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É uma transcrição do "Do Portugal Profundo":
"Vítor Constâncio é especialista em poscipar* resultados, mas desta vez antecipa-os... O recado, no seu estilo profuso e displicente das "minutas Constâncio" que, ao contrário do dever de reserva da função, o estabelece como comentador semanal de apoio à política do PS, pretende justificar o argumento governamental de que consegue, com aumentos mínimos, a quebra da descida consecutiva de oito anos dos salários reais dos funcionários públicos.
"Vítor Constâncio é especialista em poscipar* resultados, mas desta vez antecipa-os... O recado, no seu estilo profuso e displicente das "minutas Constâncio" que, ao contrário do dever de reserva da função, o estabelece como comentador semanal de apoio à política do PS, pretende justificar o argumento governamental de que consegue, com aumentos mínimos, a quebra da descida consecutiva de oito anos dos salários reais dos funcionários públicos.
O actual Governador do Banco de Portugal pode argumentar que o senhor Bernanke só fala em ocasiões solenes e não, como ele, constantemente, quando solicita os jornalistas ou lhe põem um microfone à frente, porque ele, Constâncio, ganha cerca de 249.447 euros (em 2007), enquanto o líder do banco central norte-americano 136.001 euros (191.300 dólares anuais, em 2008, ao câmbio de hoje, 13-9-2008, do dólar em queda). Portanto, se Constâncio ganha mais 83% do que Bernanke tem de falar mais - o resto é um bónus!... Além disso, Vítor Constâncio tem de se esforçar muito mais do que o seu homólogo norte-americano: Bernanke tem a sorte de possuir muitos estudos (é doutorado pelo MIT e um reputadíssimo autor de manuais e livros sobre economia), enquanto Constâncio é apenas licenciado em Economia.
Note-se que o Federal Reserve Bank tem há muito tempo uma política de transparência e de rigor dos salários dos seus dirigentes, publicando os seus valores no site oficial - depois da denúncia da opacidade do Banco de Portugal, aqui Do Portugal Profundo em 6-6-2005 e de notícias na imprensa sobre o assunto, o banco central português começou finalmente a publicar os salários dos membros do seu Conselho de Administração.
Relembro que foi ele o Governador do Banco de Portugal - à frente da chamada "Comissão Constâncio" ou "Comissão para a Análise da Situação Orçamental" (sic) - que fez o fretado exercício patético, sem par entre os seus colegas da União Europeia ou de outros bancos centrais, de estimar o valor previsível do défice final de 2005 se fosse mantida a política do Governo seguida até Fevereiro desse ano!... Ou nas palavras do mandato extraordinário do Governo que Constâncio aceitou em Abril de 2005:
"Elaborar uma estimativa do défice orçamental previsível para 2005, tendo em conta o Orçamento em vigor e considerando as reais perspectivas de evolução dos respectivos pressupostos económicos" (sic!...)
Constâncio, o homem que não viu os volumosos movimentos das offshores do BCP, nem precaveu a tempo as manobras antigas no BPN, deixa essa marca principal para a história: um dependente Governador do Banco de Portugal ao serviço do poder socialista em vez do serviço do Estado. Um Governador do banco central que politizou descaradamente a função independente que ocupa. Um Governador do banco central português que se degrada ao trabalhinho de ser porta-voz do governo.
* Cunho a palavra "poscipar", porque as outras opções não me servem como antónimos de "antecipar"."
Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas
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