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segunda-feira, 1 de março de 2010

Xadrez de Província

Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas

Imagem do Kaos

As minhas relações com o Futebol sempre oscilaram entre a ignorância e o "afasta-te depressa, que não pertencemos ao mesmo universo", e as razões do Tempo deram-me argumentos que iam muito para além da suspeita da intuição. Qualquer desporto cuja função se esgote no branqueamento e no entorpecer da canalha não é desporto.
Pelo contrário, sempre nutri um elevado apreço pelo Xadrez, jogo do Oriente, de sábia meditação. Dizem que Dahir al-Hindi o inventou, para vencer o infinito tédio de um Rei dos Nascentes. No séc. IX, Al-Razí, Al-Sarajsí e Al-Adlí, escreveram sobre essa estrutura da Lógica e da Paciência, enquanto em Córdoba, os mais sábios Califas criavam culturas de Civilização, e o Saber se deslocava para Bagdad, e para os jardins secretos de Ispahan. A penetração, no Ocidente, foi devida às marés árabes, e Bergman senta depois, paradigmaticamente, uma das suas personagens, a jogar com a Morte, tendo, por detrás, Kierkegaard e a profunda paixão de Dreyer. É, pois, um lugar da Mente, ao contrário dos pontapés da bola, que recriam, mal, o clima das arenas de Roma, onde os gladiadores triunfantes eram depois levados para os braços das patrícias e patrícios da Cidade, para satisfazerem, na cama, a voracidade de outros combates, bem mais interessantes e profícuos. Numa terra pobre, como a nossa, até essas coisas se perderam no provincianismo das sublimações miseráveis, como aqueles teclares sistemáticos, e envergonhados que arrastam, até ao nosso espaço, as intermináveis buscas de "Cristiano Ronaldo nu, pelado ou naked", a relembrarem Roma, mas uma Roma onde essas coisas não suportam consumações, mas exercícios solitários.
O Xadrez de Província é uma especialidade deste rincão das morcelas, e creio ser, metaforicamente, uma boa descrição do estado presente das coisas: tornado público o nível de indecência da promiscuidade dos Poderes, com rostos mais os menos assumidos, como Pinto Monteiro, José Sócrates, Armando Vara, a "Popota" Cândida Almeida e mais algumas figuras de densidade nula, caráter duvidoso e precaridade visível, entrámos num jogo de gato e rato, de um padrão miserável, que esforçarei, por necessidades de narrativa, e tão só por isso, por enquadrar na mesma lógica do Xadrez.

As regras são elementares: gente urbana, como José António Saraiva, de sólida tradição judaica e "pedigrée" dos velhos alicerces culturais da Nação, não esteve, como ninguém estaria, para ser submetido aos enxovalhos de interrogatórios em caves húmidas. Vem de um tempo épico, de jornalismo e opinião, em que se viravam as costas aos totalitarismos do Estado Novo, para abrir, enfim, memórias velhas, o espaço de vocalização de mortos passados, como Francisco Sá-Carneiro e outros da mesma ala de liberalismo e crítica. Essas pessoas não estão para ser enlameadas por porcalhões transmontanos, que nunca frequentaram o Ensino Superior, e que pensam que o hábito faz o monge, e talvez fizesse, se o Armani incluísse uma burka, para tapar o nariz de merceeiro.

Durante um tempo, Saraiva frequentou o "Expresso", que, de opositor, se constituiu em defensor do estado das coisas, mesmo neste período final de verão indiano, com as suas Ferreiras Alves, medíocres e pantanosas, e os seus Álvaros Barretos, constâncios de retaguarda, que a todos serviram e a todos servirão, de modo a manter inalterados os alicerces da coisa sólida em que o Pântano assenta. Voltou ontem, outra vez, à cena, com a sua "Pordata", uma espécie de tentativa de vir regular pelo número o inquantificável. Gostava de saber onde encaixaria ele um "Arrebenta", nessa normalizadora "Pordata", enquanto o autor do "Arrebenta", por sua vez, na sua "Pordata" intuitiva, e que nunca escreverá, já há muito arrumou o Sr. Barreto em adequada prateleira... olha, vai ao calhas..., deixa-me cá ver... Álvaro Bissaya Barreto, deus queira que esteja a ser injusto, se não foste tu, foi um teu parente que andou com o Salazar ao colo, e fundou o Portugal dos Pequeninos. Boa safra. Nascemos, pois, e para sempre, de costas viradas um para o outro...
O rumo do Xadrez Provinciano, ao que retorno, depois deste pequeno "snniperismo" melancólico, traduz-se num simples exercício de toureio, entre a pior coisa que um político pode fazer, que é hostilizar a Comunicação Social, e ficar à espera de resposta. A gravidade da coisa vai ao ponto de, desta vez, nem um político ser, mas um mero "Chefe" de Camorra, um gajo de plástico e lata, com poucas aspirações, para além do seu horizonte de província, inexoravelmente vaidoso, e a despertar sorrisos, para quem o vê, do pico dos camarotes, caminhar, muito lá em baixo, de peito inchado e batata em riste, a desempenhar, a rigor, o papel para que o "Polvo" o contratou, campinas e campinas de baixaria e indecência, "robalos", de que o País nobre já se cansou.
Numa semana, a Comunicação Social despeja, assim, para o público, o lixo verbal que sai dessas cabeças miseráveis, e, depois, compraz-se com vê-los, ó meu, ó meu, a desmenti-lo, como se aquelas vozes fossem de imitadores, ou do célebre sósia de Carlos Cruz.

Esta semana, o Xadrez do "Sol", mais aristocrático, e subtil, fez uma pausa, e colocou a Torre e o Bispo em posição de xeque. Não soltou mais conversa reles, mas limitou-se a insinuar que o Sr. Pinto Monteiro, outra das mulheres a dias da "Situação" andava a varrer o lixo para debaixo do tapete, ele e a Dona Cândida Almeida, uma ucraniana, que abusa do baton e do rimel da "Patroa", e consta ser má lavadora dos pratos.
No Xadrez de Província, anuncia-se, assim, mais uma semana de indignações e desmentidos.
Suponho que, depois de muitas entrevistas, muitos direitos de contraditório, muitas indignações, muitos "camaradas" peões de defesa e muitas ameaças de processos, o Arquiteto Saraiva e a sua equipa despejem mais uma golfada daquele vómito das escutas, a provar, por voz própria, que quem as desmente apenas mente, como Camões diria, e assim há de ser tantas vezes até que as coisas se desmoronem por excesso de água infiltrada, como sucedeu, por infortúnio, na Ribeira Brava.
Aqui, será por náusea e vómito.
Por mim, pode ir tudo arrastado até ao mar, e, quanto mais depressa for... melhor.

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