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sexta-feira, 18 de junho de 2010

Grandes êxitos do "The Braganza Mothers I" - "Cão com Vice Reitora pela trela"


Este blogue tornou-se famoso por desfazer reputações, ou, como dizem na Grande Loja do Queijo Limiano, obrigar a que a Verdade estrague uma mão-cheia de bonitas histórias.
Hoje, vai ser ao contrário, e vou louvar uma pessoa que muito estimo, e que me foi dada em visão, ao descer o Chiado, nos Idos da semana passada,
portanto, estava eu a ver uns ténis novos na "Diesel", com o preto, completamente "speedado", a tratar-me por "meu irmão" e "também estás noiado, não estás?..." -- ao que uma pessoa se tem de sujeitar..., venho por ali fora, dou de conas com uma cara conhecidíssima, que passo a descrever: uma febra inchada, tipo as broas de não-sei-de-onde, vermelha, com um olhar vidrado, não... parado, parecia o Mar Morto, naquela época em que Judá lhe penhorou as marés, com uma alça descaída, umas mamas tipo Elisabeth Taylor, mas já na fase de achar que o Mickson Gel era um querido, uns tons de indiana jones, tudo aquilo era pétalas por aquelas pregas abaixo, as saias deviam ter sido aproveitadas de uns "jeans" outrora bons, mas mesmo muito outrora, no Tempo dos Outroras, e vinha,
penso eu de que,
à paisana, porque nunca tinha visto a Vice-Reitora tão discreta, nem naquela fase em que se deitava numa cama vermelha, para não se notarem os vasos dilatados da nalga facial, ou da Pantanha Cor de Nhanha, em que saltava para cima das mesas do Café das Leitoras, toda ela perdigotos e "cut and past" -- não há melhor táctica para se provar que não temos ideias nenhumas do que não deixar abrir a boca a quem pudesse ter uma -- enfim,
mas o toquezinho estava lá, assim como nós temos o cóccix no fim da espinhela, a lembrar que houve um tempo em que fomos dinossauros excelentíssimos, com a caudinha a dar que dar, e o toquezinho eram umas meias de leopardo, descaídas como as meias das putas do séc. XIX, quando tiravam as ligas, e enrolavam aquilo até à ponta dos dedos, aliás, acho que as putas ainda fazem isso hoje em dia, eu não faço, mas tenho o direito de ser diferente, e tudo isso enfiado nuns restos de bota de cano, sem cano, mas com a barca-bota de enfiar o pé a lembrar que aquilo tinha sido bota-de-ser-montada, num tempo mítico, na Era da Cachaça.
Dir-me-ão que já chegava, mas não, não chegava, isto era só o arranque, porque ela estava de tal modo drunfada, cheia de coisas para o levantar do coma alcoólico -- se o Lázaro tomasse metade daquele "cocktail" tinha logo ressuscitado a dançar, tipo o Fred e Ginger... -- que avançava como um bulldozer, era sempre em frente, os estrangeiros, no Chiado, nesta época, aquilo é horrível, só camones do tamanho de hamburguers inchados, e ela sempre em frente, com os ombros, mal os desgraçados sabiam que estavam a ser atropelados, cilindrados, por uma Vice-Reitora, "Oh, yes, a Vice-Reitora, I see!...", trunfa, trunfa, pisava, batia, continuava, e tudo isto, e agora é que vem o lado alegórico da coisa, uma parábola bíblica,
tem a palavra São Francisco de Assis,
havia um cão que levava a Vice-Reitora pela trela,
e que cão, deus meu, era aquele do Dodot, ou do papel higiénico, tinha sido fofinho, mas na fase do vinte-anos-atrás, agora, parecia desenhado pelo Alexandre Dumas, 20 anos depois, uma curvatura de tetas a fazer a esfrega da calçada à portuguesa, as patas cambadas, o rabo a dar que dar, mas já numa de inércia, nada de emoções, os olhos cheios de cataratas, e uma língua caída, muito caída, demasiado hipertrofiada, a deixar supor os maiores horrores de intimidade, há quem só tenha cães para coisas a que nem o Paulo Pedroso se atrevia na Casa dos Érres.
Quanto a mim, que tenho esta costela metafísica, e divinatória, acho que iam ambos à F.N.A.C., em busca de livro, ou de homem, ou de ambos.
Prefiro pensar que... de ambos, o homem, para ela, o livro, para o cão, e pensar que ia ali aquele talento, aquela muralha ambulante, Chiado abaixo, com tanta gente a morrer no Iraque, se a pusessem na Linha da Frente, ela, a avançar pausada e cambaleantemente, os bombistas iam pensar que era alguma arma nova e secreta ocidental, iam deixar de pôr cintos-bomba à porta das escolas, e das donas de casa que vão comprar peixe cheio de moscas aos mercados de Bagdad, vinha o G.O.E. logo para casa, e mandávamos a nossa arma química, a Vice-Reitora Zombie, tisnada de drunfos, nem a Madame Curie irradiava assim, depois de passar noites e noites a fazer tigeladas de Rádio, pensando que aquilo era bom para os ossos,
enfim,
um horror,
ainda pensei apalpar-lhe o cu, e fazer "fom-fom, adeus, princesa", mas estava muito badalhoca, ar de quem não mudava os culotes havia sete dias, há uma fase em que elas todas se assemelham à Dona Julieta, um cheiro a ácido úrico, e uma voz peganhenta de oráculos, pensar que uma mulher que falava tanto, uma botadora de vazios, agora só devia emitir oráculos, "oi" e "lol" e "ya", nas defesas das Teses de Doutoramento, com os outros catedráticos todos a fazerem que sim, que sim, com a cachimónia, meu deus, para o que nós estávamos reservados, não lhe apalpei o cu, com medo de meter a mão, hoje em dia apanham-se doenças por tudo e por nada, até por doações de medula óssea de Vilar de Maçada, mas, cem metros mais abaixo, às portas do Centro do Chiado, decerto que um daqueles pedintes, que batem na lata o dia inteiro, lhe haveria de passar lubricamente as mãos pelas virtudes, a ver se lhe ordenhava os lindos ovários de eva, ai, filha, tão bem, tão bom, toca mas é a andar!...

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