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quinta-feira, 15 de abril de 2010

Grandes Êxitos do "The Braganza Mothers I" - "Congelamento de Carreiras"

Soprou-me, ontem, um zéfiro que aquele rolo de interesses e papel higiénico, chamado Orçamento de Estado para 2007, contempla, mais uma vez, dois tipos de carreiras: as congeladas e as descongeladas. As congeladas, são, por exemplo, uma senhora, na casa dos 50, que andou a estudar, tirou o seu mestrado, e estava à espera de ser promovida para um cargo mais adequado às suas novas funções, e ainda não vai ser em 2007. As descongeladas, pelo contrário, são constituídas por um pré ou recém-licenciado, com um apelido, filiação no P.S., ou um grande caralho, que anda a ser mamado por algum Ministro ou Secretário de Estado, e que, com um ordenado na casa dos 6000€, vem, subitamente, ocupar o lugar da cinquentona congelada. Pedro Arroja, meu conselheiro para esses assuntos, explicou-me que, aí, a Função Pública e o Sector Privado já estavam num regime de paridade ao nível da Economia mais Ultra-Liberalizada do Mercado: as grandes promoções continuavam a ir para os apelidos, as filiações partidárias e andar-se, ou não se andar, a ser mamado por alguém importante. Aquela gaja dos Correios, por exemplo, que emprenha de todos os Administradores, de cada vez que muda a Adminstração, é uma eterna descongelada. Sempre de balão, é certo, mas descongelada.

Eu gosto de viver num país assim. Teria era nojo de um país onde, em cada mudança de Governo, os Governantes procurassem entre os quadros do Estado aqueles que tivessem mais competências reconhecidas, e os chamassem para lugares de confiança, mais perto de si, com um acréscimo de responsabilidade e remuneração. Mas o Estado não confia em si mesmo, e tem dúvidas sobre o tamanho do caralho das senhoras de 50 anos. A própria nossa Senhora dos Duches desconfia de tudo o que não tenha a confiança política da água morna dos chuveiros, e não cheire a gel caro. Objectivamente, nada disto pesa no Orçamento de Estado: são trocos, e mantêm o Governante consolado. Ainda há dias passei pelo apartamento de um jovem que me disse que estava feliz: era sustentado por um ex-Ministro que se deputava agora na Assembleia da República. Perguntei-lhe por que não era assessor, e ele disse-me que não tinha jeito para isso, e prefiria comer o outro, simplesmente, mas à bruta, antes e depois das votações. Suponho que as votações sejam sempre sobre temas morais, tão caros à Direita, e a partidos com vapores de Esquerda. Em Itália, fizeram-lhes a folha: na maquilhagem que lhes punham nos focinhos, para as entrevistas televisivas, estava inserida uma substância, detectora de droga, que reagia cromaticamente: 1/3, se não me engano, acusou imediatamente o combustível do motor da droga, isto tudo, nas vésperas de uma votação, em que iam levantar o bracinho, em coro, para votar CONTRA... a droga... Foi um escândalo, mas escândalo maior seria ainda se inventassem em Portugal uma maquilhagem que detectasse o gosto de levar no cu.
Fechava imediatamente a Assembleia da República, por excesso de casos e liquidez...


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