BlogBlogs.Com.Br

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Correio da Lola - "Mais casamento..."

Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas
Querida Lola:
Sou seu leitor desde a primeira carta. Vivo muito isolado, no interior, e estou muito assustado com as notícias que aparecem na televisão. Os meus vizinhos dizem-me que, quando Sª. Exª. o Eng. José Sócrates for reeleito, este ano, para a sua Segunda Maioria Absoluta, as pessoas vão ser obrigadas a casarem-se no mesmo sexo. Ora, eu queria era casar com a minha namorada... Que acha que faça?...
(Paulo Mourato, Vilar do Perdigão)
Querido Paulo:
(suspiro)... Eu sabia que um dia haveria de chegar aqui um email para o qual eu não teria resposta... O que me está a perguntar, no fundo, no fundo, é tão grave como dizer-me que eu cheguei ao fim da minha carreira... O Paulo queria um casamento heterossexual!?... (suspiro) Deixe que lhe diga que isso é tão difícil como encontrar um pouco de honestidade no Dias Loureiro, um pouco de virilidade na Srª. de Mota Amaral, ou um sinal no cu do Paulo Pedroso, meu amor. Portugal é um país muito especial, matriarcal, e o problema do macho começa no próprio dia em que mãe lhe dá estaladas, em pequenino, e ele se sente imediatamente inferiorizado. A mulher portuguesa, de anca larga, bigode espesso e voz grossa, desempenha, no equilíbrio de Freud, uma coisa semelhante ao poder paternal. Ela é a referência masculina da sua cria, e, quando chega a fase de matar o pai, que Freud tão bem descreve no Complexo de Édipo, a coisa mais parecida com o pai que o filho encontra é a... mãe. O homem português, no seu desenvolvimento psicosexoemocional, começa por matar a mãe, em vez matar o pai, e acaba por ficar totemicamente com o pai, em vez da mãe. A mãe persegue-o, humilha-o, castiga-o, quando ele não faz os trabalhos de casa, dá-lhe gritos, ordens, impõe-lhe uma disciplina de faca na liga, e o jovem vai crescendo, e desenvolvendo o seu esqueleto, e o seu cérebro e as suas hormonas, sempre acoçado pela sombra da mãe. Quando chega à idade núbil, a matulona começa a pressioná-lo e a perguntar-lhe, "não me digas que ainda não namoras?... Quando é que me apresentas a tua namorada?... Olha que eu não quero cá mais paneleiros, como o teu pai... Vá... anda", e é neste "vá, anda" que o jovem, sem raciocinar, se lança nos braços da primeira tronchuda que encontra. Entretanto, já a mãe está precocemente entrevada, cheia de varizes, ou com um daqueles avcs que a põem no estado da Zézinha da Boca Torta, e o filho começa a copular com a namorada, sempre debaixo da chuva de insultos e pressões da matrona-mãe, acamada: "olha lá, quando é que eu vou ser avó?... Olha que eu quero ter pelo menos dois netinhos". Engravidar, deus meu, é a coisa mais fácil do Mundo, basta fazer uma "carrilhada", à manuel maria, que é despachar um minete após um broche, o que leva a que boca portadora de esperma seja responsável pelo emprenhamento da matriz da esposa. Já nessa altura, com a celulite, o descair das tetas, os joanetes em velocidade de cruzeiro, a tronchuda se começa a parecer com a mãe, na fase em já que cobria as bochechas do filho de estalos, em pleno aleitamento. É aqui que se costuma dar, ou não dar, a rotura de paradigma: um dia, o jovem procriador vê-se montado em cima de um cachalote-fêmea, a simular um orgasmo, e pergunta, "meu deus, o que é que eu estou a fazer aqui?...", e recupera, num processo, que Freud classifica de "flash-back", a imagem do Pai, esse obscuro objeto de desejo, e percebe que vai ter de continuar a sua vida sexual com... outro homem. Com um pouco de sorte, encontrará um parceiro um pouco mais virilizado, de quem ele será a esposa, já que a mulher portuguesa sempre preparou, desde a infância, primeiro, como mãe, depois, como mulher, o jovem para ser passivo. Da natureza ao ato é um esfregar de olho, muitas vezes, do terceiro olho, e é por isso que Portugal é uma coutada de heterossexuais passivos, que já eram passivos, mesmo no período probatório heterossexual. Agora, voltando às "filhóses", querido Paulo, você já encontrou, ou não encontrou a mulher de bigode da sua vida?... É que deverá preparar-se para o matriarcado e entregar-se à passividade. Se conseguir manter-se passivo ao lado dela, brevemente estará num casamento entre almas do mesmo sexo, o chamado casamento "gay", versão hetero, de que o "Eng." tanto gosta. Se a coisa estoirar, você dará numa maluca do Chiado aí da zona, e começará, como uma abelha tonta, à procura de parceiro ativo, coisa que é raríssima em Portugal, como o Lince da Malcata. Em ambos os casos, com mulher, ou homem ao seu lado, isso vai sempre acabar a "bater pratos", já que, em Portugal, a maioria dos casamentos é homossexual: uma mulher de bigode, e, ao lado dela, um lingrinhas beato e submisso, deus me perdoe, tipo o Albino Almeida. Quer um conselho?... Viaje. Com um pouco de sorte, encontrará, à distância, o último casal heterossexual, algures na floresta amazónica, onde o Rio Preto se cruza com o Rio Branco, mas nunca se aproxime muito, porque, se se aproximar, ainda vai ver que têm ambos uma lata de Coca-Cola na mão, ou seja... também eles são figurantes, a serem pagos para representarem ali um papel de um mundo que há muito se extinguiu... Kisses

0 commentaires:

Protesto Gráfico

Protesto Gráfico
Protesto Gráfico