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É público que adoro Lurdes Rodrigues e o seu explicando, José Sócrates.
Já escrevi quilómetros de coisas contra a mulher, algumas delas que já deram a volta ao Mundo, ao ponto de me as reenviarem por email, como se não tivesse sido eu o autor... Hoje, pelo contrário, venho dizer bem dela, por uma razão simples: porque sou um romântico incurável, e num momento grave, como o que atravessamos, comoveu-me ver o "Engenheiro", cujos gritos já não impressionam ninguém, e só levam as vizinhas de baixo a bater com a vassoura no tecto, sempre que ele entra em hipoglicemia política... comoveu-me vê-lo de mão dada com Lurdes Rodrigues, sinal de que já nem em Paulo Pedroso confia, apesar de o Estado ir fazer nele um valente esforço de reequipamento de 100 000 €, como se qualquer má reputação se pudesse comprar com cosméticas financeiras...
Gosto de mulheres assim, que surgem nos momentos difíceis da vida de um homem, lhe dão a mão e se sujeitam a aparecer em público com ele, mostrando que, no fundo de cada coração feminino, há sempre uma discreta Penélope, à espera do seu Ulisses.
Maria de Lurdes Rodrigues, dizem os que com ela privam, é uma mulher dócil, tão capaz de ter em casa um marido, corcovado, como 50 gatos, daqueles que empestam uma escada, e estão aluados o ano inteiro.
Como não conheço o marido, optei, nesta ficção, pelos 50 gatos.
Há um ditado que reza que, com os anos, todos os donos se começam a assemelhar com os seus animais, e vice-versa. Presentemente, Lurdes Rodrigues, vítima de uma gravíssima explosão ocorrida há uns quantos meses, em que foi dada como morta, perante 100 000 testemunhas, é a prova viva de que a Medicina da Comunicação tudo pode, e o esforço de plásticas atrás de plásticas, conseguiu que ela recuperasse um pouco daquela figura imponente, sedutora e magnética, que nos levava para diante das televisões, como se as "Twin Towers" estivessem para vir abaixo outra vez.
A verdade é que ressuscitou e anda aluada, como os seus 50 gatos.
Aliás, anda aluada ela e o gajo que costumam tratar por "Engenheiro": não se fala senão de "Sucesso", na Educação, e consta por aí que já há qualquer coisa a "rolar" entre eles... Também era tempo, e não se espantem, se, lá mais para o Outono, ele aparecer de "balão", como a vitelinha da Sarah Palin, nova prova de coragem de ambos, já que, como Ferreira Leite anunciou, "urbi et orbi", o casamento é mesmo para procriar.
Adorava ver o Sócrates a fazer o papel da saloia prenhuda, de chancas, e com a cinta de ligas a aparecer por baixo, depois de inseminado pela sua bela Vaca Charolesa...
Suponho que a criança venha a ter necessidades educativas especiais, mas isso, hoje em dia, é irrelevante, já que funciona tudo ao molho e fé em deus, e logo veremos, quando o momento chegar.
No entanto, não é nada disso que aqui me traz: venho só dizer que AMO o amor que une ambos em público, e que revela que, finalmente, o sebastiânico sonho do Eng. Guterres, a "Paixão da Educação", vai, com 13 anos de atraso, arrancar.
Irá haver milhões para escolas "high-tech", com os professores a cair da tripeça e uma população que continua no nível cultural e intelectual da "Liga dos Últimos", mas isso é totalmente irrelevante, já que, dentro de meia dúzia de anos, talvez menos, tudo será computadores e quadros interactivos, e todos os alunos do 9º Ano irão ter aprovação, quer seja com o abaixamento da fasquia dos exames, quer seja nas Novas Oportunidades, quer seja por terem passado a integrar o contingente dos "Maiores de 23". Em último caso, se a coisa não funcionar mesmo, faz-se um "franchising" com a (extinta) Universidade "Independente", e a coisa passa à pressão, e "cum laude", ou compram-se os árbitros.
