Em 1994, estava fazendo um curso de agente de segurança [sim, eu iria ser agente de segurança - guarda-costas ou segurança particular, popularmente falando -]. Um dos instrutores botou um video, não me lembro por qual motivo, sobre "visão do futuro". O video falava, entre outras coisas, como algumas pessoas conseguiram sobreviver em campos de concentração, ao longo de anos testemunhando todo tipo de barbaridade. Elas pensavam no futuro. Eu já li muitas histórias sobre o holocausto nazista e é comum topar com frases como "eu pensava no futuro".
Claro que não me sinto [mais] como se estivesse num campo de concentração nazista. Aliás, estar com minha família, apesar de todos os problemas [alguns graves], é, digamos, muito melhor do que não estar. Mas eu posso dizer que, desde tenra idade, sobrevivo à miséria existencial pensando no futuro. Empiricamente, eu não deveria confiar muito no futuro. Mas existe uma parte do meu cérebro travada numa ilha utópica que tem certeza o futuro será muito melhor do que o presente.
E quando este futuro torna-se um pouco mais concreto, quando há - desculpem o clichê - uma luz no fim do túnel [ou um tonel no fim do túnel, como diz meu amigo Victor Vapf], dá para erguer a cabeça e respirar com mais leveza.
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