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Antigamente, antes das alterações climáticas, a "Silly Season", também conhecida por Época Laurinda Alves, costumava começar por esta altura. Hoje em dia, prolonga-se pelo ano inteiro, com algumas recaídas. Amanhã, Michael Jackson, o tal que mamava criancinhas, mas só teve azar de não estar inscrito no P.S., vai a enterrar no Santiago Barnabéu, tendo já a família avisado que qualquer assistente que se atrevesse a comparecer, sem ter comprado ingresso, seria impiedosamente abatido. Parece que já estão a treinar no Bairro de Santa Filomena, portanto, amanhã, anuncia-se escaldante. Todavia, isto acontece no Hemisfério Civilizado, enquanto nós inisistimos em permanecer na Cauda da Europa. Somos um povo sublime, e basta pensar no TGV, que, enquanto urgência pela Europa que viajava, foi moda nos Anos 80; nos Anos 90, descobrimos que havia uma coisa com esse nome, e, no início do séc. XXI, conseguimos a proeza de o tornar obsoleto, sem nunca dele termos usufruído. Acho que, com a "Passarola", foi o mesmo, pelo que deve ser crónico, ou seja, passar adiante, e "cagar", como o Manuel Vilarinho. Quanto ao resto, nós, os ordinários, os bloguistas sem princípios, a "gentalha", fomos, aos poucos, descobrindo que éramos pérolas deitadas a porcos: eu sei que é chover no molhado, mas, das muitas vezes em que descrevi Manuel Pinho tal qual ele era, era eu o tarado, o escatológico e o indigno de um país de grande classe, mas chega de lamentações, e vamos ao provérbio: a expressão "pôr os cornos", como em tudo o que é do vernáculo português é muito elegante, os Ingleses, por exemplo, dispensam-nas, fazendo "lan-parties" e "swing", também chamadas trocas de casais, durante as quais desaparecem as Maddies. Ora, se a forma é vulgar, melhor, reles, a essência é sublime: Portugal é um país a quem longas gerações de políticos puseram os cornos, "enganaram" -- outro termo lindo, ao nível do "séria, limpa e honrada procura cavalheiro com meios para amizade, ou algo mais".
Pessoalmente, quando voto, não procuro amizade, e, muito menos, "algo mais": bastava-me o rotineiro de qualquer estado civilizado, coisa que, trocada por miúdos, representava ter à cabeça do Estado gente com o mínimo de decência, e que não nos pusesse os cornos.
Não temos, nem nunca teremos.
Visto ao inverso, os cornos públicos do Manuel Pinho são uma prova de coragem, representam um homem generoso, que tanto fez por Portugal, e mais fará, mal lhe arranjem o tacho do costume nalguma coisa privada paga pelo Estado. Para mim obviamente, como para milhões de Portugueses, a sua memória resumir-se-á à derradeira imagem reles do seu reles perfil: é para isso que servem as televisões, graças a deus. Felizmente que se foi embora, e foi substituído por outro homem sério, limpo e honrado, o Pargo das Finanças, agora erigido em Moreia da Economia e Finanças. Gosto muito dele: já o estou a ver em Setembro, na "rentrée", quando isto estiver dez vezes pior do que agora, a fazer corninhos ao Cristiano Ronaldo, em Neverland. Diz ele que a sua prioridade é a retoma não sei do quê. Suponho que essa retoma seja equivalente ao "Pugrèsso", do Cavaco, mas temos de ser subtis, e saber ler o que ele está a dizer nas entrelinhas: hoje toma posse como Ministro da Economia, amanhã, o seu "pugrèsso" será tomar posse da Pasta da Agricultura, quando a Boca de Esporra Doce também fizer corninhos na Assembleia, e, depois, como Ministro da Educação, quando a Lurdes apanhar com uma garrafa nas hastes, enfim, um Super Ministro de Tudo, acho que Einstein andou a sonhar com isso na Teoria da Unificação, e mal sabia ele que a coisa era um ovo de colombo e ia ser feita durante o agoniante reinado de um pseudo-engenheiro.
