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sábado, 12 de setembro de 2009

Campanha Eleitoral, no tempo do triste remendo em que Portugal se tornou

Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas

Criação KAOS
Dedicado ao Eduardo, justamente porque isto surgiu numa imprevista conversa noturna...

Começa hoje oficialmente essa porcaria a que dão o nome de "Campanha Eleitoral": antigamente, traduzia-se em lixo de cartazes e panfletos a esvoaçar pelas ruas. Hoje, é mais sofisticada e mentirosa: reduz-se a horas de "Photoshop", a tentar branquear focinhos, quando os grandes problemas estão, mas é, nas almas e corações.
É verdade que falámos antes destas sondagens, mas o Eduardo ainda acredita nalguns pais natais, e eu também, quando me convém: antes isso do que andar a dar na coca, como o Balsemão e o Miguel Sousa Tavares, ilustre caloteiro, que lá foi, há éons, para o Brasil, com duas golpadas de 500 "contos" -- era muito dinheiro, na altura -- e houve, contaram-me, quem nunca mais o visse, mas isso era agora só um devaneio. A verdade é que, no final deste mês, vai sair das urnas um governo minoritário, que uns querem crer ser do Agente Técnico de Engenharia José Sócrates, outros da Drª. Manuela Ferreira Leite.
Como já expliquei, não sou ferreira leitista, mas, curiosamente, e já que temos de discutir a coisa no nível do escatológico, ou seja, na pequena separação entre o fim do cólon e o princípio do esfíncter, Sócrates já nem nojo me mete, e Ferreira Leite é como tudo na vida: no dia em que isto se afundar, alguém terá de estar ao timão e há um mínimo de patriotismo em que devessemos evitar que um país que começou com um sonhador acabasse com um vigarista.
Os barões do PSD, misóginos, e capazes de trair o próprio partido para sustentar as suas miseráveis vaidades pessoais, são meninos para acender as tais velas negras, para que Ferreira Leite perca: ia ser um "day after" de penas escuras e sangue de galinha espalhado por todo o lado, e, sinceramente, a senhora, nos antípodas das minhas simpatias políticas, não mereceria isso: muito mais gozo me daria ver cair para o lado, com um buraco na testa, um Júdice ou um Proença de Carvalho, mas isso é só porque sim, coisas minhas, embora eu saiba que há quem perceba bem o sentido destas linhas.
O que discutíamos, nessa noite passada, é que a Man'ela lá ganharia, mas teria uma Maioria negativa, de "Esquerda", a servir-lhe o tempo todo, nas Cortes, de travão de mão.
Era isto que fazia o Eduardo chorar baba e ranho,
ora,
acontece que, depois de passar uns tempos a remoer na hipótese, fui assentando nalguns valores, algo excêntricos, mas que solucionariam esta espécie de nó górdio que todos os Portugueses sentem, ao pensar no Dia da Eleição.
No palco de idiotas e palhaços que têm ocupado o nosso cenário político, desapareceu qualquer tipo de valores e de verticalidade. De algum modo, vale tudo, e há prazer em exibir publicamente que tudo vale, como aqueles casalinhos de sexta a noite, em que ele deita o banco todo para trás, e ela finge que está a gostar do que ele lhe pede para fazer. Como na anedota da loura, há aqui muito da diferença entre "mamilo" e "mama". Para ela, o mamilo é onde lhe costumam chupar; para ele, "mama" é uma ordem, a quem ela deve, pura e simplesmente, obedecer. Sócrates pertence à segunda parte da frase.
Suponhamos, pois, um daqueles aldrabões das sondagens, a fazer o papel de Constâncio, e a tentar descobrir, muito perto da meia noite, para onde vão aquelas milésimas que decidirão o vencedor. No Cenário Sócrates -- deus nos proteja de tal... -- lá viria o Bloco de Esquerda a correr, uma espécie de Caster Semenya, com as tetas muito penduradas, mas os colhões todos metidos para dentro. Os estrategas do Aldrabão estão a apostar forte nisso, fingindo que o Bloco de Esquerda é o grande adversário do PS, para os palermas lá irem votar, crendo estar a fazer "oposição".
