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quarta-feira, 19 de agosto de 2009

A fita na lan house

Terça-feira, 8h da noite.
O rapaz entra apavorando na pequena lan house da Rua Paulo Freire, onde havia umas cinco pessoas, gritando para que todos colocassem os celulares sobre as mesas.
Limpa o caixa e depois rouba um celular apenas, de um dos clientes, deixando os outros e não revistando aqueles que disseram não ter celular.
Enquanto ele realiza o serviço, fico congelado, como uma estátua.
Ele sai rapidamente.
A menina do caixa fica chorando. Eu continuo usando normalmente a internet, pois já fui assaltado à mão armada antes e já briguei com um assaltante armado com faca.
Isso que me impressiona mais.
O assalto não me causa nenhum sentimento. Fui para casa e dormi normalmente.
A garotinha que chorou não vai mais chorar no próximo assalto. Ser assaltado tornou-se um rito de passagem na cidade grande e na periferia.
Para o assaltante, o assalto a uma pobre lan house é o quê? Seu próprio ritual de ingresso à vida criminosa? Afinal, vale a pena colocar a própria vida em risco e a de outras pessoas ou ser preso por culpa de 120 reais? Com um revólver em mãos daria para realizar uma "fita" bem mais vultosa. Sinceramente, não consigo entender.
A polícia é chamada mas não aparece. Talvez considerem uma inutilidade verificar uma porcaria de assalto a uma lan house insignificante. Eles têm mais o que fazer.
A vida segue em frente. Amanhã estaremos na lan house novamente e num outro dia destes testemunharei ou serei vítima de outro assalto. Da próxima vez, nem tenso vou ficar. Continuarei usando normalmente a internet, afinal um assalto tornou-se uma bobagem, como topar com uma pedra na rua ou perder um ônibus. Já é parte da paisagem.

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