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Há dois tipos de leituras que considero superlativas: as de avião, e as das portas de casa de banho. As primeiras dão para teses de doutoramento; as segundas, para sentirmos saudades dos Palácios de S. Bento e Belém, e do Conselho de Estado. Uma vez, uma das últimas até me trouxe sinestesias sobre Leonor Beleza, como a madalena de Proust. Acho que metia animais, comer excrementos e a mulher da limpeza, mas vamos antes ao avião.
Em 2011, pelo que reza a "Science et Vie", uma espécie de "Caras" francesa, as combinações de números que formam os IPs vão-se esgotar, cobrindo, desde o 000.000.000.000 até ao 999.999.999.999, 4 biliões de hipóteses, se me não falha a Combinatória, campo que nunca me apaixonou. Aparentemente, o sistema até poderia ser revisto, passando para uma nova norma, a IPv6, que já disporia de 34, seguido de 37 zeros, o que dava uma boa margem de conforto. Acontece que tal tipo de decisão custaria "money", e implicaria reconstruir o sistema, desde a base, coisa de que ninguém quer ouvir, sequer, falar. Nós já passámos por um processo semelhante, ainda que mais modesto, quando se esgotaram as combinações das nossas matrículas de automóveis -- de entre as europeias, as que não têm informação útil nenhuma, exceto juntarem pares de números e letras, mas nós também nunca aspirámos à significância, pelo que está tudo correto, e em dia -- e tivémos de passar as letras, se não me engano, para o grupo central.
Este congestionamento vai ser um cataclismo.
Depois da Crise do Petróleo, da Água, da Moral e da Pouca-Vergonha, chegará a escassez de IPs. Haverá, como na Rússia pós-soviética, gente nova a matar as velhas, que tinham os apartamentos da "Nomenklatura", para ficarem com o teto delas, para morar. Vão-se acabar os "anonymizares", com certeza, com muito desgosto daquela puta que, de quando em vez, ainda aqui vem arrastar a sua decadência pelas nossas caixas de comentários. Em suma, os IPs serão pagos, caros, e não haverá para todos.
Depois de não conseguir fechar Guantánamo, o primeiro desaire da mais espantosa fraude presidencial da segunda década do séc. XXI, Obama, virá o seu segundo desaire, que será não conseguir instalar a Net na barraca do meio-irmão, que vive na favela do Kenya, e termos mais um desiludido do He Have Had a Dream but He Couldn't.
Com esta crise, supõe-se já haver uma forte aposta nos métodos de comunicação tradicionais, e a Universidade de Aveiro, instituição de investigação de ponta, que também gosta muito de nos visitar, até prevê o transporte de pacotes informáticos, que já não circularão através da Rede, mas transportados por pombos-correio de banda larga. Em dias de congestionamento, os céus estarão de tal modo cobertos por asa-bytes que o Sol não se verá, prevendo-se uma segunda extinção pelo gelo e pelo frio, tipo a dos dinossáurios, da qual, por estranho que pareça, só sobreviverão os habitantes dos solários, uma espécie mutante, moreno-falso e cheia de melanomas. Os restantes humanos morrerão atascados na Sombra e afogados em enchentes de cocós-moles dos tera-pombos voadores, carregados de gyga-pacotes, coisa com a qual nem Dante sonhou.
Esta conversa toda, que já terá sido taxada de conversa de tarado, vem a propósito de, ontem à noite, a merda da Net estar completamente embarrilada. Não era de espantar, e fiz logo o diagnóstico: vomitaram o Caso "Freeport", e a paneleira deu logo ordens aos serviços de branqueamento, para que impedissem os livres-pensadores e publicadores de aceder aos blogues e à informação. Tanto quanto hoje percebi, isso era só metade da verdade, porque os computadores da Judiciária estavam a ser atacados por um estranho vírus (?) que pretendia destruir materiais sigilosos. O vírus ainda não tem nome, pelo que avanço com o perigosíssimo "Magallaens2009A", um troiano, em honra de José Magalhães, Secretário de Estado-Adjunto e da Administração Interna, alta autoridade em pirataria informática, e um dos "big-brothers" que você deve ter diariamente especado, defronte do seu TFT, a observá-lo, quando ainda julga que está a trabalhar sozinho/a, pela calada da noite.