Era de emigrar, meninos...
O segundo cenário, mais provável, e que teria de ser lido, antes de mais, como o facto incontornável de que a repulsa levantada em Portugal pelo boneco de José Sócrates teria levado a vencer ancestrais aversões pela figura de Ferreira Leite, é a da senhora se apanhar com algumas décimas milésimas de vantagem sobre o Canastrão do "Freeport", o pseudo-diplomado, o ignorante das regras mínimas de convivência democrática, etc., mais um menino ao colo, chamado Maioria Absoluta, PS+PCP+BE, a fazerem-lhe o pleno das Cortes.
Por estranho que pareça, esta plateia de queijos limianos não seria à Direita que se iria esgatanhar, mas sim à "Esquerda", para começar, com o merecidíssimo chuto no cu PARA SEMPRE, de José Sócrates, e do seu bando de marginais e parasitas, e, mal assentasse a poeira, logo se veria. No Bloco de Esquerda há gente que, por promessas de Poder até no PNR se alistaria, e com esses votos, Dona Manuela poderia contar, nas maiorias "à la carte", consoante o tempero das leis. Portas seria dócil, até porque teve berço, coisa que a mior parte desta corja desconhece. O PS, na sua desorientação, sem ter ainda percebido como é que se podia ter passado de um extremo ao outro, pela estupidez, vaidade e falta de nível de uma só personagem, talvez limpasse o "Garrafão" que nunca diz "NÃO", e tentasse perceber que a salvação nacional passa, de facto, pela adoção, razoável, de medidas de fundo, que não agridam mais os Portugueses, mas se centrem nos profundos problemas de Portugal. Por estranho que possa parecer, o partido ainda mais disponível para uma desiqulibração destas, talvez se revelasse ser o PC.
O PCP, em Portugal, já não é um partido, mas uma tradição. Um bando de gajos que anda há décadas naquilo e que nunca mais de lá sairá. São valentes, e morrem pelas ideias. Como na Tradiçaõ, gosta-se, ou não se gosta, e invoca-se, ou não se invoca, consoante nos beneficie, ou não, e aqui começamos já a falar de posturas, e vamos subindo ainda, até chegarmos a um ponto que creio que poderia beneficiar a pálida, desgastada, secundária e apagada, Manuela Ferreira Leite, que é a de ter nível suficiente para perceber que num tempo de angústia, e acima de quaisquer divergências, terão de predominar as razoabilidades, e a isto chama-se, comumente, Razão de Estado. Um político que devolvesse ao Parlamento o lugar da decisão e a necessidade da negociação das muitas trincheiras, caso a caso da legislação, e forçasse convergências entre pensamentos políticos geralmente inconciliáveis, tornar-se-ia notável, e separaria, por inerência, todo o trigo do joio, talvez a maior reforma de que Portugal precise: a limpeza do lixo que prolifera na Assembleia da República e arredores.
Curiosamente, ao contrário de Sócrates, consigo ver Ferreira Leite a incarnar, com secura e minúcia, esse dificílimo papel de mediação: iriam caindo, que nem tordos, os baronetes do cor de laranja e todos os oportunistas dos rosas e dos "vermelhos".
Sim, eu sei que isto parece muita conjetura e gravidez nervosa de uma das nossas mais célebres parideiras, a Marcela quer morcela, e hoje apeteceu-me incarnar o estilo, o tom e a perfídia da dita cuja.
Também eu queria paz, e não termos chegado a este extremo, mas isto está mesmo muito difícil de arranjar. Hoje, deu-me para aqui, e escrevi assim. Dia 27, logo se verá.

