Eu hoje estou tão longe de aqui, que peço que me desculpem de ter vindo cá.
Para os que me conhecem, sabem que sou daqueles do antes quebrar do que torcer, e estava a jantar num sítio que não me apetece publicitar, chegaram-me uns zunzuns de que andavam manobras sindicais para atrelar Professores a uma suposta Manifestação, marcada para inícios de Novembro. Como sou distraído, fui olhar para a agenda, e descobri que isso nada tinha a ver com a Grande Marcha que tem tem vindo a ser organizada, pela Net, e por sms, para o dia 15 de Novembro.
Eu vou já abreviar, porque nestes casos é melhor ir direitinho aos assuntos. Para mim, quando me a fazem uma vez, dou o desconto; à segunda, fico de sobreaviso; mas, à terceira... deixo de ter dúvidas, e ajo.
Vou só dar mais uma pista: uma das pessoas com quem jantava, por acaso, até era uma alta patente do Ministério da Educação, e confessou-me que tinha estado numa coisa que acharão inacreditável, mas tem vindo a ser documentada por tudo quanto é sítio: uma Acção de Formação (?) do "Magalhães", onde os Professores acabavam a dançar (!)...
Essa senhora, que tem a categoria profissional de Mulher a Dias, com o devido respeito por todas as que exercem seriamente o ramo, e que dá pelo nome de Lurdes Rodrigues, dizia eu, esquece-se, aliás, tem-se esquecido, ao longo do seu execrável mandato, de que está a lidar com uma das classes mais diferenciadas, dentro da Função Pública, onde, maioritariamente toda a gente é Licenciada, quando não tem Mestrados, ou Doutoramentos, e eu passo já ao acto seguinte: se alguém, a mando dessa mulher, me pusesse a dançar a Dança do Magalhães, apanhava, imediatamente, mas era logo ali, com um Magalhães nos cornos, e mais com tudo o que eu tivesse à mão,
e vou já passar para a cena seguinte: as pessoas de princípios só se relacionam com quem querem.
Toda a história das desavenças da Humanidade se podia reduzir a forçar convivências entre pessoas que nunca se deveriam ter cruzado, e a fingir que qualquer má vizinhança não degenerará, inevitavelmente, num tempo, numa qualquer guerra. De aqui deriva, inevitavelmente, que essa mulher, que soube estar calada quando houve Juntas Médicas a enviar profissionais para trabalharem e morrerem em serviço, não percebeu que nos códigos das sociedades civilizadas ficou, imediatamente, e para sempre, estigmatizada humana e politicamente.
Tratei-a, na altura, com toda a dureza que me veio ao teclado, como poderão reler AQUI. Como contraponto, o sr. Jorge Coelho, apesar de não ser boa peça, uns anitos antes, quando caiu uma ponte e houve mortes, só porque tutelava a Ministério das Pontes, e não por qualquer responsabilidade directa, achou que era eticamente inevitável demitir-se, e fê-lo. Tem esse traço de honra no turvo currículo.
Para Lurdes Rodrigues, a palavra "ÉTICA" não existe, e as sequelas de um quotidiano assim implicam total ausência de remorso, e, sequer, a sensação de presença de culpa. É sempre tudo "numa boa", e "sempre tudo a andar".
Ora eu não vivo nesse mundo, e, mais, frequento um outro, onde é válido aquele velhíssimo ditado do "diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és", de onde, por silogismo simples, estruturas, de qualquer género, que com ela negoceiem, imediatamente se posicionam no mesmo patamar de inferioriade e sabujice que a caracteriza: negócios entre porteiras e empregadas de fora, possivelmente, cada um na sua, a tentar salvar um naquinho da coisa pouca que reste.
Não sou dessas eras, mas suponho que, no arquétipo da palavra "Sindicato" estivesse semanticamente contida a existência de mediação entre classes geralmente sem voz, e estruturas de direcção que lhes subjazessem. Para o Sonho de Bilderberg -- disse-me um sindicalista francês, e a Kaotika ouvi-o tão bem como eu, estava previsto que "os Sindicatos, futuramente, seriam cooperantes (!) com os Governos".
Acontece que, ao longo da minha vida, só fui cooperante com o que me apetecia e nunca me apeteceu cooperar com nada que fosse contra os meus princípios, e é por essas e por outras que me tornei miticamente quixotesco, mas vou para a cama sempre dormir sossegadíssimo.
Negociar com uma criatura sem ética revela uma negociação sem qualquer moral, e despojada da mais elementar das legitimidades, já que, de ela, está, "de facto", ausente o parceiro que se suporia ser representado.
As conversas com Lurdes Rodrigues terminaram no dia em que ela selou um pacto de silêncio com mortes tuteladas pela sua negligência. Lurdes Rodrigues é a Leonor Beleza de Sócrates, e está humana e politicamente ostracizada para sempre.
Se o não perceberam, esses Sindicatos têm de ser esclarecidos, e se não aceitarem o esclarecimento, têm de ser arrumados na mesma prateleira da criatura que insistem em frequentar.
Vem agora o resumo, embora ache que já todos entenderam: dia 15 de Novembro, os 100 000 voltam, acrescidos de muitos outros, que agora sabem o que são 100 000, para a rua.
Dia 8 de Novembro, vêm os interesses dos Sindicatos e seus familiares fazer tristes figuras sectárias para a viela.
Têm todo o direito: estamos (ainda) em Democracia, mas esquecem-se de uma coisa: que, dia 15 de Novembro, a maré humana virá acompanhada, desta vez, para mandar à merda Ministra e Sindicatos, ao contrário dos errantes de 8 de Novembro, que farão o seu triste périplo sozinhos.
É tão triste sentirmo-nos sozinhos, não é?..., mas é a vida, meus amigos: cada qual tem a que merece...
(Pentagrama revolucionário, no "Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO", e em "The Braganza Mothers")
1 commentaires:
Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia... a não ser estas merdas, em que não podemos mudar, desde logo porque não queremos... e é isso que vai valendo.
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