Toda a gente sabe que Sócrates vive e não suporta viver com uma Espada de Dâmocles suspensa sobre a cabeça: os seus problemas vão desde a sua insegurança pessoal, com um caráter e sexualidades disformes, passando por academismos à martelada e uma saloice que se acentua de dia para dia, com aquele nariz de Américo-merceeiro a tornar-se cada vez mais proeminente, por cima daqueles fatos pardos e sem qualquer elegância, que ele compra, só por terem etiqueta Boss e Armani.
Não há hábitos que façam monges, como nos relembra o lindíssimo "eu não raciociôno (!) assim...", que ele lá soltou, no meio da entrevista da semana passada, que não ouvi. Aliás, ele não "raciociôna" de maneira nenhuma, e a sorte dele é estar num país que ainda "raciociôna", menos, senão, já tinha apanhado um valente par de patins, que nos teria poupado esta longuíssima agonia, e o estertor de vermos uma nação, quase milenar, a transformar-se num litoral desértico da orla española.
Os arredores não são melhores: o Sr. Aníbal, de Boliqueime, que ainda pensa estar a viver no tempo dos esplendores dos cortinados de veludo do Marechal Carmona, arrisca-se a ver o seu Segundo Mandato assegurado por uma Junta Militar, a presidir a um Governo de Salvação Nacional, mas isso ainda está no campo das especulações, porque o desastre lusitano só agora é que entrou na rampa inclinada de onde nunca mais se sai.
No meio disto tudo, felizmente ainda há sonhadores: Manuel Alegre, que acabará, como Vasco Santana, a fazer o número do bêbedo com o poste, "òòóó-òólha lààà, ó poste, avisa làààÀ, quando é que eu (ups) dêêêêvo começàààr (ups) a dizêêêr... NÃO????...", e Paulo Pedroso, que, nas próximas Legislativas será uma testa de força, para negociar alianças à Esquerda. Alguém lhe deve ter asoprado que os Comunistas comiam criancinhas ao pequeno-almoço, e isso é importante em qualquer coligação...
Chega de humor: vou-me deitar a pensar na etimologia da firma "SOVENCO", de que foram sócios José Sócrates, Armando Vara, Fátima Felgueiras e um tal de Virgílio de Sousa, que vendia cartas de condução, em Tábua. Ora, "SO" deve vir de SÓcrates, o "V" de Vara, ou de Virgílio, e o "ENCO", da Fátima Felgueiras, o macavenco.
Claro que, como o país, a "Sovenco" também faliu.
Nada mais seria de esperar, num País de putas, Cauda da Europa.
(Duo, em forma de valsa, no "Arrebenta-SOL" e no "The Braganza Mothers" )
2 commentaires:
Ó m'lher, se a combinação de IPs vai do 000.000.000.000 até ao
999.999.999.999 como é que pode dar 4 biliões de hipóteses?
Isso daria exactamente 999999999999+1, ou seja
1000000000000 de hipóteses - 1000 biliões delas.
Onde é que já viste IPs com números acima de 255?
Pois é, m'lher, faz as contas:
256x256x256x256
(256 porque o zero também conta)
e vê lá se não dá os tais cerca de 4 biliões.
Mais precisamente 4294967296.
Os tais 4 biliões que te lembras vagamente de ter lido numa dessas revistas sem gajos nus que tu folheias às vezes.
E 256 como máximo porquê? - perguntas tu.
Ora, porque é um sistema baseado nos famosos 8 bits, e a combinação de 8 bits vai do 0 ao 255 - as tais parcelas de 256 que multiplicámos ali em cima.
Por exemplo, o meu IP aqui onde me encontro, em Islândia-USA, é o teu conhecido
204.13.110.98
Como podes constatar não há nenhum número acima de 255.
Vês como não sou mentiroso?
texto genial, Sr. Arrebenta, parabéns.
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