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sábado, 16 de agosto de 2008

Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas

Não há nada como os festivais de Verão para nos apercebermos de como vai o Estado da Nação. Há lá amostra sociológica mais representativa do que as multidões que demandam palcos espalhados por todo o país. Que digo? - por todo o mundo! Mesmo quando os recintos se mostram despidos de população - vulgo, às moscas -, quem pode disputar o valor dessa informação? Ora, é o país que está em crise, pois então!

Voltemos então aos lugares comuns: crise, qual crise!?

Nunca em tempo algum existiram tantos festivais no nosso Portugal. Ainda que o pai de todos eles - refiro-me a Vilar de Mouros, que Deus o tenha - esteja em poisio, há um sem número de eventos que do Minho ao Algarve pretendem ser "festivais de Verão", com direito a directo na TV e tudo.

Bucólicos, urbanos, fluviais ou à beira-mar, de rock ou música de dança, para militantes ou diletantes, com drogas ou sem elas, o certo é que há para todos os gostos e feitios. Para o menino e para a menina também. E, volto a repetir: como nunca antes aconteceu. As vendas de iPhones batem recordes aqui no burgo ao mesmo tempo que o Banco de Portugal revê em baixa a previsão da taxa de crescimento do PIB. Não há bela sem senão. O mesmo é dizer que mesmo sem dinheiro, continua a haver palhaços. E que o circo nunca foi tanto.

Miguel Francisco Cadete, Blitz

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