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segunda-feira, 8 de março de 2010

No Dia Internacional da Mulher, Katia Rebarbado d'Abreu entrevista Lola Chupa y Mete









Katia Rebarbado d’Abreu – Antes de mais, os nossos agradecimentos, por ter decidido trocar uma noite de trabalho, para vir dar esta entrevista, ao “Braganza Mothers”

Lola Chupa y Mete – De nada, é para mim uma honra, aliás, o Sr. Presidente da República fez o mesmo ontem, e, para dizer a verdade, com a chuva, a noite até estava fraquita…

K.R.A. – Do seu ponto de vista, qual a diferença entre o papel de uma Mulher e o de um Travesti, no início do séc. XXI?...

L.C.y M. – Querida, do ponto de vista biológico, a Mulher é um animal dotado de três buracos, que só sente prazer naquele que não presta…

K.R.A. – … e para além disso?...

L.C.y M. – Bom, para além disso, há o problema cultural, porque num país como o nosso, onde o que manda é Fátima e as Mães de Bragança, os homens são orientados, desde pequeninos, para se concentrarem naquele buraco de que realmente não gostam

K.R.A. – Pensa que a Família seria importante numa mudança desse quadro doentio?...

L.C.y M. – A Família pouco pode fazer, porque o jovem Português tem sempre um Homem em casa, e um ente, com bigode, que parece outro homem, de maneira que há um desequilíbrio dos papéis simbólicos, e o jovem, enfim…

K.R.A. – Mas há exceções?...

L.C.y M. – Sim, claro, quando o pai é uma daquelas bichas descaradas, que têm de casar e ter três filhos, para esconder o problema. Nesse caso, a criança tem uma forte presença feminina em casa, o Pai, e uma masculina, a Mãe, de bigode, o que lhe permite crescer num ambiente substancialmente mais saudável.

K.R.A. – Pensa que a Escola poderia ajudar, nos casos mais complicados?...

L.C.y M. – Sim o “Bullying”, por exemplo, pode ajudar os jovens a redefinirem o seu posicionamento simbólico na família. Quando a professora diz, “se não fizeres o teu trabalho de casa, o teu pai parte-te os cornos!...” Aí, a criança volta ao lar, e tem de olhar, em redor, para perceber quem é mais masculino, o Pai, ou a Mãe, e redefinir o seu quadro simbólico de Lar.

K.R.A. – Isso é uma perspetiva um pouco freudiana, não?...

L.C.y M. – Totalmente!... Aliás, esse é o momento crucial da educação: ou o jovem mata a mãe de bigode, ou cai nas malhas do Complexo de Édipo, podendo então vir a degenerar num paneleiro, como o pai.

K.R.A. – Socialmente, qual o maior equívoco associado ao Feminino?

L.C.y M. – O problema da Procriação. A associação do Sexo com a Procriação tem tornado infelizes centenas de milhar de casais, porque há muitos jovens a irem ao engano, e dão a primeira queca, a gaja fica de balão, e, a partir de aí, só sexo virtual, nos “chats” do Terravista, onde teclam com outros homens, que fazem de gajas, ou têm de se safar nos engates das estações de serviço das autoestradas.

K.R.A. – Acha que o problema é só Português?

L.C.y M. – Portugal é o país dos heterossexuais passivos, o que é normal. O jovem vê o pai e uma mulher de bigode, que parece um outro homem, dentro de casa, e um dia dizem-lhe: olha, esta é a tua mãe, e tu nasceste… assim. É o fim do Mito da Cegonha. Aí, o rapaz já está com o seu pequeno buço, olha para a mãe, de bigode, e pensa: um dia serei como ela, e dá-se um processo freudiano de “transfert”, ou seja, o jovem fica com a curiosidade de saber se, com bigode, e um mangalho enterrado entre as nalgas, também poderá procriar, como a mãe. É assim que nasce o heterossexual passivo. Uma vez transposta esta barreira, raramente se volta para trás, como se sabe…

K.R.A. – Haveria alguma solução?

