. A maioria passa as coisas do quadro para o caderno, de modo automático, sem interiorizar o que está a escrever, porque está a ouvir música em simultâneo. Frequentemente os professores das salas contíguas batem na parede tal é o barulho por eles provocado e também assistem com frequência aos seus desacatos. Mesmo autorizados a fazer os testes com consulta, os resultados foram fraquíssimos. Quando chamados à responsabilidade, a culpa é dos professores, não ajudam nada, eles é que são vítimas da injustiça. Quando são repreendidos "não fizeram nada"... "estão a ser perseguidos"... "o professor está ali só para os lixar" e portanto "vão ao Conselho [Executivo]".
Desde o meio dia de hoje que, volta não volta, me rio até às lágrimas com este texto fabuloso.
Espero que vos devolva a esperança sobre o futuro de Portugal...
Boa noite.
(Pentágono não sei se para rir se para chorar, no "Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO", e em "The Braganza Mothers")
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