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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Elogio de António Guterres


Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas


"O Sr. Engenheiro António Manuel de Oliveira Guterres foi o maior político que Portugal conheceu. Primeiro porque o Sr. Engenheiro António Manuel de Oliveira Guterres era honesto e nunca me lembro de alguém ter dito que ele tinha apartamentos de 20 assoalhadas no Heron Castilho que custaram 40 mil contos. Segundo porque era Engenheiro à séria. Estudou no Instituto Superior Técnico e formou-se em Engenharia Electrotécnica com uma média de 19 valores! Não terminou cursos em universidades manhosas porque no técnico nunca teria hipóteses, nem fez exames de inglês à distância. Acabou o curso ali, no técnico, onde se formam os maiores. Como ele. Depois porque o Sr. Engenheiro António Manuel de Oliveira Guterres era (e é) boa pessoa. Mesmo. Se alguém que tem filhos pequenos tiver que escolher entre deixá-los com o Sócrates e com o Sr. Engenheiro António Manuel de Oliveira Guterres, escolhe quem? Pois é... O Sr. Engenheiro António Manuel de Oliveira Guterres quando assumiu o governo de Portugal imbuído de um verdadeiro espírito de missão ao serviço dos seus concidadãos trouxe uma lufada de ar fresco. Ainda me lembro daquele Outubro de 1995 em que suspirei de alívio. Com Cavaco vivíamos em ademocracia (não era carne, nem peixe, embora todos saibamos o que eles queriam). Com o Sr. Engenheiro António Manuel de Oliveira Guterres sentíamos finalmente que tínhamos voz. O Sr. Engenheiro (vou tratá-lo assim agora, para não o maçar - a ele!) não andou a tratar todos como malandros, não andou a aumentar-nos impostos, deu-nos uma Expo lindíssima e um Europeu de encher o olho! Com o Sr. Engenheiro não andava toda a gente a meter-me em tribunal. Com o Sr. Engenheiro eu ganhava um ordenado a sério (ele era o ordenado vs o custo de vida, que era mais vantajoso), eu ganhava dinheiro a sério nas privatizações (fiz umas férias de arromba graças à Cimpor), havia mais gajas boas na rua, havia montes de discotecas à noite, e eu até tinha namoradas loiras. Foi também a época dos meus GTI's (ainda não havia a moda do tunning hein! Eram assim de série!), dos meus fatos e roupas casual mais caras, e quando ia mais vezes jantar fora. Pode ser apenas uma coincidência temporal, mas não deixo de associar a minha condição miserável de agora ao facto de o Sr. Engenheiro estar ausente da minha vida. Dizem que o Sr. Engenheiro não sabia fazer contas, mas nós sabemos, olhando para quem o sucedeu, que o Sr. Engenheiro tem as costas muito largas... O Sr. Engenheiro não ameaçava com despedimentos em massa. O Sr.Engenheiro empregava! Aliás, não houve um tão grande empregador como o Sr.Engenheiro! Agora digam-me: isso é mau? Com o Sr.Engenheiro os empresários podiam fugir ao fisco, os particulares podiam fugir ao fisco, e ainda assim havia dinheiro que chegasse para todos. Há tanta gente a preconizar a fuga ao fisco que eu nunca compreendi porque não gostavam do Sr.Engenheiro. Com o Sr. Engenheiro havia debate político a sério: falávamos da droga, da regionalização, da IVG, do ambiente, de Kioto, do Kosovo, de Direito Humanos, enfim, de coisas com substância. Aliás, o Sr. Engenheiro é unanimemente reconhecido como o maior parlamentar que algum dia passou pela AR. Os seus debates com a oposição eram uma delícia. Não era a politiquice plástica de agora. Agora, sem ele, limitamo-nos a aceitar bovinamente aquilo que nos impõem: os tratados, os impostos, a repressão legal e a perseguição fiscal. E até nos proibiram de fumar. Dizem que o Sr. Engenheiro era frouxo, mas eu pergunto: gostam mais deste ditadorzeco hugo boss de agora? Foi isto que pediram? Aí têm.

O povo português tem uma dívida de gratidão para com o Sr. Engenheiro António Manuel de Oliveira Guterres, porque o Sr. Engenheiro lhe proporcionou os sete anos mais maravilhosos das suas miseráveis vidas. Miseráveis antes e miseráveis depois. No durante, foram felizes. Do Sr. Engenheiro António Manuel de Oliveira Guterres eu tenho uma sensação curiosa ao recordá-lo. Recordo que era sempre Verão.

Um dia ele há-de voltar. Assim queiramos corrigir a nossa ingratidão para com o mais ilustre dos portugueses que algum dia conheci."
PODE LER O ORIGINAL AQUI

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