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Tenho um grande defeito, entre uma multidão de outros: sou muito esquisito na comida. Anteontem, à tarde, dei comigo a espreitar por uma janela, ao ouvir um barulho muito barulhento, que, afinal, não passava de um avião escoltado por uma chusma de caças da Força Aérea Portuguesa. Para quem não saiba, pôr uma coisa daquelas no ar custa, em combustível, manutenção e tripulação, qualquer coisa como 5000 €/hora, portanto, estavam, em pleno céu azul de Lisboa -- eu sou mau em contas, mas vamos imaginar que eram dez, para não ir ao argumento ornitológico do Borges... -- 50 000 € dos nossos bolsos, em linha reta acelerada.
Como sou um romântico, pensei que fosse o Dalai Lama em visita de Estado. O Dalai Lama é uma figura incómoda e tem uma das maiores ditaduras de Estado à perna, e seria natural que a República Portuguesa lhe fornecesse uma escolta digna de frágil figura. Depois lembrei-me de que não recebíamos dalais-lamas, por princípio de abstinência política, logo, não podia ser ele... Como sabem, esta "tournure" irónica foi tão só para vos comunicar que a nossa Força Aérea estava, em peso, no ar, para escoltar um dos grandes criminosos do tempo presente, José Eduardo dos Santos.
Este país, ou, melhor dizendo, esta coisa, que já não é país, mas uma bandeira de conveniência, a latrina dos amigos de Chávez e de Mugabe -- e ainda cá haveremos de ver, em visita de estado, o empalhado da Coreia do Norte, é só uma questão de tempo... -- estava a pôr o cu a jeito para os chouriços de José Eduardo dos Santos.
José Eduardo dos Santos tem, sobre mim, um especial efeito, o de despertar um fundo que rarissimamente tenho: o do puro Racismo, visceral, exclusor e exterminador, pela simples razão de que não consigo, porque tenho olhos na cara, separar a cor do crime da cor da pele do criminoso.
Acontece, eu sei, e deve ser por coisas dessas que não sou perfeito, e assumo-o.
José Eduardo dos Santos é uma figura carismática: há nele um pouco de Pinto da Costa, de Sócrates, do Príncipe de Tayllerand, e, sobretudo, de Beria, daquele criminoso da Sérvia, cujo nome já esqueci, de Khomeini e de tantos outros que marcam, e marcaram, a zona negra da espécie humana.
Aquando do Sol Soviético, Dos Santos serviu, com servidão, o Sol Soviético. Foi um sabujo das ordens da Mafia da Nomenklatura do Kremlin. Assistiu, impavidamente, à destruição do tardio progresso colonial que Portugal efetuou nas terras de Angola. Exportou, para Cuba, fábricas inteiras, que a mão do Ocidente ali tinha deixado. Eram dragas, que raspavam o próprio fundo da plataforma continental, arrasando, durante décadas, vegetação, fauna, e tudo o que se pudesse arrancar, e rapinar, de minérios e maravilhas soltas, todo o litoral angolano. Quando a coisa descarrilou para o outro lado, foi o sabujo da América, da pior América, aquela que troca mutilados por barris de petróleo, e passou de tiranete vermelho a promotor da Democracia.
A "Democracia" de Dos Santos é uma fossa fétida, onde se acumulam milhões de mortos, com o mesmo cheiro dos Khmers Vermelhos, do Cambodja, dos Generais, da Birmânia, ou de Pinochet -- "son ami Pinochet", que só não foi porque não calhou -- mas o Senhor Cavaco, quando o visitou, mais o seu sabujo Durão Barroso, na altura em que estavam a atirar Portugal para a Cauda da Europa, deixando pilhar os Fundos Comunitários, fê-lo passar a... interlocutor. Depois, à medida que a União Europeia apertava o cerco, tudo o que era mau, e já não se podia fazer aqui, começou a deslocar-se para lá. Foi a Segunda Diáspora Portuguesa: a Primeira tinha contado com muitos líricos, que ainda acreditavam na retórica da Fé e do Império, e iam servir nas "Terras Ultramarinas". A Segunda já ia no regime das franquias, com a pior gula no fundo dos olhos, e a mediocridade que acompanha as segundas séries. Era, e é, gente capaz de trocar dez vidas por dez cêntimos, misturada com traficantes de todas as raças, com Chineses ávidos de recursos, mafiosos da Nova Rússia, à mistura com cavalheiros de indústria americanos e Lulas completamente ceguinhos.
Hoje, essa figura repugnante, chamada Manuel Alegre, o homem que diz "NÃO", lá estava, mais uma vez, ao lado das vozes bem comportadas, a defender uma coisa totalmente extraordinária, comparando Dos Santos com D. Afonso Henriques: “D. Afonso Henriques também não era um democrata exemplar” (!)
É verdade, ó, Alegre, mas olha, doravante, faz um pequeno exercício: da próxima vez que nos cruzarmos, muda de passeio, para eu não ter de te cuspir na cara...
