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terça-feira, 16 de setembro de 2008

Alice no País das Indemnizações

Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas


Imagem do KAOS


Eu hoje vou ser muito bonzinho, e vou só chamar "Suspeitos" e "Agravados" aos intervenientes da minha crónica.

Assim sendo, Pinto da Costa é um... "agravado", e Paulo Pedroso, um "suspeito". Ah, sim, os restantes, da mesma laia, devem ser designados por "Expectantes", porque são gente que está ansiosamente à espera... do mesmo.

Agora, passada esta entrada, vamos já à artilharia pesada.

A "Rentrée" do P.S., que se resumiu à Indemnização do Paulo Pedroso e à sua reinserção no Ralamento, com estatuto de Imunidade Parlamentar, e acabou por aí, vem agora somar-se a "Rentrée" do Ano Jurídico, que se resume, quer no Caso Pedroso, quer no Caso Pinto da Costa, e isto ainda é só a procissão que vai no adro.


Qualquer português de Lineu, que se passeie por qualquer recanto do Rectângulo, e sempre que se evoque o nome de Pinto da Costa... enfim, lá vou eu exagerar um pouquinho, e dizer que em 99% dos casos -- a ser verdadeiro, acho que é em 98, 97% (Fontes do Banco de Portugal) dos casos -- sempre que se fala de Pinto da Costa, a reacção é invariavelmente a mesma: pergunta-se sempre "mas esse gajo ainda não está preso?..."


Não, amigos, cautela, graças a deus que ainda não está preso e não voltará a estar, porque essas coisas pagam-se caro, e a Justiça tem, de vez, de retirar aquela ridícula venda que lhe cobre os olhos, e começar a usar óculos, antes de atirar para os calabouços gente que, não só é benemérita, como de algum modo, iconográfica do chiqueiro em que vivemos.


A Justiça, e bem, já que isto entrou agora no caso do consuetudinário e dos precedentes, abertos com o Escândalo Pedroso, decidiu dar uns trocos ao Camorra que dirige o Futebol Clube do Porto. Corria por aí que pagava em putas, apitos dourados, fios de filigrana e géneros a árbitros comprados, que decidia entre charutadas e garrafas de vinho caras o resultado antecipado de Jogos e Campeonatos, que mandava em certas caras da Política e da Justiça, e que tinha bolsos suficientemente largos para pagar a tudo e todos e... deixa ver se não me falta nada, bom... acho que não... ah, sim!... que mandava matar, se fosse preciso.

Ora tudo isto é puro fruto da maledicência típica de um povo que tem, ele todo, inveja de não poder ser um homem de sucesso, como Pinto da Costa.

Parece que até faz poemas -- e nisso as mulheres têm uma sensibilidade e um "feeling" muito especiais --, como dizia a sua admiradora, Maria Elisa, e que até merecia ser imortalizado em biografias, por gajas sérias, como a Felícia Cabrita.

Na realidade. ele já teve isto tudo, e até há quem já veja nele um digno sucessor de Aníbal de Boliqueime, quando lhe der a travadinha, e nós subitamente precisarmos de um homem de "cojones" para governar o país.

Todavia, no meio de tanta unanimidade, e como eu sou tradicionalmente conhecido por ser do "Contra", tenho uma coisinha a objectar: o Sr. Pedroso, figura que me era totalmente desconhecida, até um juiz entrar pelas Cortes e o acusar de Pedofilia, pedindo o levantamento da sua imunidade parlamentar, apesar desta série dramática de telefonemas, que tanto fizeram sofrer António Costa, José Miguel Júdice, Jorge Sampaio, Morais Sarmento e Ferro Rodrigues, entre outros, o Sr. Pedroso, dizia eu, excepto para a sua Sociedade Secreta de Aventalinhos, que tinha decidido que ele iria ser o novo Primeiro-Ministro de Portugal, suponho, como se diz, no meio de rituais de beijar o cu a bodes e a putos cheios de coca, o Sr. Pedroso não era NINGUÉM, comparativamente com uma figura pública, como é Pinto da Costa, que, depois da Amália, do Eusébio, do vídeo porno da Elsa Raposo e da impotência de Cristiano Ronaldo deve ser das coisas que mais vende, na nossa terra queimada.

Ora, Paulo Pedroso pede cento e tal mil euros, por danos morais, e de carreira, quando, afinal, tirando o "people" da Casa dos Érres e os Amigos do Avental, pouca gente deu pela sua ausência no "vaudeville" Português. Em contrapartida, o eclipse de Pinto da Costa foi sentido por todo o lado, e despertou a atenção de todos os astrónomos do Sórdido Nacional. Até eu fiquei colado à televisão, a ver "se era desta"...

Não foi, porque o homem era inocente, e graças a deus, e à Justiça, que não evoluiu desde os tempos dos Autos-de-Fé, já cá anda outra vez fora, e entregue às suas negociatas, e isso eu acho bem, porque todos nós temos, e cada vez mais, de "fazer pela vida".

Agora, injustiças é que não. Se a prisão de Paulo Pedroso teve efeitos nulos na Sociedade Portuguesa, a ausência de Pinto da Costa do "Polvo" teve consequências só comparáveis com um "apagão" em Los Angeles, ou, por outras palavras, não há dinheiro no Mundo que possa pagar a sua ausência, ainda que momentânea, do Buraco Negro do Tráfico Nacional. Assim sendo, vinha aqui apelar a uma amplo movimento nacional, para que, se deram, ou vão, na presunção, dar 100 000 € ao gajos dos sinais e da mama descaída, o Pinto da Costa venha a receber 100 vezes mais, dada a escala e os negócios em que, relativamente, eles se movimentavam.

Há, ou não, uma coisa chamada "Petições", onde os cidadãos de boa-fé se reúnem, para pedir à Assembleia que se debruce sobre injustiças?...

O Caso Pinto da Costa é um desses: nós, cidadãos diferenciados, com formação acima da média, devemos lançar, desde hoje, um amplo movimento para que a Justiça seja reposta. Mais: que Valentim Loureiro seja incluído no lote, e que Carlos Cruz -- um mártir!... -- receba, pelo menos, 10% do PIB, por ter sido impedido de desenvolver as suas vastíssimas actividades, durante o tempo de detenção ilegal!...


Perguntar-me-ão o por quê desta urgência, e eu terei de responder: estando o Orçamento de Estado em elaboração, é natural que todas as verbas relacionadas com estes casos de imoralidade dos Tribunais sejam já incluídas na Dotação de 2008/09, para todos possamos sentir que se fez Justiça, e sintamos a alma aliviada, de termos podido contribuir, com os nossos impostos, para a reintegração de gente boa.


Agora, falando a sério: cidadãos portugueses, ou vocês dão, de qualquer forma, um sinal de que isto tem de ser radicalmente travado, ou eu não respondo pelo que possa vir a suceder...

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