Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas
Imagem do Kaos
Tenho andado relativamente caladinho, porque a Realidade está a rodar a um tal ritmo que me tem custado digerir algumas das últimas efemérides.
A primeira, porque superlativa, refere-se ao Futebol coisa da qual não pesco um corno, embora saiba que passa por recrutamento sistemático de pessoal das barracas, branqueamento de capitais, através da "compra" (?) milionária de suburbanos de meio neurónio, para passarem de Clube em Clube, sem que ninguém perceba bem por quê, nem para quê, exceto para fazer rolar gigantescas massas de dinheiro duvidoso, vindo do tráfico da Droga, dos Corpos e do Plutóno.
Sei que a coisa mete subornos, muitos construtores civis, conúbios entre Câmaras e Mafiosos, circuitos de Putas e de Rapazes, importados clandestinamente, para pagarem favores de cama -- "fruta", como diz o Jorge Nuno, meu amigo de há longos anos -- e que isso vai gerando uma teia de corrupção, de rabos presos, que, geralmente, acaba em tiros pela noite, execuções sumárias e gente que desaparece.
Regra geral, como é preciso arranjar culpados, há um que está sempre de serviço, uns Brunos "Pidás", uns Mários Machados e, claro, o Vale e Azevedo, que está para o Futebol como o "Bibi" está para o "Casa Pia": sempre que há uma bronca, ele é o perseguido e castigado, para os outros poderem continuar em paz, a "trabalhar"
Socialmente, a coisa é mais elementar e catártica, porque é pretexto para que os mal casados espanquem as mulheres, sempre que o favorito perde, e para que se gere a enorme empatia homossexual coletiva, que vai desde os jatos de mijo comparado, dos urinóis públicos do estádio, ao balneário, e aos desejos, sublimados na cerveja, de mamar na picha mole do Cristiano Ronaldo, ou de sonhar apanhar no cu do Figo, coisas tipicamente portuguesas, e, portanto, naturais, daquelas que fazem o solzinho dançar, o país regredir e o casamento procriar.
A semana passada, eu, que não pesco boi de Futebol, acabei por ver, aliás, ouvir... acho que três das tais Escutas do Pinto da Costa.
Aquilo é de muito baixo nível, como os orgasmos da Clara Pinto Correia, os plágios do Miguel Sousa Tavares, ou a bandeira de croché, da Maria de Centro/Esquerda de Boliqueime, mas fez-me ficar, na boca, com um sabor a pouco, porque se aquilo são amostras, então o que seria a ementa completa?...
Isto parece humor, mas não é: ouve-se ali falar de pagamentos com "fruta", equivalente aos "robalos" de Armando Vara, e, para um leigo, como eu, em Futebol, da escolha (!) de árbitros, para condicionarem resultados de jogos, e do célebre currículo à força do execrável Mourinho, agente da Mafia Russa, entre outras preciosidades.
Para mim, cidadão comum, embora diferenciado, aquilo era matéria mais do que suficiente para desmontar a camorra toda, da qual Pinto da Costa é apenas um dos rostos mais reles e conhecidos, e aqui passamos já para um segundo patamar de gravidade: ou aquelas escutas são falsas, ou os tribunais que as impugnaram ou taxaram de "irrelevantes" são espaços duvidosos, não frequentáveis e que nos apavoram sobre a inexistência de um Estado de Direito, a definição de Democracia, e mostram que entre isto e as leis do Haiti pouca variância vai.
A coisa piora, quando nos recordamos que, em Portugal, não se fala de outra coisa senão de Escutas. Das do "Casa Pia", ficou a encenação de curtíssimos minutos, quando queríamos ouvir TUDO, aliás, no estado em que as coisas estão, e depois de ter ouvido o Jorge Nuno ao telefone, mais a sua Carolina Salgado, outra badalhoca, no nível da Maria Elisa, a ser entrevistada, eu, cidadão português, do séc. XXI, reservo-me o direito de ter acesso a todo este tipo de coisas, abafadas debaixo de uma capa sorumbática e lúgubre, chamada "Segredo de Justiça", que já se percebeu que é o nome que se dá à cortina de silêncio debaixo da qual "eles" têm tempo de maquinar e fazer ajustes diretos, para que tudo acabe sempre em... nada.
Lembra-se da "Moderna"?... Lembra-se da "Independente"?... Lembra-se do "Casa Pia"?... Do "Apito Dourado?"... Do "BPN", branqueado por uma boca da servidão, chamada Sónia Sanfona?... Do "Freeport", e das escutas mandadas queimar pelo Bode do Supremo Tribunal de Justiça?... Lembra-se de outras tantas coisas iguais, de que nos vamos esquecendo, no meio do permanente escândalo e perplexidade que nos vão provocando?...
Pois nós queríamos saber tudo, ouvir tudo, e ter o direito de nos pronunciar sobre este pantâno de lama e excrementos em que nos mergulharam.
O Primeiro Ministro Grego confessou que o seu País tinha ido à bancarrota por causa da Corrupção, que é o nome oficial que as coisas que atrás descrevi têm nas sociedades civilizadas.
Acho que ele tem razão, e ainda vou acrescentar algo mais grave: em Portugal, a coisa é muito pior do que na Grécia, e vamos vê-lo muito brevemente.
(Trio da "fruta", no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal" e em "The Braganza Mothers")
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