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terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Memórias da tempestade

"Sem trabalho não sou nada", dizia Renato Russo.
Eu também não.
Hoje fui dar um trampo, pela primeira vez no ano. Era perto de casa, poderia ir a pé.
No meio do caminho, cai uma tempestade. Espero meia hora dentro de um supermercado. Não me sinto entediado. Fico observando algumas garotas que também aguardam o fim do aguaceiro. Há bundinhas tão apetitosas. Meu bairro e vizinhanças têm muitas gatinhas.
Quando a chuva ameniza, volto a caminhar. Deparo-me com uma enchente. O temporal havia alagado a avenida pela qual eu deveria seguir. Ônibus, carros e motos fazem a volta.
Algumas crianças conseguem brincar na água, utilizando uma caixa de isopor como bote. Essas crianças... transformam qualquer coisa em bagunça.
Começa a chover de novo. Telefono ao lugar onde eu ia, avisando que vou amanhã, pela manhã.
Volto para casa, debaixo d'água, com meu caderno e anotações abrigados dentro de uma sacola daquele mesmo supermercado.
E assim foi o meu dia.
Depois de um começo de ano deprimente, até que gostei da aventura.
Eu ainda sou criança. Sempre vou ser. Uma criança que fica amuada, dentro de casa, quando não há o que fazer e não pode brincar lá fora, na chuva. Uma das memórias mais antigas de criança que tenho é chorando por não poder brincar na chuva.
Eu deveria, hoje, ter ficado brincando com a caixa de isopor também.

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