A coisa é do imaginário da minha avó, e é tanto mais deprimente quanto incarna as décadas de regressão que corresponderam ao cherno-socratismo. A palavra é deprimente: "vasculho", nome dado a uma vassoura reles, que era utilizada pelos limpa chaminés para tirarem de lá toda a fuligem acumulada pelos anos. Os tempos mudaram: as chaminés antigas caíram, ou estão em risco de ruína, por incúria de um parque habitacional obsoleto, ou foram transformadas em "lareiras" de "apartamentos de luxo", de Ranholas, Quinta do Conde e Bairro da Boavista. Hoje em dia, o limpa chaminés é uma figura do imaginário passado, como o amolador ou a rapariga virgem. Coisas de outras eras. Presentemente, ninguém limpa chaminés, inala diretamente as dioxinas das madeiras postas a arder num país de clima temperadíssimo, ou apanha cancros, por andar a chafurdar em microondas, telemóveis que explodem na orelha, ou redes wireless, que produzem demência precoce. Também há aqueles que ficam com cataratas, defronte dos (José) "Magalhães", e aqueles que nunca evoluíram desde a aparição dos Pastorinhos, mas isso era desviar-me do assunto.
O cabeça de lista do PS para as Europeias parece um vasculho.
Pior, parece um vasculho desocupado, porque o que caracterizava os limpa chaminés era estarem sempre cobertos de fuligem da cabeça aos pés. Este tem a fuligem toda lá dentro: fala baixinho, e "achim", sinal de que deve vir de alguma aldeola, tipo Fundão, ou Vilar de Maçada, "as usual". Há de chegar o dia em que nasça um político decente num sítio cordato, sei lá, Avenida de Roma, por exemplo, mas não, vêm sempre de buracos da província, tentar a sorte na capital, e acabam por transformar a capital em mais um dos seus buracos de província.
Vital Moreira foi daqueles que acreditou no Sol do Comunismo e dos amanhã cantantes, enquanto a garganta gorjeava. Não acreditava na Lúcia, mas ia em peregrinação à múmia de Lenine, que ainda está (?) na Praça Vermelha, incorruptível, a mostrar como um Judeu, baseado no pensamento de outro Judeu (Marx), pôde provocar dezenas de milhar de mortos, multiplicados por dez, ou seja, milhões, com todo o aparato do Estalinismo e lêndeas em redor. Fazia parte da marcha para a Revolução. Quando a coisa começou a esfriar, acreditou em milagres ainda mais desclassificados, como os do Cavaquismo, paredes-meias com aquela galdéria da Rica Se Abra, que foi do ajoelhar da Foice e do Martelo a beijar as sotainas dos Padres. No fundo, a crendice é a mesma, e o obscurantismo igual, só variam os altares.
O problema é que quando se dá o cu uma vez essa é a primeira vez das muitas vezes seguintes, como sabe qualquer popular. Como dizem os detratores da coisa, há uma fase de enfiar chouriços no reto, e a fase seguinte, que é de tirá-los do reto e comê-los assados, numa versão mais "light", como diziam os outros, mais social-democratizada da mesma merda: mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.
Há um amigo meu que diz que os drogados não se recuperam. Os traidores comunistas ainda menos. O PS, essa máquina de fabricar desgraças, pôs tudo o que era fantoche em campo, para fingir que a culpa vinha de fora. Cá dentro, temos o Hirto e Firme, a quem nenhuma lama atinge, muito menos as regras do Estado de Direito, que foram feitas para os outros. A um canto, ladram duas cadelas velhas, com as tetas a arrastar pelo chão. A uma, por maldade, chamaram "Soares", e à outra, por melancolia, "Alegre". Têm a virtude de ter as mamas tão relaxadas que podem ser usadas para limpar o chão, sempre que zanzam de um lado para o outro. Uma delas diz que faz "ÃO", quando não está num permanente "XIM"; a outra, também veio do solário do Cunhal, para passar pelas crises pedófilas de Carlucci, e acabar com o Socialismo enfiado na Rabeta. Na fase terminal, já cantava como a Amália, depois de lhe terem tirado os dois pulmões: era o público que fazia o "lá-lá-lá", e ela aplaudia, a primeira artista interativa de Portugal, ainda não tinham inventado os microfones de cabeça larga, que a Bocarra Guimarães adora. O marido já não canta, faz gargantas fundas, em Paris, ao lado do Ferro Rodrigues, e do seu melancólico pretinho das mamadas.
Portugal está bem entregue: o vasculho está branco, sinal de quem já nem para limpar serve, e fala com voz fininha, como a Senhora de Mota Amaral, naqueles dias de chá, torrada e esperma, a única dieta que não provoca úlceras.
Dizem que é independente, e acredito que sim: não serve ninguém, nem a ninguém, antes tem um vastíssimo currículo de se servir a si mesmo, e de, na presente circunstância, de não servir para nada, exceto para a Situação apanhar um dos maiores estalos da História de Portugal. Pessoalmente, ainda não decidi onde vou votar, de modo a provocar o máximo de estragos possível, mas, quando votar, é a matar, mesmo à bruta, assim, tipo murro em pera de "boxeur", para ver se estes gajos acordam.
O vasculho é patético. Quando ele diz, "Nós, Europeus", aquilo cheira a amargos de boca. Qual Europa, e que passado?... Tem um pesado currículo de virar-casacas, coisa que detesto e me deprime existencialmente. A tua Europa nunca foi, nem será a minha, amor. Acho que a pior coisa que se lhe poderia fazer era votar PC, para lhe dizer, e recordar: "volta para a casota, filho, que isto já está gasto..."
Se for eleito, como espera, eu espero que as velhinhas de Estrasburgo, muito osteoporóticas, lhe segurem pela manga do casaquinho de manga de alpaca, a chatear, "olhe, desculpe (em franco-alemão), era capaz de me emprestar essa nuvem de algodão que tem no alto dos cornos, para eu desentupir a minha chaminé lá de casa?..."
"Com certeza, minha senhora, é para isso que fui eleito, nós, europeus, iremos acabar a desentupir as chaminés todas uns dos outros", o que é equivalente a tirar macacos do nariz, diante de uma plateia que já viu tudo, ou quase tudo.
O melhor está para vir nas Autárquicas, que aí a grafonola ainda tocará uma oitava acima, ó, ó, se tocará...
(Duo no "Arrebenta-SOL" e em "The Braganza Mothers" )
1 commentaires:
Ai valha-me Deus!
Enviar um comentário