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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

O Palhaço






Imagem do KAOS


A linguagem do "Arrebenta" tornou-se canónica na Blogosfera, e isso é um valor, por mais ou menos interessante que se considere o "Arrebenta". O "Arrebenta" dá-se ao luxo de usar o vernáculo, para tratar abaixo de cão as pomposas figuras do palhaçário político nacional, e só se perdem as que caem no chão. O "Arrebenta", todavia, envolve tudo entre a Sátira e o Humor brejeiro. O "Arrebenta" atira certeiro, e sabe matar com palavras, mas não mata, mói, porque a função do carrasco não é compatível com a do Escritor.
De há uns dias para cá, desencadeou-se um estranho "justicialismo" na duvidosa sociedade portuguesa, que passa por tentar trucidar um Governo que, para o bem ou para o mal, foi eleito por 36% de Portugueses. A Oposição, que existe, ou amadurece, e passa, como acontece nos países de democracias avançadas, para soluções alternativas, por mais estranhas que pareçam, e eu estaria zenitalmente borrifando-me para, por exemplo, uma solução válida que passasse por uma coligação PSD/PCP/PP, desde que isso fosse um sinal de maturidade cívica. O terrorismo das palavras faz-me lembrar um pouco o Iraque e é insustentável, no momento de grave crise social, económica, financeira e de identidade que atravessamos.
O seguinte texto, que circula, de email em email é um texto que eu, que já escrevi dos mais radicais da Blogosfera, por razões de decência e de sobrevivência, nunca assinaria. O visado não é uma entidade abstrata: é, no fundo, uma comunidade à beira mar plantada que foi cúmplice, pelo silêncio, pela inércia e pela cobardia daquilo que ataca. O problema está no Povo, não nas suas hipóstases políticas. Isto é o retrato de um Povo, não de uma Classe Política, e eu reservo-me o direito de não querer ser incluído nesta descrição de "Povo".


Pensem o que quiserem, mas, por favor, percebam que há limites para as armas das palavras:


"O palhaço compra empresas de alta tecnologia em Puerto Rico por milhões, vende-as em Marrocos por uma caixa de robalos e fica com o troco. E diz que não fez nada. O palhaço compra acções não cotadas e num ano consegue que rendam 147,5 por cento. E acha bem.


O palhaço escuta as conversas dos outros e diz que está a ser escutado. O palhaço é um mentiroso. O palhaço quer sempre maiorias. Absolutas. O palhaço é absoluto. O palhaço é quem nos faz abster. Ou votar em branco. Ou escrever no boletim de voto que não gostamos de palhaços. O palhaço coloca notícias nos jornais. O palhaço torna-nos descrentes. Um palhaço é igual a outro palhaço. E a outro. E são iguais entre si. O palhaço mete medo. Porque está em todo o lado. E ataca sempre que pode. E ataca sempre que o mandam. Sempre às escondidas. Seja a dar pontapés nas costas de agricultores de milho transgénico seja a desviar as atenções para os ruídos de fundo. Seja a instaurar processos. Seja a arquivar processos. Porque o palhaço é só ruído de fundo. Pagam-lhe para ser isso com fundos públicos. E ele vende-se por isso. Por qualquer preço. O palhaço é cobarde. É um cobarde impiedoso. É sempre desalmado quando espuma ofensas ou quando tapa a cara e ataca agricultores. Depois diz que não fez nada. Ou pede desculpa. O palhaço não tem vergonha. O palhaço está em comissões que tiram conclusões. Depois diz que não concluiu. E esconde-se atrás dos outros vociferando insultos. O palhaço porta-se como um labrego no Parlamento, como um boçal nos conselhos de administração e é grosseiro nas entrevistas. O palhaço está nas escolas a ensinar palhaçadas. E nos tribunais. Também. O palhaço não tem género. Por isso, para ele, o género não conta. Tem o género que o mandam ter. Ou que lhe convém. Por isso pode casar com qualquer género. E fingir que tem género. Ou que não o tem. O palhaço faz mal orçamentos. E depois rectifica-os. E diz que não dá dinheiro para desvarios. E depois dá. Porque o mandaram dar. E o palhaço cumpre. E o palhaço nacionaliza bancos e fica com o dinheiro dos depositantes. Mas deixa depositantes na rua. Sem dinheiro. A fazerem figura de palhaços pobres. O palhaço rouba. Dinheiro público. E quando se vê que roubou, quer que se diga que não roubou. Quer que se finja que não se viu nada.


Depois diz que quem viu o insulta. Porque viu o que não devia ver.


O palhaço é ruído de fundo que há-de acabar como todo o mal. Mas antes ainda vai viabilizar orçamentos e centros comerciais em cima de reservas da natureza, ocupar bancos e construir comboios que ninguém quer. Vai destruir estádios que construiu e que afinal ninguém queria. E vai fazer muito barulho com as suas pandeiretas digitais saracoteando-se em palhaçadas por comissões parlamentares, comarcas, ordens, jornais, gabinetes e presidências, conselhos e igrejas, escolas e asilos, roubando e violando porque acha que o pode fazer. Porque acha que é regimental e normal agredir violar e roubar.


E com isto o palhaço tem vindo a crescer e a ocupar espaço e a perder cada vez mais vergonha. O palhaço é inimputável. Porque não lhe tem acontecido nada desde que conseguiu uma passagem administrativa ou aprendeu o inglês dos técnicos e se tornou político. Este é o país do palhaço. Nós é que estamos a mais. E continuaremos a mais enquanto o deixarmos cá estar. A escolha é simples.


Ou nós, ou o palhaço."






Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas

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