L.C.y M. – Sabe, eu sou uma mulher inculta, uma traveca de esquina, mas penso que a solução está escrita na porta de muitos wcs: “se queres filhos, fode gajas; fode gajos, se queres prazer”…

K.R.A. – Como se considera, enquanto traveca: melhor, ou pior, do que uma mulher?...

L.C.y M. – Querida, como Jacques Brel cantava, “Le travelo est l’avenir de la femme”, ou seja, o Darwinismo irá substituir, um dia, todas as mulheres por travestis…

K.R.A. – Como assim?...

L.C.y M. – Querida, um travesti é uma mulher integral. Tem tudo aquilo de que os homens gostam, um par de mamas, onde eles, freudianamente, vêem uma metáfora do cu, e um cu, onde eles, freudianamente, vêem um par de mamas, e, para além disso, temos o pénis, que é o clítoris hipertrofiado, com que eles sonham, para poderem ser heterossexuais passivos, e não acabarem naquela vergonha dos clientes das putas de Cacilhas, cuja especialidade é meterem-lhes um dedinho no cu, ou dos senhores casados, a quem as mulheres têm de enfiar nas nalgas uma colher de pau, das antigas...

K.R.A. – Considera-se puta, ou uma profissional liberal?

L.C.y M. – Acho que sou uma espécie de Leonor Beleza do Conde Redondo, a meio caminho do sucesso e do mal resolvido. Os homens adoram, porque gostam de ser dominados por um ser, na teoria, ligeiramente mais carente do que eles.

K.R.A. – Em duas palavras, qual a sua principal superioridade sobre a Mulher?

L.C.y M. – Fisiologicamente, e para além da ausência de cona, que parece um cu com o elástico rebentado, há a presença do pénis, e, como sabe, o corpo masculino tem uma massa muscular 40% superior ao feminino, de maneira que eles, quando se agarram a mim, agarram-se a uma coisa realmente sólida, nada de sacos de plástico pendurados, pele de laranja, nem celulites. Por vezes, quando estou enroscada com um dos meus clientes habituais, árbitros, futebolistas e industriais do Norte, sinto naqueles apertos uma nostalgia dos tempos de tropa, quando eles se deitavam todos juntos, na caserna, e as coisas aconteciam, naturalmente. No fundo, os homens são todos uns românticos, e estão sempre, sempre, a tentar reviver o passado, os segredos das amizades viris e das coisas secretas acontecidas no escuro…

K.R.A. – Como encara o papel da Mulher, no início do séc. XXI?

L.C.y M. – Não sei, porque nunca fui mulher, e, na minha idade, já estou muito para lá de Câncio, embora já tenha sido a fêmea de muitos machos, mas acho que deveriam ser integradas no Pacto de Estabilidade e Crescimento, visto que em toda a Europa se verifica uma política de desvalorização deslizante da cona. Talvez investir em novos nichos de mercado, as fufas, por exemplo, que são os únicos seres vivos que realmente apreciam rata…

K.R.A. – Considera as fufas as mulheres do futuro?

L.C.y M. – Sim, são totalmente autónomas, não chateiam, não andam com aquela obsessão de procriar, e já perceberam que o “Intelligent Design” adequou a língua à racha. A acreditar em Darwin, de aqui a alguns milhões de anos já haverá pares de fufas a nascerem siamesas de língua e cona…

K.R.A. – Isso é um pensamento muito generoso, tem de concordar (risos)

L.C.y M. – É a realidade, querida, com a crise, temos de ser cada vez mais pragmáticas.

K.R.A. – Como encara o casamento “gay”?...

L.C.y M. – Mais um folclore do Chiado. Imagine, se eu fosse obrigada a casar-me com todos os meus clientes???... Morria de velha, antes de ter tido tempo de fazer a assinatura no fim de cada matrimónio, nem que fosse só pelo Civil…

K.R.A. – Quer deixar alguma mensagem especial às mulheres portuguesas, neste Dia Internacional da Mulher?...

L.C.y M. – Claro. Não percam a esperança. Pode ser que o Mundo acabe mesmo em 2012, e sejam reintegradas, como costelas, num calaceiro qualquer, chamado Adão, num hotel de 7 estrelas, no Dubai, e tudo volte à normalidade...

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