Sinceramente, gosto desta espécie de Presidência Aberta que a Lurdes e o Zé andam a fazer pelo País governado pelo Primeiro Comando de Portugal: para mim, que não sou religioso, assemelha-se à Via Crucis do Senhor Santo Cristo, com todas as etapas e apeadeiros da sua errância escatológica, com a pequena diferença de que, no final, os crucificados não serão eles, mas... todos nós.
Com a Educação não se brinca, e nós perdemos qualquer dos comboios possíveis, excepto o da cosmética, que vai em marcha acelerada contra um paredão que todos nós já conhecemos, uma célebre muralha impenetrável, chamada Cauda da Europa.
Nem tudo, no entanto, podem ser rosas, e eu ando numa fase de voltar a provocar os meus leitores, que andam demasiado anestesiados com uma realidade que já se lhes tornou insuportável, e aqui venho eu, com um final para me comerem vivo: ao contrário da maioria dos docentes deste país, não considero Lurdes Rudrigues uma mulher mal informada. Pelo contrário, acho que é das pessoas com maior quantidade de informação sobre a "Coisa" Educativa, uma espécie de lamaçal, que, se tivessem de lhe analisar a "Caixa Negra", como fazem com os acidentes de aviação, iam levar 5 séculos a descodificar toda a trampa que se enredou lá dentro...
Ontem, se não me engano, e a provar isto, veio enfiar aquela mãozinha sapuda dela, de quem lavou muitas escadas com sabão amarelo, numa das feridas mais bem guardadas do Sistema, o flagelo das "Explicações", e de como muito boa gente, aproveitando-se da menor mancha que a leccionação lhes ocupa na vida, adora ter os horários arrumadinhos, de manhã, para ficar "despachadinho/a", e depois ir para casa, enfardar meninos e meninas a quem tornou a vida num inferno, na sala de aula, ou a cumprir a tarefa de treinador/a para os exames, coisa que rende fortunas, com muita da gente que torna os exames enigmáticos e intransponíveis, a ser a mesma, que, a soldo de ouro, depois oleia as engrenagens dos pobres diabos que a eles se têm de submeter. Matemática, Física e coisas congéneres, então, parece que são a galinha dos ovos de ouro. Oficiosamente, há empresas que se dedicam a esse tráfico do Intelecto; particularmente, muitas mesas redondas, com naperon de renda por cima, encobrem uma autêntica economia paralela, que foge ao Fisco, saqueia os Pais, torna explicativo-dependentes os Filhos, e arruina a seriedade do Sistema Público de Ensino, já que o carrasco da aula é, depois, o enfermeiro que, muito solícito, vai a casa.
O paralelo com isto só tem igual nos médicos que, a soldo do Estado, escolhem os melhores doentes, para depois os espremerem nas suas clínicas e consultórios privados, ou noutras tantas outras coisas, que vocês conhecem tão bem como eu, e assim foram tornando este País num angustiante estertor do Terceiro Mundo...
Para que não se sintam desconfortáveis, já que este é um texto notoriamente de provocação, fica-vos o consolo dos aflitos: não fosse a mão dócil da querida Milú, e não se sabe como o seu "explicando" Sócrates teria chegado ao "Diploma" e ao "MBA".
Sabe-se lá com o que terá pago a "explicação": a meu ver, foi com uma Pasta Ministerial, eventualmente a da Educação, mas eu sou uma má-língua, não sou?... Sim, escusam de responder, eu sei que sou: eu sou um genuíno fruto do Sistema de Ensino Português, oh, oh, se sou...
(Pentágono esotérico, no "Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO", e em "The Braganza Mothers")
2 commentaires:
Mais um texto fantástico. Não há mais palavras para elogiar. Já esgotei todas do meu pobre vocabulário.
Tocou aí num aspecto bastante interessante. Falando em concreto do que sei, os programas de Física do secundário têm vindo cada vez mais a ficar pior. O ensino de física deve ser com base em raciocínio lógico, e nada deve ter a ver com decorar fórmulas. Os conceitos são todos dados no ar e sem fundamento nenhum, o que baralha quem os estuda. Para além disso, os manuais estão pessimamente mal escritos, muito pouco concisos e pouco directos...
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