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quarta-feira, 8 de outubro de 2008

A minha solução para a Crise

Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas
Imagem do KAOS
Hoje, à hora do almoço, pela primeira vez, senti que tinha as minhas poupanças em segurança.
Sim, eu sei que toda a gente já levantou as orelhas, e eu vou explicar como se faz:
1) Fui aos bancos onde tinha o dinheiro (não posso pôr aqui os nomes, porque parece que prenderam um chinoca qualquer, de Honk-Kong, porque espalhou na Net que um banco chinês ia falir)... Estejam descansados, estes não vão falir, garantiu o Pargo das Finanças, o Maçon Vítor Constâncio, e o João Salgueiro, um trio que arruinou Portugal, e como os bancos não iam falir, levantei tudo, e trouxe tudo para casa.
2) Meti o pacote dentro de uma gaveta, e tapei com um lenço com a cara da Madona, autografado, do último concerto, e juro que nunca tinha visto tanta nota junta. Assim, à primeira vista, só duas delas é que eram falsas, e aproveitei para as depositar num depósito "light" num dos bancos que mais odeio, e cujo nome não vou pôr aqui, pelas razões anteriores. Foi o depósito que mais prazer me deu, em toda a minha vida.
3) Sentei-me a olhar para a gaveta, e nessa altura já estava a dar o Jornal da Dois, com um bando de facínoras, que nos arruinaram, ao longo de décadas, a falar de "Confiança". Ora, quando um marginal nos diz que tudo está bem é sinal de que Sistema de Ladroagem por ele montado está em riscos de ficar mal, e, se a gente não agir com rapidez, é apanhado outra vez na armadilha, e, de cada vez que o pargo das Finanças dizia que os nossos depósitos estavam seguros, eu sabia que sim, porque estava tudo depositado, ali, defronte de mim, na gaveta... O pior era a Bolsa, porque a maior parte dos nossos investidores na Bolsa, como seria de esperar, têm uma Quarta Classe das antigas, 30% (!), diz o "Diário Económico". Para acima de aí, como podem imaginar, é ainda pior, são gajos que passaram no "Apto"/"Não-Apto" do 25 de Abril, gajos com Cursos da "Independente", "Moderna", "Internacional" e "Lusófona", e os tais "Mestrados" (?) Americanos, como o Cherne. A nossa Bolsa, está portanto, entregue aos mesmo patos-bravos que governam todos os outros nossos sectores. Assim sendo, passei ao ponto
4) Dentro de uma semana, pelo andar da carruagem, aquele monte de notas não ia valer nada, pelo que passei ao ponto
5) GASTAR TUDO, enquanto aquilo valia alguma coisa.
Queridos leitores e leitoras: nunca me senti tão bem. Comecei pelo Alto do Chiado, vim por ali abaixo, entrei na FNAC e deitei a mão a tudo o que me apetecia, e até me dei ao luxo de mandar entregar em casa. Entretanto, como a hora já ia tardia, ainda fiz a Baixa, comprei aquele "aureus" de Justiniano I, que andava a namorar há meses, na Rua Augusta, marquei uma viagem de uma semana para as Maldivas -- uma lacuna nas minhas deambulações de sonhador -- no início de Novembro, e ainda fiz até ao número 25 da Av. da Liberdade. Amanhã, se deus quiser, quando as Bolsas despencarem mais, e os Bancos estiverem no "ó-meu-ó-meu", irei pela Av. da Liberdade acima, Vuitton, Boss, etc., e depois vou-me sentar, muito descansadinho, a abrir as prendinhas que eles me vieram trazer a casa.
P. S. - A mala Vuitton que vou levar para Malé é linda e custou-me os olhos da cara, aliás, os olhos do Banco.
Muito boa noite, e resolvam as vossas vidinhas, quanto antes.

1 commentaires:

Anónimo disse...

é isso tudo ... antecipaste-te e fizeste bem ...

Excelente texto,
abraço,
m.

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