A verdade é que o futuro a Ferreira Leite pertence. Vamos voltar aos velhos tempos dos "boxeurs" do Alto do Pina, da "Miss Fardas", mas agora versão muito mais charmosa do Nuno Melo, que o que a Portas agora quer são homens e descanso, e a Manela, escalavrada como o Grande Canyon, e sorridente, porque lhe deve dar um gozo do caraças enterrar aqueles gajos que, dentro do ninho de lacraus do seu/dela Partido lhe davam uma semana de longevidade, está a resistir. Tenho, pela Ferreira Leite, o justo gosto do jogo limpo, e sempre defendi que quem tinha comprado a cama nela se deveria deitar. Espero, ansiosamente, pelo seu governo minoritário, que vai a ser a musa de alguns dos meus melhores textos, lá para o Inverno. Até lá, não a vou hostilizar, porque os Búzios da Bahia já me disseram que a coisa está mais do que certa. Vão ser lindos, os encontros de quinta feira, entre ela e o cadáver do Primeiro Cavaquismo, a relembrarem os velhos tempos, quando ele a pôs na rua, por incompetente, e ela depois voltou, gloriosa, para dirigir a Educação, coisa que qualquer azémola está capacitada para fazer, nesta coisa em forma de país. Vão sentar-se à secretária, e o Cavaco vai ensinar-lhe a fazer a Boca do Ataque , os dois de boca em "O", com a Maria de Centro Esquerda a marcar o ponto, e o neurocirurgião do Conselho de Estado, Lobo Antunes -- estranho, um neurocirurgião no Conselho de Estado, nomeado pelo Aníbal, não acha?... -- com a seringa na mão, não vão os dois empolgar-se mesmo e ficar com a boca, para sempre, em "O". Ia ser mau para eles e para o país: um Governo a fazer corninhos, e a Presidência da República petrificada, com a boca em "O", como se lá tivesse havido uma Pompeia qualquer. Mau, muito mau...
Até que este cenário se instale, não vou hostilizar ninguém... quer dizer, um dia destes, ainda faço o tão prometido texto sobre o Colar de Perólas da Manela, mas num tom carinhoso, já que temos de contar com ela para arrancar este flagelo, e para arrancar este flagelo até alianças com o Diabo faço. Como diz o espírito popular, depois, logo se vê, embora eu já esteja a ver clarissimamente o... depois, mas isso sou eu, que tenho algumas doses de vidência. Vocês podem ir imaginado: comecem pelo pior possível, porque, a partir de aí, tudo é ganho...
Portanto, resumindo, Teixeira dos Santos irá acumulando pastas, à medida que os Ministros forem recebendo ordem de abate, Ferreira Leite já estará a ensaiar Boquinhas em "Ó" -- Ò p'ra ela!... -- e, no meio disto tudo, vou votar no Santana, para ainda provocar mais bagunça, e o leitor sei que me está a pedir para rematar este texto com chave de ouro: posso tentar, e dizer-lhe: é livre de votar em tudo o que quiser, de não ir, de pôr, no papel, corninhos e bocas em "Ó", vote em tudo, exceto no P.S. e no Bloco de Esquerda, se não quiser apanhar com mais estragos colaterais do Socratismo. Tenha é plena consciência do que vem aí, e depois não se queixe, está bem?...
O meu derradeiro carinho vai para o dejeto em que se tornou o Partido Socialista, nas mãos da corja socrática: vocês não me enganam, e sei que estão todos a trabalhar, a fundo, noitadas, olhos vermelhos, "brain-stormings" de Prozacs e 500 "bicas", para o vosso resultado histórico... Ah, sim, acho que vocês ainda não sabem que vão ter um resultado histórico: amigos, é a Câmara Municipal de Almada, com os seus gloriosos entre 2 a 3% de votos no P.S.
Melhor, como me disse ontem, ao telemóvel, o Vítor do Aventalinho, de seu nome Constâncio, uma previsão séria de 2, 76%: o melhor resultado do Partido Socialista, desde que Soares desistiu de pisar a bandeira nacional, em Londres.
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