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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Igreja Universal dos Saldos dos Últimos Dias

Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas
Imagem do KAOS
Não, eu sei que o título evoca, mas não venho aqui falar de Dona Adelaide de Vilar de Maçada: a Natureza que cumpra o seu curso e que a deixe viva e e em sofrimento por muitos anos.
Estava eu hoje nos camarões, começa a passar na TV uma porcaria horrível, com o "Paramécias" e o Ruben de Carvalho, perdido de bêbedo, a discutirem nem sei o quê. O Paramécias é um clássico, parece uma nádega com ataque epiléticos, e vai fazendo aquelas caretas, enquanto o outro arrastava uma voz pastosa.
O que me choca, para começar, é que, antigamente, eles só iam bêbedos para o Parlamento, naquelas alturas críticas das votações dos Orçamentos de Estado, dos Códigos do Trabalho e afins, mas, agora vêm mesmo para a televisão, e toda a gente acha natural, e eu também, porque metade dos Portugueses também está afundada em antidepressivos e a outra metade a precisar urgentemente, portanto, euzinho tinha de ir passar imediatamente para o canal do lado, estava a outra melosa, mentirosa como as casas, a Marcela-quer-Morcela, a falar da Ferreira Leite.
Ora, dizem as más-línguas que as divergências políticas entre ambos são escassas: ambos gostam de rapazes mais novos; ambos procuram estrelato, mas caem sempre, antes de chegar ao patamar do topo, e ambos são filhos e netos do "Antigamente", por mais que queiram disfarçar. O Professor da Quinta da Marinha, aliás, do Beco dos Inválidos, não..., porra..., não, também não é a Gandarinha, e agora é muito tarde para eu ir confirmar a morada,
adiante,
ele dizia que a outra tinha de mudar de imagem, e eu, por acaso, até acho que não.
Manuela Ferreira Leite é um charme, aquele colarzinho de pérolas de viveiro, de uma daquelas tias que um dia se desfez em pó, numa rabanada mais forte de osteoporose, e as cores lindas, rosa-pastel, amarelo-tuberculose, ou que vão desde o veludo-rubro, Oliveira Marques -- cor que só conheceu a rapaziada que lá passou pelos sofás Segundo Império, antes do Maçon da picha grande bater a bota -- até ao Roxo-Senhor-dos-Passos, tom que até acho que lhe assenta bem, sobretudo nas proximidades da Quaresma. E até devia levantar as mãos, e mostrar, de quando em vez, as Cinco Chagas.
As rendas são maravilhosas: nunca percebi se aquilo são bilros de família, ou, já que a mulherzinha é muito dada a poupanças, velhos naperons que ela costurou nos decotes, para dar uma de "non-challante", uma Coco Chanel do Elevador da Glória. O resultado, deus me perdoe, quando o Marcello diz que ela precisava de mudar de imagem, só me faz lembrar o que diz um amigo meu... "aquilo... só nascendo de novo..."
Manuela Ferreira Leite faz-me lembrar o Arkansas, e há nela uma Geologia herdada do Grande Canyon: por dentro de cada ruga, sempre uma prega orçamental, um velho edifício do Estado desafetado para pagar um calote antigo, e, quando mergulhamos mesmo na realidade, vemos faturas do tempo do Salazar, coisas horríveis, como aquela série da SIC, acho eu, em que põem um badochas a fazer de Zé das Botas, e umas gajas a fingirem que o Vacão de Santa Comba Dão comprava "Playboys", como se não houvesse 100 000 manuais de História do Séc. XX onde está escrito que o máximo que o Maior Português de Sempre comprava era cromos da Sãozinha, na fase já acamada, em que ele a sentia indefesa, e dizia, filha, vou ali para cima daquele guarda-vestidos, e vou fazer o número do guarda-vestidos: eu salto, de ceroulas do Ultramar, com estas minhas botas calçadas, e tu fazes de inválida e gemes, enquanto eu te meto este meu rabinho de porco entre as tuas coxas úmidas...
Era assim que se davam milagres, no Portugal dos Anos 40, da Carmen Miranda, nascida na Várzea da Ovelha e Aliviada -- e eu que pensava que Vilar de Maçada já era na Borda do Mundo, há sempre um lugar pior, que espera por si... --, com a Dona Maria a coser (é com "ésse" não é?...) meias, aliás, sempre as mesmas meias, que ele nunca mudou de meias, a única coisa que mudava nas meias eram as linhas com que a velha lhe cosia os buracos,
ora,
um povo europeu que faz uma telenovela destas, no início do Séc. XXI está a precisar de uma psicanálise profunda, ou seja, um divã de Lacan gigantesco, para 10 000 000 de cifóides, tirando os brasileiros, os ucranianos, os cabo-verdianos, os angolanos, os georgianos e outras etnias que acham, e muito bem, que os Portugueses são um povo doente, e totalmente falido historicamente. Aliás, só cá é que há Dias Loureiros, Constâncios, Pintos da Costa e Câncios, porque, lá fora, já tinha havido uma revolução, bastava ir a Sevilha, e faziam como fizeram os Republicanos, nas eras más, em que escorria sangue das arenas, transformadas em matadouros, não que eu goste da imagem, mas um, de quando em vez, não se perdia nada,
pois,
ou então,
num dois em um,
tiravam-nos do cenário a Lurdes Rodrigues, a Ferreira Leite, a Leonor Beleza e, para não serem só os calhamaços, aquela que tem boquinha de grão-de-bico, e dá vontade de correr à chapada, a Ana Drago, ou, sei lá, casá-la homossexualmente com uma das três anteriores, para ela ver o que custa a vida, em vez de nos andar a chatear os cornos diariamente.
Quanto ao Agente-Técnico de Engenharia, de Vilar de Maçada, a coisa cada vez mais me parece estar em maus lençóis, e vou acabar por aqui: a chuva de artigos, de capas de revista, de mentiras-cor-de-rosa, que invadiram os botequins deste fim de semana desgraçado, deixam prever que a Máquina de Propaganda, como mostra o "Do Portugal Profundo", já desceu ao nível mais raso, ou como dizem as donas-da-rua, já foi "desenganado", e entrou na fase das melhoras da morte, ou seja, o "Pinocchio", graças a deus, vai mesmo acabar.
(Duo cheio de tédio, no "Arrebenta-SOL", e em "The Braganza Mothers" )

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