Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas
Excelente imagem do Kaos
É bom saber que os Cangalhos do Regime também já sofreram melhoramentos de escrita e incisão do Pensamento. Três anos de escola de escrita de "The Braganza Mothers" para alguma coisa haveriam de ter servido, ou não?... :-)
"MAIS DO MESMO
por Vasco Graça Moura - 30 Setembro 2009
O povo português acaba de demonstrar a sua fatal
propensão para viver num mundo às avessas. Não há nada a fazer senão
respeitá-la. Mas nenhum respeito do quadro legal, institucional e
político me impede de considerar absolutamente vergonhosa e delirante
a opção que o eleitorado acaba de tomar e ainda menos me impede de
falar dos resultados com o mais total desprezo.
Só o mais profundo analfabetismo político, de braço dado
com a mais torpe cobardia, explica esta vitória do Partido Socialista.
Não se diga que tomo assim uma atitude de mau perdedor,
ou que há falta de fair play da minha parte. É timbre das boas
maneiras felicitar o vencedor, mas aqui eu encontro-me perante um
conflito de deveres: esse, das felicitações na hora do acontecimento,
que é um dever de cortesia, e o de dizer o que penso numa situação
como aquela que atravessamos, que é um dever de cidadania.
Opto pelo segundo. Por isso, quando profiro estas e
outras afirmações, faço-o obedecendo ao imperativo cívico e político
de denunciar também neste momento uma situação de catástrofe agravada
que vai continuar a fazer-nos resvalar para um abismo irrecuperável.
Entendo que o Governo que sair destes resultados não pode
ter tréguas e tenciono combatê-lo em tudo quanto puder. Sabe-se de
antemão que o próximo Governo não vai prestar para nada!
É de prever que, dentro de pouco tempo, sejamos
arrastados para uma situação de miséria nacional irreversível, repito,
de miséria nacional irreversível, e por isso deve ser desde já
responsabilizado um eleitorado que, de qualquer maneira, há-de levar a
sua impudência e a sua amorfia ao ponto de recomeçar com a mais séria
conflitualidade social dentro de muito pouco tempo em relação a esta
mesma gente inepta a quem deu a maioria.
O voto nas legislativas revelou-se acomodatício e
complacente com o status quo. Talvez por se tratar, na sua grande
maioria, de um voto de dependentes directos ou indirectos do Estado,
da expressão de criaturas invertebradas que não querem nenhuma espécie
de mudança da vidinha que levam e que se estão marimbando para o
futuro e para as hipotecas que as hostes socialistas têm vindo a
agendar ao longo do tempo. O que essa malta quer é o rendimento
mínimo, o subsídio por tudo e por nada, a lei do menor esforço.
Mas as empresas continuarão a falir, os desempregados
continuarão a aumentar, os jovens continuarão sem ter um rumo
profissional para a sua vida. Pelos vistos a maioria não só gosta
disso, como embarcou nas manipulações grosseiras, nas publicidades
enganosas, nas aldrabices mediáticas, na venda das ilusões mais
fraudulentamente vazias de conteúdo.
A vitória foi dada à força política que governou pior, ao
elenco de responsáveis que mais incompetentemente contribuiu para o
agravamento da crise e para o esboroar da sustentabilidade, ao clube
de luminárias pacóvias que não soube prevenir o desemprego, nem
resolver os problemas do trabalho, nem os da educação, nem os da
justiça, nem os da segurança, nem os do mundo rural, nem nenhuma das
demais questões relevantes e relativas a todos os aspectos políticos,
sociais, culturais, económicos e cívicos de que se faz a vida de um
país.
Este prémio dado à incompetência mais clamorosa vai ter
consequências desastrosas. A vida dos portugueses é, e vai continuar a
ser, uma verdadeira trampa, mas eles acabam de mostrar que preferem
chafurdar na porcaria a encontrar soluções verdadeiras, competentes,
dignas e limpas. A democracia é assim. Terão o que merecem e é
muitíssimo bem feito.
O País acaba de mostrar que prefere a arrogância e a
banha de cobra. Pois besunte-se com elas que há-de ter um lindo enterro.
A partir de agora, só haverá mais do mesmo. Com os
socialistas no Governo, Portugal não sairá da cepa torta nos próximos
anos, ir-se-á afundando cada vez mais no pântano dos falhanços, das
negociatas e dos conluios, e dentro de pouco tempo nem sequer será
digno de ser independente.
Sejam muito felizes."
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