Eu hoje estou muito satisfeito, primeiro, porque o KAOS fez uma imagem que eu tinha pedido, da Sarah Palin, e eu fiquei logo gugu-dadá,; depois, o Sócrates deu-me um "Magalhães", que me permite ir ver cenas de sexo com animais, um dos meus poucos vícios, e hoje, finalmente, apareceu na televisão o Hipopótamo da DREN, que eu pensava que já tinha falecido, mas não, estava óptima, tinha ido fazer uma madeixas a um cabeleireiro lá do bairro dela -- Alhos Vedros-Norte -- e vinha vestida com ar de terceira adolescência, umas gangas, umas coisas coloridas implantadas, tive de fazer um "zoom", para ter mesmo a certeza de que era ela, e era: parecia uma "motard" de triciclos infantis, com estampados cor de rosa, um "must", portanto, e até acho que há muito gajo da "Liga dos Últimos", esta noite, que vai ficar cheio de fantasias sexuais com a mula. Se me pedissem uma avaliação, engtre "Excelente", "Muito Bom, "Bom", "Suficiente" ou "Insuficiente" eu tinha de dar a mão à palmatória e carimbá-la como um "Excelente Coirão".
Mudei logo de canal, e caí na véspera, em que outro dos meus amores de estimação, acho que no "Dia D", da SIC, Leonor Beleza, ia ser entrevistada.
Estava mais velha, aliás, estamos todos, e suponho que deva ser a única coisa que nos une, mas fiquei com os nervos todos arrepiados, ao ver aquela Sarah Palin mal assumida, e sobretudo ao OUVI-LA, aquela voz com um harmónico qualquer, estridente, que me faz lembrar que tem um gato assanhado entalado na garganta, e o próprio gato é ventríluquo, de maneira que quando ela fala, é o gato, em segundas vias, que imita a voz dela, uma espécie de trilho rastejante, ao mesmo tempo chicoteante, e permanentemente arrogante e provocatório, como se nada fosse nunca com ela.
Nada, na realidade, foi com ela, e, ontem, ela estava em puro branqueamento de Bilderberg, coisa na qual a SIC é exímia, não tivesse como dono quem realmente tem...
Há meia dúzia de dias, vi-me obrigado a introduzir na "Wikipédia" as correcções necessárias, porque já alguém tinha procedido à "limpeza". Vinha lá algures o seguinte "Era Ministra da Saúde quando se deu o caso da contaminação com o vírus da SIDA a hemofílicos. O caso resultou na morte de 23 pessoas. A sua responsabilidade no caso acabou por não se provar, pelo que terminou ilibada", ou coisa que o valesse, e eu vi-me obrigado a repor a verdade, escrevendo: "ao contrário de processos semelhantes, como no caso francês, a sua real responsabilidade nunca chegou a ser apurada por ter sido declarado prescrito, em 2002, pelo Tribunal Constitucional, o processo levantado pelas vítimas."
O seu a seu dono.
O problema é que nós detestamos a Verdade, e sofremos de uma síndroma semelhante àquela das anedotas, que diz que tantas vezes hás-de experimentar que te hás-de habituar...
Leonor Beleza repugna-me por variadíssimas razões, muitas delas epidérmicas, as outras, evidentemente, éticas e morais. Tem como Proença de Carvalho, uma espécie de repulsor integrado, que, sempre que ela aparece, me dá vontade de me esconder debaixo do sofá. A Portas e aos bons tempos do "Independente" devemos que lhe tenha sido indexada uma mancha, da qual, por mais que se esforce, nunca se libertará.
Ontem, ao revê-la, a fazer aquelas boquinhas de cu de caniche apertado, com as bochechas todas enfiadas para dentro, e a voz de gato esganado enterrada na garganta, só me apetecia praticar cirurgia do tempo em que os ferreiros arrancavam dentes, enfiar-lhe um macaco hidráulico na boquinha, para separar aquele permanente cu de pardal, falso como tudo, e depois meter-lhe uma das tenazes da forja pela garganta, para ver se arrancava o gato de lá, e ela ficava com uma voz que não traduzisse toda a indecência e pornografia, que, até ao fim dos seus dias, ficará associada a todo o seu discurso.
Vinha de sorrisos, e eu acho que uma mulher daquelas tem um peso tal na alma que nunca mais deveria voltar a sorrir, e vinha anunciar um prémio médico-científico, pago com os dinheiros de Champalimaud, outra alma boa a quem cada Português deve, pelo menos, a perda de uma semana de felicidade, na sua vida.
É natural que as almas negras se reunam, por afinidades electivas. Não natural é que ela surja, na SIC, como depois vem, na RTP-N, o Hipopótamo da DREN, como se não houvesse História, Passado, e Erosão das Coisas: convidar o Hipopótamo da DREN para um debate sobre Educação é um insulto à Educação e a todos os seus intervenientes; convidar Leonor Beleza para vir falar de samaritanismo é um insulto às almas e às famílias dos mortos por incúria, mas o que eu venho hoje dizer não é isto, é uma coisa substancialmente diferente, bem mais profunda, que é a nossa incapacidade de aceitar a Sedimentação própria da História.
