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segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Nota da Administração

Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas
Teoricamente, o dia 1 de Setembro deveria marcar, para a maioria dos Portugueses, o regresso das Férias. Politicamente, com o gosto galicista, a "Rentrée". Ora, para uma grossa fatia dos nossos conterrâneos, com os quais estamos emocional e humanamente solidários, não houve, nem haverá "rentrée" nenhuma, pela simples razão de que não puderam ter a sua "Sortie". Os Portugueses, iludidos com as miragens da Europa, durante cerca de 23 anos descaradamente expoliados das benesses dos Fundos Estruturais, dos Fundos Comunitários, e dos sucessivos Quadros de Apoio, que deveriam ter melhorado a Educação, a Cultura, a Economia, o Sistema Financeiro, a Agricultura, as Pescas, o Civismo e a Intervenção Democrática, o desenvolver de uma Opinião Pública madura, e um nível de vida aproximado dos países, a cujo Clube Optimista aderimos, em 1985/86, os Portugueses, dizia, chafurdam hoje num Pântano criado por uma das mais corruptas e impunes "Elites" Política, Cultural, Económica e Financeira de que há memória na nossa História.
Por muito menos, em 1383-85, saímos à rua; por coisas afins, o Imperador do Brasil abdicou, para vir pôr ordem numa Pátria Desgraçada; por um estado de coisas muito menor, se excluírmos a horrível guerra, em 25 de Abril, houve gente que se cansou, e deu um chuto nas coisas. Esqueceu-se de dar o chuto naquilo que era fundamental: a Ordem do Aparelho de Justiça, que três décadas e quase meia depois ainda não assegurou aquilo que, nas Sociedades Avançadas, se chama "Democracia" e que nada mais é do que um primado da Igualdade do Cidadão, perante a Lei. Em Portugal, as Leis existem, e em excesso, e a sua mera função é serem uma Modalidade Olímpica interna, muito nossa, que criou atletas de alta competição, especializados em contorná-las, para uma mão-cheia de Poderosos, e torná-la vexatória, cabeço-turquista e escandalosa, para a imensa maré dos fracos.
São a humilhação diária de Forças da Ordem, de Polícias e Investigadores.
Portugal contemporâneo não presta, é a vergonha, não já das 100 Famílias, do tempo de Salazar, mas de algumas mais, avancemos 300, de extracção ainda mais baixa, capazes de tudo, para manterem a Oligarquia e a Plutocracia reinantes, as Mafias em que participam e financiam, e a total falta de decoro do Sistema Penal.
Há juízes e gabinetes de advogados que deviam ser levados à barra de Tribunais Internacionais, por crimes contra o Cidadão e Abuso de Poder, Nepotismo, e Crime Organizado.
Somos a vergonha mundial, com as sucessivas "Casas Pias", as "Pontes de Entre-os-Rios", os "Casos Belezas", as "Maddies", os "Apitos" coloridos.
Sempre que um marginal nos sorri, na televisão, está a escarnecer a regra básica das Democracias: o Primado da Lei. O seu sorriso diz-nos claramente, "podem bem pôr-se na ponta dos pés, que o meu "Polvo" tem tudo sob controle". E continuará, de facto, a ter.
Estas coisas levam à revolta e a explosões de mal-estar popular. Os Portugueses estão estranhamente silenciosos: estão esmagados, crivados de dívidas, assustados com o clima de insegurança com que ALGUÉM, os mesmos dos fogos e dos "Verões Quentes", nos presenteou, neste aziago 2008.
Hoje, dia 1 de Setembro, é um ensaio para o grande regresso, algures dia 15, quando voltará a fazer Lua Cheia: gente vinda de parques de campismo, de praias sujas de linhas suburbanas, com filhos pobremente vestidos, mal-alimentados, e as casas -- esse vergonhoso sistema de opressão de gerações -- por pagar.
Cheira a Morte por muitos lados, e a Felicidade é hoje uma coisa do Passado.
Vamos ter, pela frente, um ano de luta difícil, tanto mais que a intoxicação dos Órgãos de Comunicação Social, com excelentes profissionais, cada vez mais amordaçados, insiste em falar de Paraísos Artificiais, e Soluções Milagrosas. Não há paraísos, e duvido de que se gostasse da solução, se eu a pusesse aqui, crua e nua.
Como já me disseram, "desta vez , não seria sem sangue"...
Este é um blogue de intervenção, mas, acima de tudo, um Blogue Cultural, de Criação, o que, nos grandes patamares da História, é exactamente sinónimo do começo desta frase, há é pouca gente a lembrar-se disso. Não é por acaso que "Guernica", um quadro, teve de ficar atrás de um vidro anti-balas, aquando do seu regresso a España, depois do longo Consulado de Crimes de Franco...
Voltaremos pois, à Sátira, e ao Humor. Intervir, CRIANDO, e criando com o vórtice da Excelência.
Vamos agora à parte melindrosa.
A nossa equipa tem sofrido ajustes, e continuamos, por exemplo, à espera de que o Paulo Pedroso, um dos nossos couraçados de guerra, esteja disponível para regressar. Entretanto e... aqui, peço-vos o mais profundo dos sigilos, e que pela alminha das pessoas que mais amais, isto não saia de entre nós, a partir de hoje, temos, no nosso grupo, uma importante figura do panorama político português, que aceitou, após longas semanas de negociação, acompanhar-nos. Por razões evidentes, escreverá sob pseudónimo, e é a nossa colega Nela Leite. Para que não se gerem equívocos, Nela Leite é irmã do Nelo, e, desde logo, cunhada da Idália. Representa, como Fátima, o Futebol e o Fado, o motor de marcha-atrás da nossa Cultura. Agradeço que não nos façam mais perguntas, mas gostaria de que saudassem a nossa nova colaboradora com uma sincera salva de palmas: há mais de 800 Anos que luta para que Portugal continue no patamar retrógrado em que está.
Roam-se de inveja: passa por silenciosa, mas já soltou a frase que, quando Deus a levar consigo, constará da sua lápide. Quantos de vocês, fracos escritores e leitores não gostariam de ter uma, uma só que fosse, frase, que vos imortalizasse na História. Nela Leite é gloriosa: mesmo de boca fechada, já a conseguiu.
Invejosos.

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