Vamos agora à parte técnica: é evidente que Dos Santos é uma mais valia para este cu em que se tornou o Portugal de Sócrates e Cavaco: é como entabular relações com a Mafia Russa, e saber repartir o bolo entre os intervenientes. Como se sabe, desde Vespasiano, o dinheiro não tem cheiro. Com Eduardo dos Santos, o dinheiro não só não tem cheiro como passou a ter sabor, o sabor do SANGUE, coisa que nada pesa nos equilíbrios mundiais, como se sabe. A rameira da Clinton, a reboque do caneco Obama, também já tinha ido dizer à China que isso dos Direitos Humanos era secundário, o que contava era a forma múltipla do "pilim", e, agora, é o Portugal inteiro, dos agachados, que faz vénia ao Preto do Crime e à sua prole, revelando a enorme vergonha em que caiu este despojo nacional. Faz bem: em Eduardo dos Santos há um inimitável princípio de economia, que poderá ajudar a resolver a Crise Mundial. Não é ele o Chefe de Estado de um país onde uma grande maioria tem uma só perna?..., e o território que, de entre tantos recursos naturais mais minas antipessoais acumulou?...
Tudo isso é calma, luxo e volúpia.
Ao sentar-se com esses dois inenarráveis vexames que nos representam, Sócrates e Cavaco, devem ter discutido que, de futuro, para ultrapassar a Crise, até seria possível manter um país modelo, um país económico e "simplex", de gente só com uma perna, e até --por que não?... -- relançar a Economia com uma miserável população sem um braço, sem um olho, ou, mesmo, sem as duas mãos.
Grande filho da puta, que pena não haver quem te tenha ninovieirizado, à catanada, pá, amaldiçoado sejas para todo o sempre, tu, mais aqueles com quem negociaste, e eu ansiosamente à espera de que termine o dia de amanhã, porque, desde que chegaste, tenho o nariz preso entre dois dedos, para evitar respirar o mesmo ar do que tu. Eu sei que é difícil, mas, por ti, até estou a fazer esse pequeno esforço, entendes?...
Vieste criar um novo banco?... Suponho que seja mais um banco de SANGUE.
Sinceramente, não precisávamos, porque já cá tínhamos demasiados.
Gostas de cortar coisas, de armadilhar bombas, de mandar pelo ar, de decepar, esfaquear, executar e eliminar para sempre?..., pois continua, e até me podes cortar a cabeça a mim, pois agora já não te livras de este texto aqui ter sido escrito.
Houve unanimidade!?... Pois, de aqui, não levaste nenhuma.
Fode-te e desaparece!...
Maldito sejas, para todo o sempre, José Eduardo dos Santos, meu escarumba de merda, ralé da espécie humana!...
8 commentaires:
Portugal tornou-se na sala de estar dos criminosos globais: primeiro, Mugabe, agora, este
Isto NÃO É a rubrica dos "discos pedidos"...
Apenas para registar o facto da puta hipócrita ter celebrado os 50 anos do regime cubano e se ter "esquecido" de celebrar os 50 anos da invasão do Tibete.
Mas quem sou eu para dizer que a gaja é hipócrita. O mais provável é que sofra de algum tipo de amnésia selectiva. Será Alzheimer?
Sobre o texto do Arrebenta (como sempre, 5 estrelas): este tipo de "racismo" até eu o subscrevo, porque é bem merecido.
O único partido que esteve à altura dos valores democráticos, foi o BE (o que não deixa de ser paradoxal).
Aos restantes, parece ter faltado espinha dorsal.
Simplesmente o melhor texto do género que já li! Faltam-me palavras para dizer da admiração que sinto!
Só é pena a referência à cor da pele, que não é tida nem achada na pulhice humana, pois há bandidos miseráveis ascorosos de todas as cores e feitios.
De facto, os Mugabes, Chavez, dos Santos, são muito bem vindos pelo Sócrates e sua quadrilha. O Dalai Lama, não.
Ufff! Depois de ler este texto até me parece que respiro melhor.
Jorge Arriaga, você agora fez-me lembrar as sábias palavras de Alberto Pimenta no «Discurso Sobre o Filho da Puta». Cito de memória: há filhos da puta ricos e filhos da puta pobres, há filhos da puta gordos e filhos da puta magros, há filhos da puta altos e filhos da puta baixos, filhos da puta de direita e filhos da puta de esquerda, filhos da puta religiosos e filhos da puta ateus, filhos da puta brancos e filhos da puta pretos. A condição de filho da puta é a coisa mais democrática que existe
Bom dia. Apesar de apenas ontem ter lido o seu texto,já consegui informar-me de que os dinheiros que vão ser usados para a formação do novo banco são da Caixa Geral de Depósitos. Ainda não tive tempo para confirmar a informação, mas dada a sua ira (da qual eu partilho) não pude deixar de o colocar a par da situação. Adiantarei mais de futuro.
Manuel Alegre é um cancro da Política Portuguesa
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