Algures, num tempo Histórico, Político e Cultural, Leonor Beleza, o Hipopótamo da DREN e Paulo Pedroso foram mortalmente feridos, e caíram-lhes, em cima, justas ou injustas, exageradas, ou não, indeléveis manchas morais, que coisa alguma lavaria, a não ser uma longa travessia do deserto, e um sincero "mea culpa", uma só palavra, ou nem isso, uma só expressão facial que traduzisse um pouco de humildade.
Curiosamente, a SIC, pela mão do seu desavergonhado motor de Bilderberg, está a tentar proceder a um Revisionismo Histórico, e a tentar voltar a fazer engolir, como se de roupa branca se tratasse, currículos que se assemelham a lençóis encardidos, e encardidos para sempre: não é possível recuperar Beleza, nem o Hipopótamo, nem o Pedroso. Para o bem e para o mal, ficou na angústia de uma população inteira que havia histórias mal contadas e justiças que nunca tinham sido exercidas. E que eles próprios tudo tinham feito para que a situação assim se mantivesse. Premeditação, e gelo gelado, Alaska, portanto.
Que distância, todavia, entre a naturalidade da Palin, no meio dos seus dislates, e estas rafeiras sonsas, próprias de um país sem qualquer escala ou vergonha...
O ressentimento do Sistema tem sinais evidentes: é claro que, no lugar de Ferreira Leite, a máquina cega que a suporta gostaria de ter, num tempo, visto Leonor Beleza; é claríssimo que Sócrates é o mero sucedâneo de uma montagem que tinha tudo alinhavado para nos fazer engolir o Pedroso.
Ambos "tiveram azar", e houve quem lhes pregasse rasteiras: a uma, Portas, ao outro, a equipa do "Casa Pia".
Num país normal, estas figuras teriam de transitar para circuitos alternativos. Em Portugal, Nação-Estado e Estado-Nação, profundamente doente, a estratégia é sempre a mesma: tentar voltar a mudar a embalagem e a vender o mesmo produto. Esse é um dos nossos maiores e mais entranhados crimes históricos. Na época Áurea em que toda a Europa já digeria Descartes, entre nós, ainda florescia a Segunda Escolástica, e, mesmo hoje em dia, se se pudesse, ressuscitar-se-ia Aristóteles e o Centrismo do Orbe Terrestre.
Nós, blogues, somos parte importante da consciência da contemporaneidade: ontem, foi a indemnização do Pedroso e a reaparição de Beleza, com sorrisos de tiazinha. Não vale a pena, Leonor, enquanto a Ferreira Leite eu associo uma daquelas baratas gigantes, de Verão, que emergem das sarjetas, e que nós sempre podemos esmagar, dentro de Leonor Beleza há uma coisa parecida com uma víbora, uma naja, uma cobra-capelo, que, mal nós abramos o cofre, se ergue imediatamente, abrindo as suas abas e mostrando os dentes prontos para injectar veneno. Nunca haverá outra Leonor Beleza, senão esta, por mais branqueamentos que lhe façam, e pensem bem naquilo do que nos livrámos, pois poderíamos ter esse mostruoso interior a governar hoje Portugal. Com Pedroso, passa-se o mesmo: Sócrates é, de facto, um pequeno escroque, medíocre e desgastado, mas não tem a frieza do tipo que estava predestinado a ser Primeiro-Ministro de Portugal, e que o faria com o mesmo olhar alaskiano com que fala de números de indemnização de um processo onde, de fcato, houve vidas completamente destruídas.
Mas será que houve mesmo?...
Terá alguma vez o "Casa Pia" existido?...
Hoje, foi a vez de outra, meio lelé da cuca, a Teresa Costa Macedo, sentir como uma máquina extraordinariamente bem treinada, pode inverter e rever toda a História.
A minha empregada, cuja formação jurídica é nula, desde logo emitiu um acórdão, cuja profundidade, dia após dia, mais venero.
Dizia ela, "o Luís vai ver que, no fim, só o "Bibi" lá fica dentro..."
É bem possível.
2 commentaires:
Um inglês perguntou-me porque é que eu votaria Obama se fosse americana. Respondi-lhe que há uma fase do desespero em que já se acredita mesmo sem acreditar. É o desespero. O desespero.
Texto notável pelo núcleo sarcástico pesado que transporta. Um núcleo que nos faz sentir a falta de sentido dos actos quer banais, quer "oficiais" com que nos brindam dia-a-dia. Núcleo que vai de encontro aos buracos abertos e habitados pela injustiça que envolve aqueles sobre quem a história nunca se lembrará (partindo do princípio de que só há uma vida, coisa discutivel). Talvez a "justiça" pela qual tanto clamamos se faça por outros meios, fora do reino dos homens.
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