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segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Folhas Secretas

Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas



Dedicado ao Arrebenta, Luís e mais nomes que se possam chamar.

São nessas folhas secas de papel áspero, que tenho registado minhas memórias. Não sei o porque dessas escritas, logo, são frases sem rima que jamais vou usar. Nunca quis ir tão longe com isso. Eu lutei e resisti contra mim mesmo, mas quando se cria todo um imaginário repleto de detalhes coloridos, fica praticamente impossível desfazê-lo. Porquê não damos as mãos e fugimos por aí? Eu posso criar um plano perfeito, acredite.
Recuso-me a ser somente mais uma peça errada no meio dum “puzzle”. Ainda se eu fosse a peça final, que completasse a imagem e fizesse fazer sentido… Mas não, já não creio. Acredito em mim, e em trabalhar e em roubar. Toda a gente rouba, porque não eu?
Me diz porque não querer? Vamos marchar entre colinas e vales, com flechas e coroas com raros diamantes moldados no mais puro ouro, sobre nossas cabeças. Posso oferecer-lhe o meu escudo e a minha couraça que protege o meio peito.
Eu visualizo isso. E também navios a chegarem em teu nome exigindo o que lhe roubei. No entanto mantenho-me calmo. Frívolo. O que roubei é impossível devolver, porque nunca existiu. Apenas guarda-se e sofre-se, e ao ver a escuridão permanecer no luto onde crianças sem olhos choram, continuo lá. Mais assustador que isso é o trágico final, do qual não quero comparticipar.
É só fechar as pálpebras e sentir o quente abraço, enquanto a saliva seca desce pela garganta. Abraçaremos e estaremos tão juntos como se fossemos um só corpo e uma só alma, bem profundo. Se quiser, podemos selar, com um beijo carinhoso, esse compromisso imaginário.
Eu perdi o medo de me expressar. Não quero escrever ao invés disso, quero falar. Porque não pensar em amor? Permita-me sondar o teu coração e que eu vá buscar todas as respostas para as perguntas mudas. Quero ver ainda onde estou, e como está o meu lugar. Estará arrumado ou em desordem tal que já não se encontra qualquer resquício de sentimentalismo.
Será?
Vamos ver um filme idiota e comer pipocas queimadas, enquanto isso deixo que você me conte sobre os heróis que salvar-me-ão. Minha alma vai estar a cantar “lá-lá-lá”. Do lado de fora está frio, porque sair? Está escuro! Tire os seus óculos de sol e diga que está lá, que é um dia diferente, e fazer esquecer o que perdemos.
Prometo não tropeçar e não ser desajeitado, dessa minha maneira usual. Deixa-me viver e diz que isso vai ser para sempre. Eu nunca soube respirar, mas sempre escapei. Nunca hei-de desfocar a visão inicial da fonte e do caminho que traçamos. Essas memórias e esse inverno frio não me castigam mais. O tempo guarda os meus lábios em sangue.
Me diz como pensar em poesia, só te digo que sempre te quis bem, mais isso já não faz diferença.
Sou patético, reafirmo.


MAIS AQUI.

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