3 commentaires:

MMV disse...

alguém que nos salve!

Abraço

Henrique Dória disse...

O debate com Francisco Louçã mostrou, mais uma vez, ou a incompetência ou a desonestidade da D.ª Ferreira Leite. Que, infelizmente, Louça não aproveitou como devia.
A questão é a seguinte: quais as três principais propostas da D.ª Ferreira Leite para dinamizar ( coloquei, inicialmente, um t em vez do z) a economia:
1º Baixar as contribuições das empresas para a Segurança Social.
2º Baixar os impostos das empresas.
2º Equilibrar o orçamento.
Quanto à primeira medida, baixar as contribuições das empresas para a Segurança Social, a Sr.ª já disse onde iria buscar o dinheiro para equilibrar o orçamento da Segurança Social: ao Orçamento Geral do Estado.
Significa isto que irá aumentar a despesa geral do Estado, e, consequentemente, aumentar o défice.
Quanto à segunda medida, significa ela que irá diminuir a receita geral do Estado, e, consequentemente, aumentar o défice.
Logo, as duas primeiras medidas da D:ª Ferreira Leite são o contrário da terceira.
Para conseguir conjugar essas três medidas irá alcançar aquilo que os alquimistas e magos de todos os tempos tentaram mas nunca conseguiram: a quadratura do círculo.
Mas como não acredito que ela esteja convencida de que descobriu a quadratura do círculo, é essencial interrogá-la sobre o que ela esconde: então onde irá buscar o dinheiro para equilibrar o orçamento?
A dita Dona já disse onde não era: aos ricos não pois o imposto sobre as grandes fortunas proposto por Louçã é, para ela, um fantasma abominável.
Restam os pobres e a classe média.
Sobre isso nada diz. Mas nós percebemos bem que, à falta da descoberta da quadratura do círculo antes referida, é aos pobres e à classe média que ela irá sacar dinheiro para tapar os rombos que as duas primeiras medidas irão provocar no Orçamento de Estado.
Essa gente do PSD e do CDS que se tem vindo a baquetear à Trimalcião nos BCP, nos BPN, nos BPP, nas EDP e nas GALP, muita da qual veio do MRPP, conhece bem o slogan: os pobres e a classe média que paguem a crise.
Como a Sr.ª não é ignorante, e sabe bem fazer estas contas elementares, a falta de referência ao agravamento dos impostos, sobretudo indirectos, da classe média, não passa de uma desonestidade, de uma falta à verdade dela bem conhecida que diz tudo sobre o carácter da dita senhora que tanto fala de verdade.
A LIBERDADE DE INFORMAÇÃO EM PORTUGAL
Pese embora algumas falhas de Louçã, nomeadamente as derivadas do seu passado trotzquista que lhe faz fugir o pé para o chinelo do endeusamento do Estado, é óbvio, para qualquer observador imparcial, que Louçã venceu claramente o debate.
Mas os comentadores encartados da SIC e da TVI que se pronunciaram logo após o debate e avaliaram a prestação de ambos, deram uma clara vitória a Ferreira Leite, ou, quando muito, um empate.
Muito democraticamente, todos eram de direita.
Assim vai o pluralismo da informação em Portugal.
Também aqui Louçã esteve mal. Deveria ter dito claramente à D.ª Ferreira Leite que o PSD e o CDS quase monopolizam a informação em Portugal, deixando umas nesgas para os outros.
E ela chora lágrimas de crocodilo pela dita censura ao dito noticiário da TVI.
Em primeiro lugar porque a esmagadora maioria dos meios de informação é altamente tendenciosa a favor do PSD, e ela dá-se bem com isso. Quem lhe ouviu uma palavra de censura sobre o saneamento de Marcelo Rebelo de Sousa?
Em segundo lugar porque a TVI não prestava qualquer informação sobre nada. O pasquim da Moura Guedes era um insulto à informação, ao jornalismo e à inteligência, e só o nepotismo do marido permitia que se mantivesse naquele lugar.
O fim daquilo não foi um acto antidemocrático, mas uma questão de higiene pública

Licenciada disse...

Grande insulto são os cartazes pagos pela SIC, para divulgar os Gatos Fedorentos.
De que bolso fedorento virá tal dinheiro?...

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